Benedict e Sophie: 1823

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— Você acha que vai dar certo? — Daphne perguntou olhando pela janela.

— Ah, mas é claro que vai! — Kate estava com a filha, Charlotte, nos braços. A menina resmungava devido aos primeiros sinais de dentes nascendo. — Oh! Charlotte. Sei que a sensação é ruim, mas infelizmente você tem que passar por isso.

— São os dentes dela? — Daphne perguntou, ao ver Kate colocar o próprio dedo na boca da filha, para que a menina mordesse e aliviasse o incomodo.

— Sim! Ela é a que mais está dando trabalho por causa disso, diferente de Edmund e Miles.

— Kate, você acha que vai dar certo? — A voz de Anthony ecoou pela sala quando ele entrou, tomando conta do local — Benedict e Sophie têm três filhos pequenos que estão vindo com eles.

— Sim, nós também temos três filhos pequenos. Siga o plano, querido Anthony, e tudo dará certo. Além do mais, a ideia foi de Benedict. Ele só pediu que eu a executasse.

Kate entregou a filha para Anthony e, virando-se para a cunhada, perguntou:

— Como está tudo, Daphne?

— Os músicos chegarão com o cair da noite, as criadas foram informadas da quantidade de comida que devem fazer e as crianças irão dormir antes de tudo acontecer.

Simon que apenas escutava a conversa parou ao lado da esposa e lhe deu um beijo na testa.

— Não, não, não, não, não. — Kate ficou ao lado do marido que fazia cara feia para a cena que presenciara. — Passaram-se anos e você tem que aceitar que a sua irmã se casou com o seu melhor amigo. — Kate tocou a face de Anthony com os dedos, tentando desfazer a ruga que se formou em sua testa.


Benedict Bridgerton cada dia mais se apaixonava pela esposa e pela família que havia construído. Depois de muito procurar por sua dama de prateado, perceber que ela estava ao seu lado e quase a perder, ele não poderia estar mais feliz.

Anos se passaram e aquele baile em 1815 nunca saiu de seus pensamentos. O jeito como Sophie entrou deslumbrante no salão, o jeito de seu olhar encantado. O jeito que o conquistou a primeira vista. Um verdadeiro conto de fadas, onde a fada e a princesa eram a mesma pessoa.

A partir desta lembrança eterna que o cavalheiro sempre guardaria no coração, ele teve a ideia de reproduzir o baile em que conheceu a mulher de sua vida e, naquele momento, dentro da carruagem no final do caminho para a Casa Bridgerton, seu coração batia forte contra o peito.

Para realizar o seu desejo, ele pedira ajuda para a cunhada Kate que aceitou ajudá-lo sem pensar duas vezes. A irmã Daphne quando soube da ideia também deu pulos de alegria, dizendo que o casal merecia o que haviam tido tanto tempo atrás, só que desta vez, com um final diferente.

Apesar das objeções, Kate e Daphne não o deixaram mexer com nada, a não ser se encarregar de levar a família para a casa do Visconde quando fosse o dia. Elas se cuidariam das roupas, dos músicos, da comida, dos criados e de toda a decoração.

— Fico feliz com o convite que Kate nos fez — Sophie ao seu lado o trouxe a realidade — É sempre bom as crianças passarem um tempo junto com os primos. Assim eles criam certa cumplicidade já que as idades são quase as mesmas. — Ela sorria, alheia a qualquer futura intenção.

— Concordo — Benedict respondeu, pegando a mão enluvada da dama e depositando-lhe um beijo na testa.

Já era noite quando chegaram a casa em que o pintor passou a infância. Benedict e a família foram recebidos pelos anfitriões e o Duque e a Duquesa de Hastings. Festa maior só haveria se todos os Bridgertons estivessem reunidos, o que não era o caso.

Coletânea de Contos Os Bridgertons [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora