Um novo dia, outra luta para evitar vomitar durante o almoço.
E não por causa da comida, esta era muito boa, mas por causa das pessoas por quem se viu rodeado um dia após o outro. Era pretensioso demais se dissesse que pretendia voltar a sentar-se sozinho do que estar junto daquelas pessoas folgadas e soberbas? De qualquer forma, Lee Ohn não havia deixado de convidá-lo e do nada ele tinha se tornado algo, tipo, um membro da melhor mesa, mesmo que fosse óbvio que mesmo que o seu traseiro tivesse uma cadeira ali, Minseok não era parte do círculo e nem da pirâmide. Ainda. De qualquer forma e mesmo que sempre aceitasse seus convites, odiava passar o tempo ali. O almoço demorava em torno de uma década junto a eles e era uma tortura.
Em mais de uma ocasião, Minseok havia tido o impulso de se pôr de pé e ir embora de um jeito grosseiro, mas se reprimia. Se reprimia porque sentia pânico em voltar para a mesa isolada. Às vezes ele olhava para o seu antigo lugar de onde estava e parecia tão distante e escuro que lhe causava calafrios e ele repetia para si mesmo milhões de vezes como uma criança assustada que não queria isso outra vez, não queria voltar para aquele lugar que de alguma maneira, sentia que era o seu lugar, como se o seu nome estivesse escrito na cadeira de um jeito macabro. Se ia mudar, precisava de algo melhor, e não retroceder para o pior.
E por isso se obrigava a se sentar ali e fingir que gostava da companhia de alguns jovens cujas afeições eram festas, se embriagar e criar de uma bobagem o maior drama da história. Apesar de tudo e se não prestasse atenção aos comentários inoportunos, era legal ver como todos interagiam entre si, rindo, entendendo, sendo felizes... Não era o que ele tinha esperado, mas continuava sendo mais e preferia um milhão de vezes sentir a pressão de uma cálida coxa contra a sua dando-lhe a certeza de que havia alguém ao seu lado, do que o frio de um destino tristemente confiável.
— Ééé... não sei do que você está falando, na verdade.
Saiu de seus devaneios ao ouvir a voz de Lee Ohn, a única companhia agradável no mar de baboseiras. Ela estava na sua frente, ela sempre estava bem perto por sorte, não sabia o que faria caso contrário. Dava para perceber que ela estava um pouco corada, cobrindo seu rosto de forma charmosa enquanto as demais garotas lhe sorriam.
— Sei que você sabe — outra falou maliciosamente e então uniu-se à elas encarando-a. — Vamos perguntar para Minseok-ssi, é verdade que é assim?
— Para — Lee Ohn intercedeu mais incomodada do que qualquer coisa.
Minseok não entendia, tinha se perdido de tudo depois de ouvir as crônicas repetitivas do fim de semana passado, basicamente o mesmo de sempre: festa, bebedeira, garotas lindas e... vazio.
— O quê? — questionou.
Ela se inclinou ignorando sua amiga. — Estávamos falando do desperdício que representa o fato de que Lee Ohn não está interessada em nenhum garoto.
Minseok arqueou uma sobrancelha olhando para a mencionada, intrigado.
Isso sequer deveria importar?
Não é como se as mulheres estivessem obrigadas a procurar homens como se os seus únicos objetivos de vida fossem coisas como se casar e ter filhos. Do seu ponto de vista, isso era absurdo e ofensivo, e lhe surpreendia que Lee Ohn não dissesse nada a respeito, mesmo que olhando-a com mais atenção, pôde discernir um pouco (muito) de incômodo em sua expressão forçada.
Obviamente Minseok não disse nada do que na verdade pensava... e sorriu.
— Me pergunto se é assim mesmo — seu tom foi exagerado na intenção de pretender ser "simpático", mas claro, ninguém notou.
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A Oitava Nuvem [TRADUÇÃO PT-BR]
ФанфикPor trás de uma longa vida de mal entendidos e problemas, Minseok está decidido a mudar as coisas. Esse novo ano escolar será diferente, ele pressente, mesmo depois de uma grande lista de tentativas falhas, que tudo continua do mesmo jeito e as pess...