A dor da minha cabeça me deixou um pouco perdida. Olhei em volta e vi macas de hospitais, tudo era da cor branca, e os quartos eram divididos por cortinas. Ao meu lado tinha duas poltronas e um criado mudo, um suporte de soro com um soro. Passei a mão na testa, que estava enfaixada, e então lembrei do que havia acontecido com meu quarto.
Tentei descansar, fechando os olhos e esquecendo de tudo que tinha acontecido.
- Ela ainda está dormindo majestade. - ouvi alguém cochichar.
- Vai ser breve, queria ver se ela estava melhor. Não consegui pregar os olhos a noite inteira. - disse uma voz familiar.
Abre meus olhos e vi uma enfermeira e a rainha Bélgica conversando.
- Olha! Ela acordou.- disse a enfermeira apontando para mim.
Eu via elas ao longe ainda com os olhos um pouco turvos.
- Desculpe se te acordei, Stella. Queria saber se sente-se melhor?- disse a rainha.
- Um pouco, minha cabeça ainda está doendo e eu estou um pouco tonta.- minha voz saiu rouca.
- Rainha Bélgica, pode me falar o que aconteceu...Eu ainda estava perdida em relação ao tempo. Não sei quanto tempo fiquei dormindo. Olhei no relógio de parede que marcava 9:00 da manhã, então certamente eu estaria no dia seguinte e havia ficado desmaiada por quase vinte quatro horas.
- Bem, os guardas escutaram um grito e foram ver o que aconteceu, e encontraram você caída na porta do quarto com a cabeça molhada de sangue e pelo que parecia, você tinha sido agredida com a porta, pois ela estava completamente ensanguentada.
- Na verdade, o que aconteceu foi que: quando eu cheguei no meu quarto, a porta estava ensanguentada com um desenho, quando entrei, meu quarto estava completamente destruído. Eu vi duas pernas debaixo da minha cama e pensei que uma das minhas criadas havia sido esquartejadas pelos rebeldes, por isso gritei.
A rainha arregalou os olhos, e levou a mão até a boca aparentemente surpresa.
- Ninguém me falou sobre isso. Há duas selecionadas desaparecidas, e sua criadas também estão desaparecidas desde ontem.
Senti meu sangue gelar. Será que eles sequestraram elas?
- Alguém já olhou o meu quarto? - perguntei.
- Não. Quando você desmaiou, apenas te trouxeram pra cá. Mas não me falaram nada.
Levantei da maca ainda tonta.
- Não. Para onde pensa que vai? Ainda está doente. Deite-se e deixe que eu resolvo isso.- deitei de volta e fiquei olhando ela conversar com o guarda.
- Bom, eu já providenciei que iniciassem uma busca atrás das desaparecidas.- ela levantou e andou em círculo por um tempo.
-Está tudo bem rai... Bélgica? - corrigi - me rapidamente ao lembrar do que ela falara anteriormente.
- Não. Estou tentando segurar tudo, mas é difícil sabe? - ela sentou novamente. - eu procuro há anos minha filha perdida, agora tem esse negócio de seleção para o príncipe, os rebeldes. Tudo isso me sobrecarga. Ninguém perguntou se eu queria ser rainha aliada. Apenas dizem :" ser rainha aliada é um privilégio, você poderá trazer muitas prosperidades para seu reino". Mas, eu queria ter meu casamento, ter minha família. - era um pouco engraçado o desabafo da rainha, ela imitava as vozes, fazia expressões faciais que eram hilárias.
- Mas, por que a senhora não tem família ou casamento?
- Ora, o primeiro rei da monarquia do segundo reinado declarou como lei que se uma princesa não casasse até seus 20 anos ela teria que ser rainha solteira e ainda aliada de apenas um reino e essa aliança seria mais séria do que casamento. - ela revirava os olhos, mesmo sendo horrível essa lei era até engraçado o modo como ela contava isso.
- Então... A senhora...
- Eu ia casar com o amor da minha vida. Mais, meu pai nunca apoiou, porque Henry Delcius era filho do seu rival. E isso era extremamente perigoso, mas ao mesmo tempo gostoso de se viver. Henry e eu nos encontrávamos escondidos na floresta, até que um dia meu pai descobriu. Ele mandou matar Henry, mas ele sumiu e até hoje não sei de notícias dele. A única coisa que me resta dele são lembranças e minha filha. Quando meu pai soube que eu estava grávida, ficou tão irritado que quis que eu abortasse. Mas eu não o fiz. E por alguns motivos eu a perdir até hoje. - no final, Bélgica já estava chorando. Não escandalosamente, mas aquele leve escorrer de lágrimas.
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Voltei para meu quarto quando ele já estava limpo. Aquele pequeno trauma de encontrar algo não saia da minha cabeça.
Deitei na cama e precionei o colar contra o peito, daí lembrei do papel.Abri meu medalhão e tirei o papel de dentro da estrela, fui desamassando aos poucos.
"- Como eu nunca percebi isso?"
Uma imagem enorme de um mata surgiu entre as dobras do papel, mas faltava um pedaço. A imagem era parecida com um mapa do tesouro. Fiquei imaginando como nunca percebi esse papel dentro do meu colar por anos.
O papel estava sobre minha cama, então dobrei de volta do mesmo jeito e coloquei em meu colar.
Até alguém bater a porta, a última coisa que eu queria era levantar da cama quando eu tinha acabado de deitar.
- Pode entrar! - gritei.
- Stella, a rainha Bélgica quer todas as selecionadas no salão das mulheres daqui a dez minutos. - Liv parecia um pouco abatida.
- Tá bom. Obrigada Liv.
- O que você disse?
- ...Via. É que você não deixou eu terminar. LIVIA.
- Aham. - ela sorriu de lado. Primeiro e último sorriso que você verá de Liv hoje.
[...]
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A filha da rainha (HIATOS)
RandomPlágio é crime (HIATOS) Era para ser apenas uma simples competição... Onde eu seria apenas mais uma plebéia que seria usada como distração do publico. Mas as coisas nunca saem como planejadas. Um príncipe "inocente" Uma rainha cheia de segredos... D...