Eloise e Phillip: 1825

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A pedido da menina Toris do Bridgerton Squad.

Quando Eloise sentiu a primeira pontada da dor que a levaria ao parto, ela teve certeza que teria uma menina. Seu primeiro passo, depois de avisar o marido a respeito da dor e ele sair desesperado a cavalo atrás do médico que cuidou de sua gestação, foi escrever uma carta.

A dama era ótima em escrever cartas. Ela admirava a si mesma devido a tamanha habilidade. Ignorando uma pontada na barriga, Eloise rapidamente escreveu para a cunhada Penelope, avisando que naquele momento, seu primeiro filho estava prestes a conhecer o mundo, e que ela tinha certeza que seria uma menina.

Na carta, Eloise solicitava a presença da cunhada o mais rápido possível em sua residência. Ela sabia que Colin protestaria contra Penelope sair em viagem, devido sua recente condição, mas ela tinha certeza que a melhor amiga daria um jeito de vir. Na oportunidade, Eloise conheceria Agatha, a primeira filha de Colin e Penelope, que nascera a pouco mais de um mês.

Agora, dez dias depois do nascimento de sua filha, Eloise esperava pacientemente a visita de seu irmão. A resposta da carta veio de imediato, com uma quantidade exagerada de protestos da parte de Colin e com uma única frase de Penelope, informando que o casal arrumaria tudo para estar com a mais nova mamãe dali a poucos dias.

— Eles chegaram — Phillip entrou no quarto, notificando a esposa. — Pedi para que preparassem chá para os convidados, mas Penelope disse que queria vir direto para cá.

— Ah, por favor, peça para que entrem — falou.

— Não vai atrapalhar? — Phillip apontou para o pequeno pacotinho que se alimentava nos braços de Eloise.

— Não — ela sorriu. — É a minha melhor amiga e o meu irmão. Não tenho problemas com isso.

Phillip assentiu e saiu do quarto, para realizar a vontade da esposa. Eloise sorriu. Desde que descobriu a gravidez, Phillip fazia de tudo para que ela se sentisse confortável, principalmente quando tinha desejos, desejos dos mais absurdos. Oliver e Amanda ficaram um pouco enciumados com a presença interna de um novo membro na família, mas logo se acostumaram e aprenderam a fazer silêncio quando estavam na presença do bebê.

— Minha amiga! — Penelope sussurrou ao entrar no quarto — Como está bela! — Penelope elogiou, dando-lhe um abraço cuidadoso.

— Penelope! — Eloise poderia ter gritado, mas lembrou-se da situação em que se encontrava. — Tio Colin — ela olhou para o irmão, que cuidadosamente caminhava com o pequeno embrulho nos braços.

— Tia Eloise — Colin deu-lhe um beijo no rosto.

Com o maior cuidado do mundo, Colin passou Agatha para os braços de Penelope e sentou-se na cama, de forma que Penelope pudesse recostar-se nele. Phillip avaliou a situação e sentou-se ao lado de Eloise.

— Tia Eloise, quero que conheça Agatha. Sua sobrinha. — Penelope apresentou — Agatha, quero que conheça sua tia Eloise. A pessoa em quem mais confio na face dessa terra para tomar conta de você caso algo aconteça comigo algum dia.

Eloise sorriu, com lágrimas nos olhos. Agatha era parecida com a mãe, mas ela poderia apostar que quando crescesse, teria o jeito do pai. E Eloise ficava feliz com aquilo, apesar de que ninguém precisaria de um segundo Colin na família. Um só já bastava.

— Tia Penelope... — Eloise olhou para Phillip que gentilmente assentiu com a cabeça. — Tio Colin... — Phillip limpou a lágrima que escorreu do rosto da esposa — Quero que conheçam Penelope. A sobrinha de vocês.

— Ela... Ela tem o meu nome? — Phillip sorriu ao ver a reação de Penelope que ficou de olhos arregalados. A dama nunca imaginaria que a sobrinha, filha da melhor amiga, receberia seu nome.

— Penelope — Eloise referia-se a filha — Essa — Ela pegou na mão da amiga — é a pessoa em quem mais confio na face dessa terra para tomar conta de você caso algo aconteça comigo algum dia.

— Bem-vinda ao mundo, pequena Penelope — Penelope sussurrou para a sobrinha. — Bem-vinda à família. Você será muito amada. Afinal, você também é uma Bridgerton.

Phillip clareou a garganta quando percebeu que estava prestes a entrar na choradeira das damas e percebeu que Colin já tinha entrado há muito tempo. Eloise riu, fingindo não notar o choro do irmão, e a voz embargada do marido.

Eloise tinha pensado muito a respeito do nome da primeira filha. Ela queria que o nome da criança fosse forte, de alguém que ela amava e admirava com todo o coração. Seu pensamento foi direto em Penelope: sua melhor amiga, companheira de solteirice por vários anos, e graças a uma ajuda do destino, sua cunhada. Assim que viu o rostinho da filha pela primeira vez, não teve dúvidas que Penelope era o nome mais adequado a menina.

— Colin, aceita uma bebida? — Phillip ofereceu — Receio que as damas queiram aproveitar alguns segundos a sós.

— Seria ótimo. — Colin afrouxou um pouco a gravata, deu um beijo no rosto de Penelope e seguiu o cunhado porta afora. — Na verdade, estou com um pouco de fome...

Penelope e Eloise caíram na gargalhada com as últimas palavras de Colin. Não era nada do que elas já não soubessem: Colin estava sempre com fome.

— Obrigada, minha amiga. — Penelope agradeceu. Pelo que ela estava agradecendo, não sabia direito. — Muito obrigada.

— Tudo o que eu quero, Penelope, é que nossas filhas sejam tão amigas quanto nós somos. Que elas encontrem na companhia uma da outra, não só o laço de sangue que as unem, mas também a cumplicidade de uma amizade.

— Eu nunca pensei que tudo em nossas vidas aconteceria na mesma época. O casamento, a primeira filha — Penelope sorriu —, a felicidade... Eu tenho certeza, minha amiga — Penelope apertou a mão de Eloise — que nossas meninas já são unidas.

Ah, daquilo não tinha dúvidas, Eloise pensou. Seu olhar pousou na mão das meninas, e se surpreendeu ao notar que de alguma forma, Penelope e Agatha tinham dado as mãos.

Coletânea de Contos Os Bridgertons [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora