Cá estou eu, para contar a vocês o resto dessa história. Saibam que estou resumindo o máximo que posso, pois só quero contar sobre eu e Roberta. Aqui eu omiti minhas crises de consciência, algumas brigas feias que tive com Natanael e Agatha, que defendia o padastro, etc. (Mas não vou deixar de falar algumas coisas de quando "descobriram").
Hoje vou falar sobre uma declaração inesperada que recebi e que me fez ver as coisas de outra forma.
Vamos lá.
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Eu já estava nessa "brincadeira" de "amantes profissionais" com Roberta há quase sete meses. Eu até tentei correr em algumas situações, mas ela sabia como me encurralar, me deixar desarmada, o que dificultava minhas negativas.
Naquela semana, tínhamos uns quatro dias sem nos falarmos, nem mesmo por celular, e eu estava me sentindo um pouco incomodada com seu silêncio, porém, como não éramos nada, não a procurei, deixando "pra lá".
Meu relacionamento com Natanael estava cada dia pior, chegando ao ponto de ocorrer brigas feias entre nós dois. Eu queria poder continuar olhando para ele como homem, com desejo, mas não conseguia e, as poucas vezes que cedia e "cumpria" um papel de namorada, era torturante e nem um pouco satisfatório.
Eu sabia que ele sentia que havia algo mais ali, porém não tinha coragem de perguntar. Aos poucos senti que ele estava se distanciando também, chegando ao ponto de uma vez, depois dele marcar comigo em um restaurante e chegar quase uma hora depois, eu sentir o cheiro floral de perfume feminino em sua roupa.
Eu falei alguma coisa? Não! Essa é a resposta, simples e crua. Eu não falei uma só palavra, ele estava me traindo com alguém, mas, o que eu fazia com ele também não era traição? Olho por Olho, Dente por Dente, a Lei de Talião. Podia usar aquilo como desculpa para dar um basta e sair "por cima"? Podia, mas eu não era tão canalha a ponto de jogar sujo assim.
Voltando a Roberta, ela havia desaparecido por quatro dias, sem ligar, mandar mensagens, nada, e eu resolvi abstrair e focar no meu trabalho. Até que sexta-feira chegou e com ela uma surpresa que me balançou.
Eu estava saindo do trabalho, já era mais de 18:30 e tive que esticar o expediente para conseguir terminar um projeto em que estava trabalhando, e, quando chego ao térreo, com quem me deparo na portaria do prédio comercial? Ela mesma, Roberta.
Como sempre elegante, usando roupas despojadas e joviais, mas sexys. Assim que a vi, senti meu peito apertar e meu coração palpitar no peito, me fazendo sorrir inevitavelmente. Ela fumava seu cigarro, liberando a fumaça de uma forma displicente, chamando a atenção de várias pessoas que passavam, mas não olhava para ninguém.
Caminhei até ela e, assim que me viu, abriu um sorriso encantador, me fazendo sorrir também.
- Ora, ora... quem resolveu aparecer?! - Falei em tom de brincadeira, fazendo ela rir.
- Isso quer dizer que sentiu minha falta, Ângela?! - Perguntou de maneira pícara, erguendo uma sobrancelha.
- Óbvio que não! Magina se iria sentir falta de você?! - Respondi rindo e a fazendo gargalhar. - Como está?
- Estou bem e você?! - Perguntou me dando dois beijos no rosto em um cumprimento rápido, mas já agarrando minha mão e me puxando para segui-la.
- Cansada, mas bem. - Respondi a seguindo.
Segui Roberta até seu carro, que ela havia comprado na época havia uns dois meses. Era uma caminhonete Strada cabine dupla. Segundo ela, era sua preferida, pois lhe lembrava sua casa, onde seu pai tinha uma para trabalhar na granja que mantinham.
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Roberta (Romance Lésbico)
RomantizmNão sou o tipo de mulher que gosta de falar o que me passa, porém, não podia guardar essa história só pra mim, afinal, foi intensa demais. Roberta, linda, petulante, sedutora e dona de si. Sabia exatamente como me enlouquecer e tirar qualquer resquí...