Capítulo 36

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Estávamos na porta de casa, porém ainda não tive coragem de sair do carro. Já fazia dois minuto.

— Algum problema senhorita?

­— Ninguém parece estar em casa. Vou ligar só pra ter certeza. ­— Peguei meu celular que haviam me devolvido depois que sai da Seleção e disquei o numero de tia Liza, mas só fazia chamar. As luzes da rua estavam começando a ligar, logo a escuridão da noite chegaria. Entretanto a casa dos meus tios estava em total escuridão.

— Ninguém atente. Eles deviam está me esperando. Algo de errado está acontecendo.

Olho para Fred e ele, não sei como, me deixou tranqüila com sua expressão doce e passiva.

— Algum problema para vocês se nós fossemos para o shopping?

Eles disseram que não, então continuamos a seguir. O motorista sempre olhava para trás, o que me deixava ansiosa. Parecia que alguém estava nos seguindo.

— Acho melhor entrarmos nessa avenida movimentada e despistarmos esse carro preto que está atrás de nós. ­— Disse o motorista.

A movimentação da cidade estava grande, provavelmente por conta do fim de feriado. Era fácil se perder de algum carro aqui.

Depois de um tempo circulando nas pistas, decidi entrar no salão de beleza.

— Stevie, pode parar aqui nesse lado?

— Claro. Ficaremos de vigia.

— Não precisam ficar plantados aqui na porta. Porque não trocam de roupa? Vai chamar menos atenção. — Fred olha para Stevie e concordam. Tinha uma loja de roupa do lado do salão, o que facilitou bastante.

Aproveitei e comprei roupas novas para Ruby, jogando fora aquelas roupas velhas.

Entrei no salão de beleza, uma mulher loira me atendeu ela disse que era minha fã e que torcia para que eu ganhasse na Seleção, quando ela falou isso o programa avisava que eu havia saído do concurso. Isso a deixou triste, mas ao mesmo tempo feliz, pois teve o privilégio de tirar fotos comigo antes que eu mudasse meu visual.

— Olá senhorita. — Disse um cara com bigode grande e cabelo liso de lado.

— Oi...

— O que vai querer no cabelo? Um corte Chanel com mechas ficaria lindo.

— Perfeito. Pode corta.

— Mas... Eu disse brincando, seu cabelo longo é muito lindo. E esse preto natural? São poucas as que têm esse privilégio.

— Eu quero tirar tudo que me lembre a Seleção, a começar pelo cabelo. Cansei de cabelo longo, entende?

— Sim senhorita, se deseja assim.

— Pode cuidar desta pequena para mim? Ela precisa de um dia de princesa.

— Deixa que eu cuide dela. — disse uma mulher de cabelo curto até o ombro disse. Ela usava óculos e era baixinha.

Depois de alguns minutos vi Fred e Stevie entrar para ver se eu ainda estava no salão. Eles tinham trocado de roupa, o que caiu muito bem, já que destacou seus músculos.

Para meu cabelo ficar pronto levou mais de duas horas. Quando vi o resultado me apaixonei de primeira.

— Oh meus deus! Ficou incrível. Acabou de ganhar uma cliente. — digo balançando os cabelos de frente ao espelho.

— E o mundo acabou de ganhar uma loira belíssima.

— Obrigada.

A mulher que se encarregara de Ruby estava vindo com a mesma, que quando me viu correu em minha direção.

­— Meu Deus, você parece uma modelo!

Abaixei-me para ficar da altura de Ruby.

— Obrigada. E você está parecendo uma princesa com esse laço vermelho e vestido combinando.

— Encantada, senhorita. — ela fez uma reverência.

Sorri diante daquilo. Ela tinha uma educação que impressionara, nem todo mundo consegue fazer uma reverência de primeira sem errar. Digo por experiência própria.

Depois de pagar vou em direção ao carro e encontro Fred e Stevie me esperando.

— Vamos?

— A senhorita falou com a gente? — Fred perguntou.

­— Sim. Não está me reconhecendo Fred? Sou eu, Stella! — digo rindo.

— Meu Deus! — ele põe a mão na boca, cobrindo uma parte de seu rosto, ele deve estar envergonhado.

— Se sua intenção era mudar, conseguiu. Mal reconhecemos à senhorita. — disse Stevie sem graça.

­— Não tem problema. Agora vamos comer algo por que estou faminta! — passo a mão em minha barriga para enfatizar.

Entrei no carro depois de Ruby, Fred foi à frente conversando com Stevie. Chegamos ao Shopping eram exatamente 20hr e 05min, assim que adentramos Ruby correu em direção a uma loja. Era uma loja de calçados, ela olhava para vitrine e expressava uma tristeza profunda.

— O que aconteceu Ruby? — pergunto ajoelhando-me ao seu lado.

— Essa sapatilha... — Ela apontou para um sapato de cor preta sem detalhes. — Minha mãe usava uma dessas quando...

Antes que ela terminasse, eu a abracei bem forte. Ela não precisava carregar aquela dor sozinha.

— Eu estou aqui, okay? — digo depois de desfazer o abraço.

Ela afirma com a cabeça e abriu um sorriso fofo.

— Agora vamos comer por que eu estou morrendo de fome!

Pegamos o elevador e fomos para o segundo andar onde tinha as lanchonetes, procurei uma que tivesse um Hamburg bem caprichado. Mas acabei sendo vencida pela preguiça e a fome. Por isso entraram na primeira lanchonete que vi.  

A filha da rainha (HIATOS)Onde histórias criam vida. Descubra agora