Ninfomaníaca

Um Dia No Trabalho

*Ally e Nina por mensagem de texto*

- Nina, você está bem? Estou com saudades de termos uma conversa, pode me contar tudo! Você sumiu!

- Amiga, você precisa saber tudo que eu passei. Estava sendo muito bem cuidada e claro, muito bem comida

- Bem comida? Oi? e eu aqui de quarentena sem nem mesmo poder dar uma chupadinha sem ficar com dor nos pontos. 

~Contei cada detalhe que vivi com os meus dois novos amantes, de forma bem detalhada.~

- SUA PIRANHA! Adorei, mas não teria coragem. Sabe os problemas que isso pode dar? 

- Não. Problema algum. Me sentirei bem de qualquer forma, estamos bem e muito bem. Volto ao trabalho hoje e logo mais vou conhecer o assistente que você escolheu para mim. 

- Amiga, já aviso, ele é gato e inteligente, cuidado. Acho que escolhi errado. 

- Pode deixar, sei bem como lidar. 

*Fim da conversa por mensagem*

Dormi os minutinhos que me restavam e me levantei. Com toda certeza era um dia diferente, fiquei tanto tempo sem trabalhar, que pra falar a verdade não sei quantos dias foi. 

Levantei devagar ainda me espreguiçando, meu corpo estava preguiçoso, mas de jeito nenhum menos gostoso. Estou com saudade da minha rotina, meu trabalho e minha sala e isso voltaria ser assim ainda hoje. Já que eu era a responsável pela empresa, eu mesma iria tratar de todos os assuntos. 

Meus e-mails deixaram bem claro que  aquele lugar precisava de mim. Ally e Lauren estão de férias/licença devido as gêmeas e toda a situação deles então lá vai ser: Eu, Victor, August e claro, O caos instalado em nossas vidas. O único problema é que esses 'caos' metem bem pra caralho. 

- Bom dia - meus devaneios foram interrompidos pela bela voz rouca de Victor na porta - August e eu vamos sair mais cedo - pensei por um momento, são 7 da manhã, pra que sair tão cedo?- tenho que ir resolver umas coisas e August vai passar em sei lá que lugar. 

- Sem problemas, tem o que comer ai? - perguntei indo até a porta do meu armário, previamente recheado com as minhas coisas pelos meus dois 'anjos da guarda'. Escolhi um vestido branco, tubinho, com um blazer preto casual e um par de sapatos meia pata. 

Ele com seu lindos olhos afirmou com a cabeça a minha pergunta e saiu. Tomei meu banho aproveitando cada parte do meu corpo, coisa que não fazia a muito tempo. Um tempo para nós é o mais importante para cada um, sentir cada parte de sua pele e por um momento eu achei que estava no meu apartamento. Terminei de enxaguar o cabelo e abri os olhos o que me fez cair na real e perceber que nada ali era meu, naquele quarto, somente minhas roupas eram de minha posse, meu coração gelou por um momento e meu despertador me lembrou o quão necessário era voltar ao trabalho. 

Coloquei um jeans preto bem colado, sandálias de salto fino estampados, uma regata branca e um terno preto simples e uma bolsa branca (presente da Ally). Comi algo rápido, sai com os cabelos soltos e levemente molhados, pouca maquiagem e o mais delicada possivel, era a minha volta, não era a hora de chamar a atenção. 

Joguei no Waze o endereço do trabalho para não me perder, sou uma tapada de primeira com GPS, portanto, melhor prevenir do que remediar. Ao som de The Chainsmokers - Closer sai da garagem do prédio e segui viagem até a entrada do Drummont S/A. 

Deixei o carro com um dos manobristas e segui para a minha sala. 

No meio do caminho fui interrompida por um furação de cabelos dourados e preso em um rabo de cavalo baixo, mãos delicadas e sorriso sem graça - Me desculpe Dona Nina - ele murmurou  entre dentes enquanto pegava os papeis do chão - Eu não vi que a senhora estava vindo -.

- Não tem problema - coloquei a mão em seu queixo e ele sorriu - Quem é você? - perguntei com a voz suave. 

- Roberto - um terno fino e alinhado, cabelo bem arrumado, um perfume muito marcante e doce, ele parecia ter saido de um mangá - Sou seu novo estágiario, a senhora Ally me convidou a trabalhar aqui - sua voz firme me deixou confortável. 

- Olha, eu quero o relatório do que aconteceu na empresa no período que fiquei fora e quero em menos de uma hora. Por favor, faça o mais rápido que puder. Trás pra mim por favor um café bem forte - dei uma piscadela para ele e sorri. Um pequeno aprendiz tão leve no trato, seus olhos brilharam e prontamente ele acenou com a cabeça e saiu. 

O dia seguiu calmo e muito linear, passei o dia sem interrupções, claro, tirando o Roberto entrando e saindo da sala ainda tremulo com seus atos desengonçados, tentando me ajudar. 

- Se virou bem aqui, enquanto eu tava fora - falei enquanto mordia um cookie bem vagabundo que Roberto tinha trazido de um canto da Drummont.

- Eu tive ajuda, o Sr. Victor me ajudou em casa comento da minha primeira semana - um choque de realidade me tocou.

- Victor? Como foi isso? - indaguei virando a cadeira para a pequena mesa dele no canto da minha sala. 

- Ele que me mostrou sua sala e o modo como a empresa gira, cada ação e cada movimento da empresa - ele engoliu - sabe, é meu primeiro emprego e ele me acolheu como pai. 

- Roberto, quantos anos você tem? - perguntei.

- Acabei de fazer 19, terminei a faculdade agora... 

Seu olho brilhou e eu notei um jeito faceiro e inocente naquele olhar, na hora pensei " Eu quero"