2 - William

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Vinte minutos...

Foi o tempo que levei encarando o celular na minha mão antes de criar coragem para mandar a mensagem para Luíza... Sinto-me idiota, mas não estava certo de que era bom fazer isso. Combinamos de sair amanhã para um jantar e fiquei a semana inteira desligado e ansioso.

Quando passei na frente da casa dela, indo para casa, vi o Elantra na garagem e fiquei pensando que poderia ir buscá-la na faculdade, já que talvez viesse de táxi ou Uber. O que não seria seguro. Ou ainda viesse de carona, o que talvez fosse mais sensato, porém, assim poderia vir com minha carona, certo? A quem quero enganar? Estou morrendo de vontade de vê-la e inventaria qualquer desculpa, ainda mais que ela não está bem essa semana. Sugeri levá-la ao médico, mas não tive sucesso.

Ela desliga no segundo toque, mas manda mensagem em seguida, e a amiga manda um áudio pedindo para ir. Mudei a rota, mas não tirei o olho do celular com medo de Luíza dizer "não vem". Assim que a vejo, desço do carro para encontrá-la. Ela está acompanhada por uma mulher e dois homens. Ela abre um sorriso maior ao me ver e quando a amiga diz algo no ouvido, ela sorri mais e fala algo. Está linda, como sempre, porém fragilizada, a gripe a pegou feio dessa vez, mesmo que ela negue.

Não consigo me concentrar muito nela, já que um dos rapazes para na frente dela, pega a mão e fala algo. Fico imóvel. Nunca pensei que ela teria intimidade assim com um dos seus amigos. Ela diz algo a ele e vem até mim, me dá um beijo na bochecha, e nos apresenta. Encaro por um tempo maior o tal de Lucas. Não gostei muito dele, mas seu aperto tem um toque de 'cuidado', e entendo que se refere a Luíza.

Ela se afasta, espirrando umas vezes e o tal Lucas se adianta lhe dando lenços, e fica próximo suficiente para abraçá-la. Sorrindo, diz que ela está péssima e ela sorri dizendo o mesmo, o que é claro, concordo de imediato, mas ela não está séria.

Já não tinha gostado de ouvi-lo chamá-la de Emy. Quem ele pensa que é? Porém, fica pior quando ele segura o rosto dela entre as mãos. Imagino que ele se inclinaria e a beijaria. Só que me surpreendo. Lucas fala como um irmão mais velho, preocupado, tanto quanto eu, com a saúde dela. Talvez ele não seja tão ruim como pensei...

— Ahhhhh, me deixou extremamente tranquilo. — Ri olhando a tal Helen. — É como se deixasse você gripada de biquíni no meio do Alasca.

— Cala a boca, vou cuidar tão bem dela que amanhã — Luíza espirra mais umas vezes e me controlo para não puxá-la para meus braços e aquecê-la —, ela estará novinha em folha. — Helen dá tapas no braço de Lucas e encara Luíza. — Como o suporta?

— Ela me ama — responde Lucas sorrindo ao mesmo tempo em que Luíza diz 'quem disse que suporto'.

Enquanto os três riem, o tal Alexandre olha tão espantado quando eu, como se fosse tudo novo para ele também. A audácia desse Lucas com relação a Luíza é demais!

— Gata, se cuida, ?! — Se inclina beijando a ponta da orelha de Luíza e fala alto. — Não vejo a hora de te ver sábado. — Pisca com um sorriso que estou louco para fazê-lo engolir.

Irmão coisa nenhuma. O cara está dando em cima dela na minha frente. O que esse babaca está falando sobre sábado? Luíza, me olha um pouco espantada, então completa:

— Se estiver a fim de achar garotas deveria acompanhar o Lucas, ele tem certo imã. — Cumprimenta Alexandre com um beijo na bochecha e olha para mim. — Se importa em levar a Helen conosco?

— De jeito nenhum — respondo quase sem sangue na mão de tanto apertar e só percebo quando estendo a mão para segurar a dela. — Vamos?

— Claro. — Segura minha mão, mas logo para. — Espera. — Olha Lucas se afastando. — Ei Adônis? — Ela o chama sorrindo.

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