6 - Luíza e Erick

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O olhar de William se encontra com o meu no mesmo instante, parece que sentiu que me levantei. Não chegamos ao corredor e Helen me abraça aos prantos.

— Erick não vem me buscar, mandou mensagem dizendo que está ocupado.

— Trabalho? — Levanto o rosto dela.

— Não. Está com alguma vadia.

— Hel, quando vai dar o pé na bunda desse cara?

— Gosto dele, ele me escuta, me entende e sabe que cuida de mim.

— Hel, ele só te usa — falo irritada.

— Não é verdade! — ela grita.

— Então me diz por que quase desabou na mesa? O que houve então? Se gosta dele e aceita as idiotices que ele faz, por que está chorando agora?

— Não sei, tá legal, não sei. — Gesticula, gritando e muitas pessoas nos olham. — Estou estranha hoje, e tudo é culpa sua. — Aponta para mim.

— Minha? — Só pode estar bêbada mesmo. — O que eu fiz? Dancei com você como uma louca no meio de um bando de desconhecidos? Cantei Beyonce? Estou vendo William dançar com a Paula e louca para ir até lá, mas estou aqui com você? — bufo irritada. — Devo ser mesmo uma merda de amiga!

— Não. — Me abraça, novamente chorando. — E sou uma droga de amiga. — Afasta-se limpando as lágrimas. — Desculpa, Emy, vai tirar o William de lá — diz com um riso forçado.

— Não vou te deixar até me explicar o que está havendo.

— Nada, amiga. — Pega minha mão e está com a maquiagem toda borrada. — Devo estar de TPM, é isso. — Limpa os olhos. — Droga! Minha maquiagem já era — reclama olhando a mão suja de rímel.

— Te ajudo. — Puxo-a para o banheiro, ela me barra.

— Não, você vai voltar e resgatar o William. — Solta o ar pesadamente. — O cara gosta de você, dá uma chance para você ser feliz, tá legal? Vai lá e deixa de ser Virgem. — Bate em minha bunda, rindo.

— Hel, vai me contar o que está havendo?

— Assim que eu descobrir o que é. — Dá uma risada e vai para o banheiro. Vou à mesa e aviso Lucas.

— Vou embora, estou com dor de cabeça — Ele me olha sabendo não ser verdade. — O idiota do Erick não vem buscar a Helen. — Alexandre faz um barulho como se engasgasse com a água que está tomando. — Possivelmente ela vai chamar o Fábio. Certifique-se de que ela estará dentro do carro quando for embora, ela bebeu demais — digo a Lucas.

— Ela está bem? — diz Alexandre, levantando e Lucas franze a testa, assim como eu.

— Acredito que sim, deve ser efeito da bebida — digo olhando Lucas. — Cuida dela.

— Aonde vai? — levanta e beija meu rosto.

— Encontrar um amigo. — Pego minha bolsa e Lucas me segue.

— Vou com você.

— Não. Vai cuidar da Hel. — O impeço, ele bufa. — Também te amo, você sabe, não é? — Ele revira os olhos. Vou até William que ainda está colado a Paula. — Paulinha, minha linda, pode liberar o Will? — Seguro o braço dele.

— A música está acabando — ela diz colocando a mão no braço dele puxando-o de volta.

— Preciso ir embora e ele vai dirigindo.

— Aconteceu alguma coisa, Luíza? — William vira para mim.

— Estou com dor de cabeça e preciso resolver um assunto agora.

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