Capítulo 9

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Capítulo 9.

Claire colocou Alice dentro do carro e se apressou para o hospital. Eram cerca de dez e meia da noite, e a cidade ainda vibrava, as ruas cheias de pessoas e o trânsito bem mais intenso do que ela esperava. Respirando fundo, Claire tentou dirigir o mais rápido possível, preocupada com o estado de sua filha que estava encolhida no banco traseiro do carro.

A jornada até o hospital levou cerca de 25 minutos, e Claire mal estacionou o carro e já se apressou para dentro do Rhode Island Hospital, carregando Alice em seus braços. Mas o que ela encontrou ali, era exatamente o oposto do que ela queria – a sala de recepção, assim como todo o pronto-socorro estava lotada - haviam crianças e seus pais, assim como outros pacientes, espalhados por todos os cantos.

- O que está acontecendo? – Claire murmurou para si mesma, enquanto suportava todo o peso de Alice, que estava semiadormecida em seus braços.

- Mamãe... – Alice suspirou contra seus braços.

- Sim, meu amor?

- Estamos no hospital? – Alice perguntou, sua voz trêmula e incerta.

- Estamos sim. – Claire respondeu, correndo os dedos contra a testa da filha, verificando que ela continuava quente. – Eu preciso falar com uma enfermeira.

- Ok. – Ally respondeu, sua voz carregada de sono.

- Vou te deixar aqui nessa cadeira. Eu vou até a o balcão da triagem por alguns minutos. Você acha que consegue ficar sozinha aqui por alguns minutos? – Claire perguntou, colocando a filha sob um dos poucos espaços vagos na área da recepção.

- Sim. – Ela murmurou, se enrolando em uma coberta que havia trazido consigo.

- Eu já volto. Só vou levar alguns instantes. – Claire disse, beijando o topo da cabeça da filha, antes de caminhar até a área da triagem.

O balcão estava lotado. Haviam muitos pais com seus filhos, alguns estavam esperando ser atendidos e outros conversando com médicos e enfermeiras. Havia uma movimentação constante de pessoas, um burburinho incansável e um ritmo caótico havia dominado o espaço da recepção.

Claire teve que se espremer para chegar até o balcão de triagem, e tentou inúmeras vezes chamar a atenção de uma atendente, mas naquele momento parecia impossível. Irritada, ela respirou fundo e tentou mais uma vez chamar a atenção de algum dos médicos e enfermeiros, mas fora em vão.

Ela se virou, e viu sua filha, encolhida na cadeira, segurando forte contra o cobertor que envolvia seu corpo. Alice tremia suavemente, um sinal de que sua febre estava mais presente do que nunca, e que possivelmente deveria estar ainda mais alta. Aquela visão a agoniou, e ela sabia que precisava arrumar ajuda para sua filha.

Se sentindo determinada, Claire olhou ao redor do cômodo, buscando pelos familiares olhos azuis que a pouco dominavam seus pensamentos. Ela buscava pelo rosto familiar de Andrew Lucas. Ela sabia que o jovem médico não deixaria nada acontecer com Ally, e que no momento em que ele a visse, ele correria para socorrê-las. Claire sabia que podia contar com o jovem médico. Porém, Andrew não estava entre os inúmeros médicos que circulavam pela área de atendimento. E perceber que Andrew não estaria lá para ajudar Ally a paralisou. Desespero começou a preencher seu peito, a fazendo engolir seco. Não! Não! Ela precisava pensar! Ela precisava encontrar um jeito de fazer com que Ally fosse atendida logo.

- Com licença. Com licença. Você pode me ajudar? – Claire disse para um grupo de médicos e enfermeiros que estavam na área da triagem, mas nenhum parecia ouvi-la. Eles passaram reto por ela, caminhando para uma área reservada ao atendimento dos pacientes. E aquilo só serviu para frustrá-la ainda mais.

O Outono de Alice #wattys2020Onde histórias criam vida. Descubra agora