capítulo 4

183 16 1
                                    


O salão das mulheres era bem grande. Tinha janelas enormes e alguns sofás perto das janelas. Plantas ornamentavam o ambiente, que parecia ser confortável se não estivesse cheio. Silvia (que era responsável pela educação de debates e de linguagem.) indicou o lugar de cada uma para ficar apresentável para a rainha e o príncipe.

Sentei na última cadeira perto das janelas do outro lado do salão. A vista da janela para o jardim era incrível, uma onda de flores vermelhas e rosas se misturavam perfeitamente, algumas árvores eram bem grandes, o que indicavam longos anos de vida.

Senti alguém tocar no meu ombro.
— Com licença senhorita, posso ajudá-la?

Fiquei olhando para a moça de uniforme azul-escuro de olhos verdes que estava na minha frente.

— Ah, claro. Estou um pouco perdida e não faço ideia por onde começar. — confessei nervosa.

— Bem, posso começar lavando seu cabelo? Poderíamos dar um corte nele.

Eu nunca havia cortado meu cabelo. Na verdade, eu não tinha condições de cuidar dele. Não é que eu seja desleixada com minha aparência, só nunca tive dinheiro suficiente para ser vaidosa.

Meu cabelo era longo e cheio de pontas duplas, tinha uma coloração escura na raiz e ficava mais claro nas pontas. Talvez fosse devido ao ressecamento.

Olhei no uniforme da garota e vi seu nome: Layla. Ela lavou meu cabelo com tanta delicadeza que quase dormir na cadeira. Também me mostrou ideias de cortes de cabelo, mas preferi deixar seu comprimento na altura dois dedos abaixo dos seios. Ela até arriscou fazer uma franja, o que achei muito legal.

Após finalizar o cabelo, ela se juntou com outras garotas e fizeram de todo para me convencer que elas iriam me dar banho. Isso era muito vergonhoso. Implorei para que me deixassem tomar banho sozinha por hoje, pois ainda não havia me adaptado ao Palácio. Derrotadas, cederam.

Após o banho três das empregadas me esperavam ao lado de um provador. Quando entrei um vestido me esperava no cabide. Fiquei boquiaberta ao ver o vestido.

— Senhorita? Não gostou do vestido? Podemos fazer outro se quiser...

— Não! Ele... É o vestido mais lindo que já vi! — toquei-o para saber se era real. Parecia ser feito do tecido mais leve do mundo, era branco com detalhes dourados. Sua saia ia até o chão e tinha um pouco de volume.

Quando vesti, parecia que tinha sido feito para mim. Olhei no espelho e senti que ainda era eu mesma, só que em um vestido maravilhoso. Nunca havia sentido todas essas emoções, até chorei vendo meu reflexo no espelho.

— Não sabíamos qual vestido a senhora iria gostar, por isso fizemos um que fosse delicado e elegante. — disse Layla.

— Eu amei. Mesmo que me sinta um pouco exposta com essa blusa sem manga. — Estava tudo perfeito. Me senti uma verdadeira princesa.

— Da próxima faremos vestidos com mangas, senhorita. — Disse uma moça que acompanhava a Layla.

— Obrigada pelo capricho meninas. Amei! De verdade! Tudo está perfeito.

Depois de alguns minutos sendo pintada, Annie terminou a maquiagem. Olhei no espelho e amei a simplicidade. Nunca gostei de maquiagem, por isso não parecer um pavão no primeiro dia da seleção me deixou um pouco menos nervosa.

Aparentemente fui a primeira a terminar de ser arrumada. As garotas da seleção queriam ser o centro das atenções. Algumas estavam com tanta maquiagem que parecia um palhaço. Outras estavam com vestidos apertados e de cores chamativas, como, por exemplo, o vestido de uma loira que usava um amarelo meio vibrante. Quase fiquei cega quando seu vestido passou pela brecha de raio do sol vinda da janela.

A filha da rainha (HIATOS)Onde histórias criam vida. Descubra agora