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Abro os olhos e vejo que eu caí no sono, junto com Gustavo, pego meu celular e olho o horário, vejo que já deu o horário de visita do hospital. Pulo encima do Gustavo, e ele acorda assustado. "Vamos!!!" Digo afobada. Ele levanta da cama, passa a mão no cabelo, e vai até a garagem pegar o carro. Entro no carro junto com ele. E fomos o caminho todo até o hospital conversando, eu estava muito nervosa, eu não sabia como a Katherine estava, eu não sabia se ela estava bem, se teve alguma complicação na saúde dela nesses últimos dias.

Assim que chegamos, fui até a moça da recepção, e disse que estava ali para ver Katherine. Então, depois de cinco minutos ela liberou eu e o Gustavo para ver Katherine. Antes de entrar na sala em que Kath estava, fechei os olhos e respirei fundo, entrei, e lá estava ela. Katherine estava acordada, fui até ela, e fiquei uns segundos parada olhando para ela. Sempre achei Katherine muito bonita, e mesmo quando ela não estava preparada, ela ainda era bonita, mas agora, ela estava devastada, mas ainda com sua beleza, porém uma beleza um pouco mórbida, ela estava com seu longo cabelo preto e liso estava perfeitamente penteado de lado, seu rosto estava pálido, ela estava gelada, haviam olheiras muito escuras em seu rosto, ela não se mexia, seus olhos pretos estavam vazios. Peguei na mão dela, ela sorriu, sorri de volta, sentei em uma cadeira ao lado dela, e comecei a falar com ela. Senti ela tranquila. Gustavo saiu do quarto e deixou nos duas sozinha, ela contou que estava melhor e que por conta dos tratamentos ela já tinha superado parte do acontecido, contou que o Gustavo não saiu desse hospital e que ficava o tempo todo no meu quarto na esperança de eu acordar, ela disse "ele vale a pena", tirando a aparência fria dela as suas palavras eram amorosas e carinhosa. A enfermeira entrou no quarto, disse que o horário de visita havia acabado. Dei um beijo em sua testa, Gustavo se despediu dela também, e saímos do quarto. No caminho para casa, eu e Gustavo sempre estávamos conversando. Assim que chegamos em casa já era de noite, então subimos para o quarto dele, eu fui tomar um banho para colocar o pijama, tomei banho no banheiro dele mesmo. Coloquei o pijama, eu fui para o quarto de hóspedes para mexer no celular e guardar minha roupa. Ele pediu comida japonesa, depois de comer nós fomos escovar os dentes. Então ficamos na sala assistindo série, resolvemos subir, estávamos completamente sem sono. Então fui ficar conversando com ele no quarto dele, ele me mostrou os livros dele, a coleção de filmes, ficamos jogando jogos de tabuleiro, e por fim, deitei na cama dele e apaguei a luz, ficamos olhando para o teto, e conversando, contando histórias da nossa vida.

G. Teve uma vez, que eu joguei sem querer uma pedra na janela da casa do treinador - Ele fala rindo.
E. Como alguém faz isso sem querer Gustavo?
G. Eu não sei, mas eu fiz. - E nos rimos muito.
E. Eu tô ficando com sono, já. Mas não quero ir dormir.
G. Eu também não quero.
E. Eu tô morrendo de preguiça de ir para meu quarto.
G. Fica aqui.
E. Eu não quero te atrapalhar, eu vou ir sim.
G. Faça o que quiser, mas não precisa ir agora.
E. Ok, então, vamos continuar a conversar.
G. Você é virgem?
E. Não e você ? Aliás, que pergunta besta a minha, claro que você não é - Falo rindo
G. Bom, não sou, e não é besta. Eu perdi no final do ano passado.
E. Sério? Como foi?
G. Não foi como eu esperava, foi algo meio que natural, eu estava com a garota na casa da praia de um dos caras do time, enfim, rolou o clima e fizemos. No outro dia, nem conversamos direito. Então, foi algo indiferente. - Diz ele de um jeito meio largado.
E. Olha, minha primeira vez não foi um bicho de sete cabeças. Digamos que não foi com alguém especial, tipo um namorado, mas foi alguém que eu tinha confiança, e que eu já conhecia a bastante tempo. Estávamos na casa dele, eu tinha ido lá, porque ele queria ajuda com uma matéria.
G. Ah, aquela velha desculpa que nós homens arranjamos para levar alguém para nossa casa.
E. Começamos a nos beijar, e bom, o clima rolou e acabamos fazendo. E cara... Eu não precisava saber das desculpas que vocês homens usam - Falo dando risada.
G. É bom que agora você fica esperta quando alguém te chamar para ajudar com a matéria.

Começamos a contar histórias de terror, eu já tinha contado umas 2 histórias, e quando Gustavo foi contar a dele, sem eu perceber, eu caí no sono.

*** ****

Acordo com o meu celular tocando, pego ele, abro os olhos e atendo.

E. Alô?
M. Filha?
E. Ah, Oi mãe, desculpa, eu acabei de acordar.
M. Tudo bem, então, a moça já foi limpar, aproveitou e limpou a casa toda, nós contratamos ela para ir todos os dias de manhã, arrumar a nossa casa, cuidar de tudo.
E. Tá bom mãe.
M. Você tá bem?
E. Sim, e a senhora?
M. Estou, você ainda está no Gustavo?
E. Estou.
M. Rolou algo? - Fala ela curiosa.
E. Não né.
M. Tchau filha - Diz ela rindo.
E. Tchau mãe.

Desligo o celular, fecho os olhos, eu ainda não tinha reparado em como eu estava, e nem tinha reparado que eu estava no quarto do Gustavo. Então de olhos fechados eu pude sentir, estávamos de conchinha, as mãos dele, estavam juntas as minhas, não estávamos nem cobertos. Lentamente me desgrudei dele, e levantei da cama, e cobri ele com a coberta que estava no chão. Desço até a cozinha para comer algo. Em seguida vou ao quarto de hóspedes tomar um banho, fazer minhas higienes e me arrumar. Fico por um tempo deitada na cama, e escuto um barulho vindo do corredor. Assim que abro a porta, me deparo com Gustavo apenas de bermuda e chinelo, com os cabelos molhados e seu lindo corpo a mostra. Ele me olha e sorri.

G. Bom dia gracinha.
E. Bom dia... Acordou agora?
G. Não, assim que você levantou eu acordei, fiquei enrolando na cama e resolvi levantar para ir tomar café, mas você já tinha ido para o seu quarto, então tomei sozinho e fui tomar banho, sai do chuveiro quase agora, e eu estava indo aí no seu quarto ver você, mas parece que você percebeu.
E. É - Falo sorrindo.
G. Quer andar, sei lá?
E. Quero.

O Vizinho da Casa Ao Lado.Onde histórias criam vida. Descubra agora