- 4 -

507 47 9
                                    

O homem riu debochado, ainda sem revelar seu rosto.

- Parece que seu amigo não te conhece verdadeiramente, não é mesmo, Jeon Jungkook? - Encaro o garoto, que estava cabisbaixo. - Esse garoto aí, é um assassino, seu trabalho é matar pessoas! Ele matou meus amigos, minha família, tudo foi tirado de mim! - O homem se aproximou do garoto e o pegou pelo pescoço. - Agora você irá morrer, pagará por tudo que fez!

Esse com certeza era uma "vítima" de Jeon. Ele iria o matar se eu não fizesse algo logo, e também, Jeon é MEU alvo, portanto EU irei pegar ele antes de você, que chegou agora e pensa que vai ser fácil.

Pego uma barra de ferro que estava no beco ao nosso lado e bato na nuca do homem, que caiu no chão apagado. Puta que pariu matei ele sem querer? Eu queria apenas mostrar que ele não era um alvo tão fácil assim para você...

Jeon e eu ficamos olhando assustados o corpo no chão.

- Posso mesmo confiar em alguém como você? - Pergunto após um tempo. - Confiar em alguém que tirou tudo de um homem?

Ele se calou e abaixou a cabeça. Após um tempo curto eu o empurrei, encostando suas costas nas portas de uma loja, já fechada ou talvez falida. Seu rosto se ergueu, ele estava chorando, todo indefeso. Ao ver seu rosto, meu coração acelerou.

- J-Jeon? - Me afastei rapidamente. Por ele estar se apoiando em mim, caiu. - M-me desculpa! E-eu sou impulsivo às vezes...

O garoto passou a mão pelo rosto, negando.

- Se eu te contar... você não vai querer ser mais meu amigo.

Apesar de eu saber da verdade, queria ouvir da boca dele, o que ele achava que era, qual sua visão sobre seus atos.

Sento ao seu lado a fim de ouvir sua suposta história. Se tudo que ele disser bater com o que estava escrito na ficha dele, irei acreditar que ele é um garoto que não toma cuidados sobre seu trabalho.

- Mal te conheço, mas você pode me dizer... Não contarei à ninguém, não se preocupe. Se eu contar, pode me matar. - Ele me encara assustado enquanto eu apenas sorria.

E ali estávamos nós, sentados na calçada de uma rua deserta, sendo já 9 horas da noite, com um provável cadáver em nossa frente.

- Eu... mato... algumas pessoas... - Deu uma pausa para ver minha reação, apenas me fingi surpresa. - M-mas é para minha sobrevivência! - Disse rapidamente. - Mato desde meus 11 anos... digo, tinha pessoas que faziam isso para mim, porque eu não sabia nada sobre como cometer esses assassinatos, e nem queria fazer isso. - Suspirou. - Faço isso porque meu pai era uma pessoa como eu, mas ele morreu em combate. Desde então, há vários outros criminosos, desde pequenos grupos de bandidos até gente da máfia que me procuram para matar a herança que meu pai deixou.

- Mas, e sua mãe? - Em sua ficha não havia nada sobre sua mãe, só há duas possibilidades: ou ela está morta, ou está viva ajudando o filho secretamente.

- Está morta. - Disse tão friamente que me assustou.

- Ah, sinto muito... - Ele negou.

- Foi até bom, para não viver em um mundo assim.

- Você nunca pensou em desistir dessa vida? - Fitou meus olhos.

Eu via um brilho sua íris escura, como se fosse uma luz na escuridão. Era capaz de eu me perder nesse olhar inocente.

- Eu não posso. - Disse sinceramente. - Como eu disse, mato pela minha sobrevivência.

Desvio meu olhar para o homem que estava do nosso lado.

- Vamos andando, não quero que alguém pare aqui e nos veja com um cadáver em nossa frente. - Me levanto e lhe ofereço a mão.

- Você ainda quer ser meu amigo? - Ele se levantou com minha ajuda. - Por favor guarde esse segredo!

- Eu sou seu amigo, e como uma promessa de que irei guardar o segredo, vou lhe contar um meu...

Na verdade eu não tinha algum segredo que pudesse ser contado à ele, apenas o fato de eu ser uma garota, mas isso poderia interferir na nossa aproximação, porém era o único jeito, eu não conseguia pensar em nada naquela hora.

- O que Hwan havia dito está certo. - Começo a andar em direção à minha casa e ele me segue, ainda pensando.

Quando finalmente repara, tampa a boca.

- O quêêê??

[...]

Jeon havia chamado um de seus seguranças para buscá-lo e acabou voltando de carro na metade do caminho. Ele disse que poderia me dar carona, mas eu não queria correr o risco, então recusei.

Estou começando a ficar preocupada em relação à mim...

Me deito na cama e fico pensando em como posso tirar proveito do que aconteceu hoje.

[...]

Na semana seguinte, apresentamos nosso trabalho, e finalmente, consegui me tornar próxima de Jungkook, ele contou mais sobre sua história. Disse que seu pai havia sido morto em combate, mas nunca soube quem o matou.

Eu não sei até quando irei segurar para prendê-lo...

E mais dias haviam se passado, quando percebo, eu estava tendo emoções diferentes quando conversava com Jeon, às vezes ficava envergonhada quando percebia que ele me fitava durante o intervalo, o que sempre ocorria.

Eu sabia bem o que isso era, e eu apenas aceitei.

- Gente... - Me sento no tapete da minha sala. - Tenho que confessar uma coisa para vocês. - Todos ficaram inquietos.

Era apenas mais um final de semana, com mais uma reunião da equipe, que não valeria a pena mais.

- Nós também... - Os garotos disseram. Momo ficou calada.

- Estou começando a gostar muito de Jeon. - Digo. - Aquele gostar.

- Nós também estamos gostando dele. - Sehun sorriu torto, Yugyeom bagunça os cabelos e Woozi abaixa a cabeça.

- O quê? - Momo diz incrédula. - Nós chegamos até aqui, para vocês desistirem? - Me encarou. - Cadê a Yuna que eu conheço?

- Momo, você não viu o quão indefeso ele é! - Deito no sofá e abraço a almofada. - Semana passada um homem que parecia ter sido vítima dele apareceu, enquanto voltávamos para casa... Eu tive que ajudar porque ele não conseguia se defender... - Pego o celular. - Pyo disse que poderíamos desistir, então... - Os meninos balançam a cabeça positivamente.

- Não estou acreditando em vocês. - Ela diz chateada.

- Momo, o dia chegou... - Digo sorrindo de uma forma triste para ela.

Ela queria que eu começasse a gostar de alguém, desde os nossos 13 anos e finalmente está aí, nosso inimigo, 3 anos mais novo que eu e inocente como criança, mas que faz eu sentir sentimentos diferentes.

- Justo o inimigo Yuna? - Negou. - Então eu desisto... - Concordou em desistir por fim.

Liguei para Pyo, mas ele não estava atendendo, então decidi ir falar pessoalmente com ele, junto com a equipe, já que queríamos outra missão logo.

Assim que chegamos no quartel, tudo estava destruído e bagunçado.

Fomos invadidos.

Mission Failed || Jeon Jungkook - BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora