Capítulo 2 - Muito mais entre o céu e a terra

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"À primeira vista eu pude te reconhecer

Como se estivéssemos nos chamando

O DNA no meu vaso sanguíneo me diz

Que é você o que eu estava procurando por toda a parte"

(DNA - BTS)

Jimin sabia que deveria ter impedido Jungkook de entrar naquela floresta, mas não sabia ao certo o que poderia fazer. A lenda que Jungkook ouviu e a que Jimin conhecia eram bem diferentes, mas ele sabia que muitos mitos criados pelos humanos eram baseados em existências reais, que acabavam sendo modificadas com o passar das gerações. A dele própria era um exemplo.

- D-d-do-dois? - perguntou Jungkook, olhando ao redor. Tinha certeza de que só havia ele e a garota ali, estaria ela se referindo à Jin? Pensou o rapaz, cogitando que ela estaria falando de seu primo e colega de apartamento.

- Sim, você e o loirinho aí...

- Cala a boca garota, ele não me vê! - Gritou Jimin, enquanto Jungkook olhava para trás, cada vez mais confuso e assustado.

A garota então arregalou os olhos e levou as mãos à boca agora aberta, compreendendo o erro que cometera. Jimin bufou esfregando as mãos no rosto, enquanto adentrava o quarto e Jungkook olhava para a menina se perguntando se ela era louca ou se isso era alguma pegadinha armada por Jin e Taehyung. Era a cara deles armar uma situação daquelas só para vê-lo nervoso e sem saber o que fazer.

- Me desculpe, agora eu percebo que você não é daqui... Ai, me desculpe é que eu fiquei tão animada quando o garoto abriu a porta e...

- Você tem que ir embora. Agora. - Jimin cortou a menina, olhando friamente para ela.

- Eu não posso ir embora. Ele me chamou. - disse a garota, apontando para Jungkook.

- Ch-ch-chamei? - peguntou o rapaz, pensando por que a menina estava falando com a sua mesa de estudos.

- Mas é claro, na véspera de natal, na Floresta de Seul, não lembra?

- Ah merda... - suspirou Jimin esfregando os olhos.

Jungkook por sua vez congelou a expressão. Como ela sabia o que ele havia feito naquela noite? Só quem sabia do amuleto era a senhorinha que o vendera e mesmo assim na ocasião ele deixara bem claro que não acreditava na lenda.

- Como você sabe disso? Você estava me seguindo? - perguntou o rapaz, assustado.

- Por que eu te seguiria? Você que foi lá e pediu a minha ajuda. - disse a garota, levemente ofendida.

- Ele não vai acreditar em você. - disse Jimin, que estava encostado à mesa de Jungkook, com os braços cruzados.

- Como assim ele não vai acreditar em mim? - a garota se virou para Jimin, e sua expressão se tornou triste, o que, por alguma razão, fez Jungkook se sentir mal. - Se eu pude ouvir o seu pedido, é porque ele acreditava que seu desejo poderia ser atendido. É assim que funciona.

Jimin se limitou a olhar para Jungkook e balançar a cabeça em negação. Jungkook, por sua vez não sabia o que fazer, ou mesmo o que pensar. Era loucura acreditar que a garota era mesmo a tal entidade da qual a lenda falava, mas mesmo assim ninguém mais sabia que ele havia ido lá. E por que ela continuava falando com a sua mesa?

- Não entendo os humanos. Vocês pedem a minha ajuda, depositam sua fé em mim sem nunca ter me visto, e quando eu de fato apareço vocês acham que eu estou mentindo. Isso é muito cansativo sabia? - disse a menina, levantando-se da cama emburrada.

Flechados pelo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora