Capítulo 8 - Tempestade com os Entes Queridos

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Vamos lá, retornar ao relato de como uma garota de 23 anos invadiu minha vida e me fez perder o rumo, porém, me fez conhecer as melhores sensações de minha existência. Me fez sentir viva e respirando.

Mas, como falei, não foi simples ajeitar tudo para ficar com ela depois de nosso final de semana tórrido e cheio de declarações em Teresópolis, afinal, eu não era solteira.

Lembram que disse que omiti os casos de brigas que tive com Agatha e Natanael por causa da minha mudança de postura diante do meu relacionamento com ele? Então, omiti muitas, porém, dessa vez não posso deixar de falar como reagiram, afinal é parte essencial da história.

Deixa eu contar pra vocês. Seguindo.

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Após termos "virado" Teresópolis de cabeça para baixo. Voltamos no final do domingo para o Rio.

Roberta não tirava o sorriso do rosto e, confesso, eu também não. Estávamos felizes e encantadas com nossa "relação" recém-iniciada. Claro que não havíamos dado nome ao que tínhamos ali, pois eu ainda tinha coisas para resolver antes de me envolver profundamente – sentimentalmente falando – com ela.

Assim que chegamos ao meu apartamento, Roberta estacionou na frente do prédio e me olhou sorridente.

- Vou sentir sua falta. - Falou com voz manhosa, me fazendo rir.

- Também vou sentir a sua, linda. - Falei pegando, discretamente, em sua mão, que estava sobre o câmbio, e acariciando.

- Promete que vai me ligar quando decidir falar com eles?!

Suspirei pesado, afinal seria algo difícil. - Prometo sim... só... - Respirei fundo. - Só me dá um tempo para pensar direito como abordar, tá bom?

- O tempo que você precisar. - Roberta respondeu pegando em minha mão e levando a sua boca, depositando sobre o dorso um beijo delicado.

- Obrigada. Agora preciso ir, amanhã trabalho. - Falei pegando minhas coisas, que estavam atrás, e já abrindo a porta para sair do veículo. - Quando chegar me avisa, tá?

- Pode deixar. - Brincou batendo continência.

Não consegui deixar de rir do jeito brincalhão dela. Fechei a porta e, pela janela, enviei um beijo e fui para dentro do prédio.

Ao entrar no elevador, imaginei todas os possíveis cenários que enfrentaria ao contar a verdade para todos e, garanto, nenhum deles era positivo.

Assim que cheguei em meu andar, saí e, antes mesmo de pegar as chaves, peguei meu celular que permaneceu desligado o final de semana inteiro. Eu até pensei durante o trajeto de volta em ligá-lo, porém o medo de consumia e não queria, caso recebesse alguma mensagem desagradável, deixar Roberta saber.

Apertei o botão para ligar o aparelho e, enquanto ele estava na tela de início, abri a porta e entrei, jogando minha pequena maleta de lado e já fui arrancando os sapatos. Só de sentir o friozinho do piso, meu corpo inteiro arrepiou, me dando aquela sensação de lar.

Coloquei as chaves junto ao celular sobre a mesa e fui direto beber água, pois estava sedenta. Não é novidade para ninguém que, nos dias atuais, manter o celular desligado ocasionaria uma enxurrada de ligações perdidas e mensagens, seja SMS ou no Whatsapp.

Ainda da cozinha, ouvi os sons das inúmeras notificações chegando ao me aparelho na sala. Cada um deles me causava um arrepio novo, mas me segurei. Não era hora de fraquejar.

Roberta (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora