𝟎𝟗

8.3K 582 127
                                    

Lia Davis

Estava anoitecendo, e Elijah nem ao menos tinha feito questão de me procurar para tentarmos resolver as coisas. Eu me sentia cada vez mais frustrada e triste. Desta vez, nem mesmo o maldito irmão dele havia aparecido para fazer sua presença maldita na minha vida. Era como se ambos tivessem decidido que eu não merecia sequer uma explicação. Eu estava sozinha, completamente sozinha mais uma vez.

Com um suspiro pesado, segurei meu celular, esperando qualquer coisa que pudesse me distrair desse sentimento de abandono. Foi então que vi uma nova mensagem de Eduarda. Sem esperar por minha resposta, logo em seguida ela me faz uma ligação.

— Sim? — atendi.

Bar hoje, eu e você. O que me diz ? — Sua voz parecia animada, totalmente o oposto da minha. — Faz anos que não saímos juntas, e hoje para comemorar a volta das aulas e a saída daquele professor, os alunos vão se reunir lá. Por favor Lia, precisamos de você.

Qual seria o lugar mais seguro de um híbrido louco do que um bar repleto de gente? Eu sabia que um local cheio de pessoas poderia ser exatamente o refúgio que eu precisava. A ideia de estar cercada por rostos desconhecidos, mas amigáveis, parecia a melhor opção para me afastar dos pensamentos que me atormentavam. Eu estaria segura se aceitasse o convite de Eduarda para sair. Precisava me divertir, esquecer os problemas por um tempo, e talvez, só talvez, começar a me sentir um pouco mais viva novamente.

— Eu vou. — respondi. — Mesmo horário de sempre ?

O mesmo! — Ouvi sua risada. — Te espero.

Desliga.

Me levantei e fui me preparar para a nossa saída. Eduarda era a amiga que sempre conseguia me animar nos meus piores momentos, e estar sendo perseguida por um louco era, de fato, um péssimo momento. Enquanto escolhia uma roupa, pensava em como ela sempre tinha um jeito de me fazer rir, mesmo quando tudo parecia desmoronar. Ela sabia exatamente o que dizer e fazer para me tirar do fundo do poço, e hoje, mais do que nunca, eu precisava dessa leveza e da companhia dela.

Eu me olhei no espelho, tentando encontrar a versão de mim mesma que não estava assustada. Escolhi um vestido preto, não muito curto, mas também não muito longo. Queria algo que fosse confortável e ao mesmo tempo me desse confiança.

Depois de escolher o vestido, passei algumas horas me arrumando. Fiz uma maquiagem leve, destacando meus olhos e passando um batom suave. Arrumei meu cabelo, deixando-o solto, do jeito que Eduarda sempre dizia que me ficava bem.

Quando finalmente me senti pronta, coloquei meus sapatos favoritos e peguei minha bolsa. Olhei ao redor do meu quarto, verificando se estava esquecendo algo. Peguei meu celular e chamei um táxi para me levar ao encontro de Eduarda. Com o táxi chegando, respirei fundo e saí, tentando deixar na minha casa qualquer pensamento que envolvesse a maldita família Mikaelson.

•••

Assim que coloquei meus pés para fora, sai entrando diretamente no bar em que Eduarda estaria. As luzes estavam claras, e vários rostos conhecidos foram vistos, principalmente de minha amiga que me esperava ansiosa.

Logo que comecei a caminhar até ela, as luzes da casa noturna se apagaram, dando lugar a um pequeno espetáculo de luzes que dançavam no ritmo da música. Eduarda, logo se perdeu na multidão. Decidi então seguir em direção ao bar, deixando minhas mãos escorregarem pelos cabelos enquanto eu buscava um pouco de calma.

Bebi meu primeiro gole, deixando o sabor suave da bebida se misturar com a agitação ao meu redor. Foi então que meus olhos captaram um homem que me observava fixamente de uma parte mais distante do bar, sua expressão séria, parecia ignorar qualquer música que estivesse ao seu redor. Ele segurava sua bebida como se estivesse hipnotizado pelo próprio ato de observar.

𝐓𝐡𝐞 𝐎𝐫𝐢𝐠𝐢𝐧𝐚𝐥𝐬 - DαrkηєssOnde histórias criam vida. Descubra agora