Uma Doce Garotinha - Parte 2

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- Nara, vem com a tia, vamos cuidar dos seus "dodois" e eu já te dou um chocolate bem gostoso, o que acha? - uma médica com jaleco de ursinhos e um sorriso simpático e lindos cabelos pretos de cachos curtos. Nara assentiu com a cabeça e me deu um tchauzinho com as mãozinhas fofinhas e a boca suja de leite. 

Fechei meus olhos por segundos sentada na mesa e apoiada na minha bolsa, por aqueles momentos eu esqueci o problema.

- Nina - uma voz familiar me tirou do meu cochilo. 

- Oi... - respondi sonolenta.

- Olha, tem uma assistente social aqui para falar com você. Já liguei para os seus familiares e pedi para a minha familia me ajudar quanto aos detalhes do enterro - August disse de forma calma.

- Uma assistente social? Por que? 

- Sra. Nina - a mulher começou a falar - A garotinha que estava no carro dos seus pais é sua irmã, como a senhora deve saber, a guarda de um menor é encaminhada ao parente mais próximo ou aos tutores responsabilizados, como padrinhos entre outros. Entramos em contato com a senhora pois você foi designada como responsável por ela. Devo dizer já de ante mão que se não puder ficar com ela, a menor será encaminhada para um abrigo e irá para o sistema de adoção - Ela respirou e pegou os papais da guarda - conversei com o seu noivo, Victor ou August não sei qual dos dois é - seus olhos sorriram, porem sua boca ainda estava muito tensa. Pedi um momento para falar com os meus noivos(?!) e me levantei. 

Ao chegar a frente deles no carro me deparei com uma cena levemente inusitada: August e Victor estavam de joelhos segurando juntos uma caixinha com três anéis iguais e em conjunto falaram: - Quer casar com a gente? 

A primeira frase que veio a minha cabeça saiu como uma bala: - No mesmo dia eu ganhei noivos e uma filha?

- Sim - os dois responderam e Victor continuou - Conversamos sobre isso na ultima semana e chegamos a conclusão que está na hora de oficializar isso, já moramos juntos e agora é que você mais vai precisar de apoio - seus olhos refletiam a minha expressão fechada e dura e August continuou - Podemos criar a Nara como uma família, nunca fizemos isso e acredito que isso será mais fácil juntos. 

- Vocês enlouqueceram, eu vou ser mão da minha irmã? Ela é só uma criança inocente para ser criada por alguém como eu?! Vocês perderam a cabeça, eu não sei se posso fazer isso - as lagrimas romperam meu rosto que estava pegando fogo e os dois se levantaram e vieram em minha direção num abraço caloroso - Eu tenho tanta coisa para fazer da minha vida, vocês conseguem entender que eu nem tenho trinta anos, ainda tenho muita coisa pra ver, muitos penis para ver, eu tenho muito para fazer. Eu amo vocês, mas eu não sei se consigo fazer isso...

- Tenta - a voz familiar da assistente social apareceu de fundo, sai do abraço e me virei para ela. Seus olhos pareciam uma miragem do céu e seus traços parecidos com os da minha mãe fizeram eu chorar ainda mais - Se essa garotinha não ficar com vocês ela será mandada para uma família adotiva e nunca conhecerá o amor de uma familia, aceite ficar com ela. 

Pensei por segundos e respondi com uma certa felicidade: - Sim, aceito! - meu coração dizia - Sim, para todos vocês. Sou mãe e noiva agora!

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