— Mas que merda! — soquei o capô do carro.
— Olha! A mala estava aberta.
Miller entrou e destravou o carro.
— Que idiota deixa a mala aberta numa rua deserta?
— Meu irmão.
— O quê? — olhei confusa.
— Esse carro é dele. Meu deus! Estou roubando meu próprio irmão!
Passei para o banco do piloto, corto alguns fios e enrolo de novo até dar ignição no carro.
— Seu irmão é cafona. — passo o cinto de segurança logo dando macha até o carro entrar em movimento.
— Sei não, mas acho que a brega aqui é você por ainda usar esse termo. — Miller põe o cinto e dá uma olhada para trás vendo que estamos nos afastando do prédio.
Já havíamos percorrido alguns quilômetros e o carro pedia gasolina. Não tive tempo de pegar nenhum dinheiro quando fugi. Não sei para onde vou agora, e nem a quem pedir ajuda. O carro estava parando de funcionar na estrada, estacionei na encosta da estrada e desci seguida por Miller.
Observei uma placa ao longe, sinal que alguma cidade estava próxima.
— Então é isso meu jovem, vamos caminhando até a cidade. — anuncio, olhando para a longa estrada de asfalto.
Chegamos à cidade quase mortos de fome e sede. Na entrada tinha uma placa informando o nome da cidade.
Miller leu baixo as palavras no letreiro:
— Bem-vindo à Rataq, a cidade preferida dos reis.
Caminhamos um pouco mais, o sol estava se pondo e as luzes da cidade estavam sendo acessas. A cidade era movimentada, as pessoas mal notaram Miller e eu. No centro da cidade tinha um prédio que se destacava com luzes neons. Havia uma fila enorme na porta, pessoas entravam com bebidas e cigarros. Creio eu que seja uma casa de show.
Estreitei os olhos para ler o letreiro cor rosa neon e azul:
— La Maison de madame Jacqueline.
— Parece que está lotado de pessoas. — observou Miller.
— Poderíamos entrar e olhar mais de perto. — algo me atraia até lá, uma curiosidade maior que minha cautela.
— E o que faríamos em uma casa de show? Nos prostituir? — indagou Miller com a testa franzida.
— Vamos lá, Miller! Só uma olhadinha. E não vamos nos prostituir. Só observar... — Peço olhando em seus olhos. — Afinal, não temos para onde ir.
— Tá bom. — disse Miller a contragosto.
A entrada era paga, por isso Miller e eu ficamos olhando de longe da entrada, havia dois homens fortes com óculos escuros e uniformes na porta, impedindo que qualquer um sem o ingresso entre.
Observei bem as luzes brincando dentro do lugar escuro e cheio de pessoas. Um casal que entrava na casa de show estava comendo um hambúrguer e senti meu estomago fazer um barulho bem alto, avisando que estava esgotando o nível de suprimentos.
— Sabe, acho que você poderia arrumar um emprego nesse lugar. — disse Miller pensativo.
Estava tão distraída olhando as luzes e algumas mulheres vestidas com vestidos muito decotados, que só me dei conta do que Miller havia falado dois minutos depois.
— O que você disse pirralho? —o encaro.
—Que você devia tentar arrumar um emprego. E eu não sou pirralho. Tenho 16 anos de muita audácia e coragem. — gabou-se Miller. tento segurar minha risada.
Quando eu estava prestes a responder Miller me distrai olhando para uma mulher ruiva, com um vestido muito bonito e toda maquiada. Ela usava brincos e pulseiras, colares e anéis. Seu andar tinha um ar de elegância e seu olhar com um toque de sensualidade.
Sorri de lado.
— Olhe para mim, Miller. — fiz uma pausa. — Eu nunca conseguiria ser como ela. Eu sou apenas uma princesa renegada foragida.
— Estou olhando. E você ficaria linda naquele vestido tanto quanto ela.
— Você está delirando de fome. — Suspiro.
Um homem me encara fixamente, ele conversava com um dos guardas, logo uma mulher de cabelos curtos claros, pele bronzeada e um batom bem escuro aparece e conversa com esse homem. Depois de um longo tempo eles vêem até onde estamos.
— Olá bela jovem, o que faz aqui fora nesse frio da noite? — a mulher pergunta. Sua voz estava carregada de melancolia e um sotaque alemão.
— Desculpe se estou incomodando...
— Oh, mas de maneira alguma incomodaria. — ela me interrompe. — Me diga, qual sua idade?
— 20 anos senhora.
— Não me chame de senhora, me chame de madame Jacqueline. Este aqui é meu sócio, Joseph. — o homem do seu lado sorriu de lado e esticou a mão para aperta a minha.
— Muito prazer, qual seu nome?
Excitei por um momento e decidi não falar meu nome original.
— Áustria Baker.
Miller olhou levemente para mim, disfarçando bem sua indagação.
— E esse rapaz? — Disse madame Jacqueline olhando diretamente nos olhos de Miller.
Meio tímido ele desviou o olhar e falou seu nome quase inaudível e madame Jacqueline pediu para que ele repetir:
— Miller Darson.
— Você é um rapaz muito bonito. Creio que tenha quinze para uns dezesseis anos. — Ela passou a mão sobre o rosto do rapaz, acariciando sua bochecha esquerda.
Miller não respondeu. Ele parecia um pouco constrangido.
— Áustria, de onde você veio? — perguntou Joseph.
— Viemos de uma planície bem distante e pequena. Os rebeldes atacaram e levaram tudo de riqueza, logo que não precisavam mais de nada queimaram tudo que era possível. Então fugi de lá e encontrei Miller na floresta perto da cidade das cinzas.
— Agora estamos à procura de um lugar para morar e um emprego. — completou Miller, me deixando levemente surpresa.
— Bem, estamos precisando de uma garçonete e um repositor. Se quiserem fazer o teste... — Joseph olhou para Jacqueline que afirmou balançando a cabeça.
— Sim!
— Claro, quando quiserem. — digo animada.
— Então me sigam. — Jacqueline andou em direção a entrada da casa de show.
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A filha da rainha (HIATOS)
RandomPlágio é crime (HIATOS) Era para ser apenas uma simples competição... Onde eu seria apenas mais uma plebéia que seria usada como distração do publico. Mas as coisas nunca saem como planejadas. Um príncipe "inocente" Uma rainha cheia de segredos... D...