𝟎𝟖

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Lia Davis

Acordei assustada, com o corpo todo suado, gritando feito uma maluca. Meu coração estava disparado, e a sensação de pavor ainda impregnava meus pensamentos. Coloquei as mãos no rosto, tentando controlar minhas mãos trêmulas e trazer um pouco de calma à minha mente agitada. Minha respiração estava ofegante, e minha cabeça começou a girar, aumentando ainda mais a sensação de desespero.

— Tudo bem, Lia? — A voz de Elijah me trouxe de volta à realidade. Ele apareceu na porta do quarto, com o cabelo despenteado e a gravata na mão, sinais claros de que tinha acabado de acordar.

— Foi um sonho ruim, só isso — respondi, minha voz tremendo levemente enquanto tentava tranquilizá-lo.

Ele me encarou com preocupação nos olhos e se aproximou, sentando-se ao meu lado na cama.

— Qualquer coisa, me chame. Estarei na sala — disse ele suavemente, antes de se inclinar para dar um beijo reconfortante na minha testa.

Fiquei observando enquanto ele saía do quarto.

Eu sabia que minha mãe era fanática por magia. Ela levava muito a sério essa história de legado que as bruxas deixaram para nós. Ela queria que eu desse mais atenção a isso, mas eu nunca dei muita importância. Desde pequena, eu sabia das minhas origens. Minha mãe era uma bruxa muito poderosa, e, de acordo com as lendas, a cada geração as bruxas da família Davis vinham mais fortes.

Minha mãe sempre me contava histórias sobre nossas ancestrais, mulheres poderosas que moldaram o mundo à sua volta com feitiços e encantamentos. Ela esperava que eu seguisse os mesmos passos, que abraçasse minha herança com o mesmo fervor que ela. No entanto, para mim, a magia sempre foi algo distante, uma parte da nossa história que eu não conseguia aceitar completamente.

Mesmo assim, eu não podia negar o poder que sentia dentro de mim, algo que eu sabia que vinha das gerações de bruxas antes de mim. Apesar de tentar ignorar, havia momentos em que sentia a força da magia pulsando em minhas veias, lembrando-me constantemente do legado que minha mãe tanto venerava. A presença de um Mikaelson só complicava ainda mais as coisas.

Eu conhecia muito pouco sobre a linhagem Mikaelson, mas sabia o suficiente para manter a devida distância. No entanto, quando meus olhos cruzaram os de Elijah, fui impedida de me afastar. Era impossível manter a distância adequada de alguém como ele.

Havia algo em Elijah que me atraía, uma presença magnética que tornava difícil ignorá-lo.

Levantei, sentindo minhas roupas coladas ao corpo devido ao suor do pesadelo, e caminhei até o banheiro. Tomei uma ducha longa, deixando a água quente lavar o medo que ainda persistia. Depois de me vestir, estava pronta para ver Elijah na sala. Descendo as escadas, meus olhos param no homem que olhava para sua lareira, perdido por completo nos pensamentos, com seu copo de bebida.

— Você vai ficar bêbado logo cedo? — Sorrio, mas ele ainda permanece sério.

— Eu preciso, devido às minhas descobertas recentes. — Bebeu mais um gole, com os olhos na lareira. — Quem é Mary?

Merda.

Não teria por que mentir. Elijah era uma vampiro, até onde sei de mil anos. Ele sabia exatamente cada passo errado que eu poderia dar, e mentir agora colocaria nossa pequena relação no lixo.

— Minha mãe.

— Você disse o nome dela hoje mais cedo, em seu pesadelo. — Toma um gole de seu whisky.

— Sinto falta dela. — Respondi.

Elijah sorriu para mim, tentando entender o que passava por minha mente. Eu não queria esconder minhas origens, muito menos esconder que eu já sabia exatamente quem ele era desde o dia que coloquei meus olhos nele.

𝐓𝐡𝐞 𝐎𝐫𝐢𝐠𝐢𝐧𝐚𝐥𝐬 - DαrkηєssOnde histórias criam vida. Descubra agora