A Oitava Nuvem [TRADUÇÃO PT-BR]

XVI

Jongdae se permitiu esquecer por um segundo que caminhava ao lado de Lee Ohn.

No começo, ele tinha lamentado dizer que sim, se ela estava presente então ele não poderia conversar com Minseok, mas tampouco tinha uma desculpa plausível para dizer que não, no fim das contas, ela estava tão preocupada quanto ele e tinha o direito de visitar o seu amigo. Jongdae a observou caminhar ao seu lado; parecia estranho, fazia anos que não passava um tempo com ela, a garota continuava a mesma de quando a tinha conhecido, seu cabelo estava mais curto, mas ainda era igualmente linda. Caminhava com o andar de sempre; segura e com o olhar erguido, as costas bem eretas. Diferente de Sei Ah que se movia de um jeito parecido, Lee Ohn não inspirava medo, e sim aura de uma líder.

Qualquer um que a visse pensaria nela como alguém altiva.

De qualquer forma, era mais impressionante para si a ideia de ir a casa de Minseok sem permissão do que se gabar pelo fato inesperado de estar andando ao lado de uma antiga conhecida. Esperava que os pais do seu parceiro não tivessem uma má impressão de si... esperava que Minseok estivesse bem. Dois dias de descanso tinha que ser o suficiente, certo? Quando eles bateram na porta, seus nervos estavam consumindo-o enquanto Lee Ohn estava serena como sempre.

Como ela fazia para manter tal compostura?

Uma menina de cabelo castanho escuro com expressão de tédio e os mesmos olhos redondos e grandes de Minseok abriu a porta.

— Sim?

— Eu...

— Somos colegas de Minseok — Lee Ohn se adiantou considerando que ele parecia não reagir. — Trouxemos as tarefas e também queríamos saber como ele está.

A menina franziu o cenho incrédula e os olhou atentamente por um tempo antes de se virar e exclamar.

— Mamãe, papai! Estão procurando o anormal!

Jongdae e Lee Ohn se olharam desconcertados enquanto esperavam mais um minuto até os mais velhos aparecerem. A mãe de Minseok era muito baixinha e de rosto arredondado e pálido, o pai por outro lado era mais alto, tinha a mandíbula afiada e usava óculos. O casal os olhou como se eles fossem dois extraterrestres.

— Vocês são amigos de Minseok? — a mulher questionou. Assentiram ao mesmo tempo. — Minju! — a mulher disse com autoridade. — Como você pôde deixar as visitas esperando do lado de fora? Que falta de educação!

— Pensei que eles estivessem mentindo. O Pão nunca teve amigos, pensei que estavam inventando.

A mais velha suspirou e os olhou com vergonha. — Sinto muito, minha filha não conhece os bons modos. Entrem, por favor.

Entraram hesitantes, definitivamente era uma recepção estranha, mas se se tratava da família de Minseok, era suposto que fosse algo normal.

— Nos desculpe por termos vindo sem avisar — murmurou Jongdae. — Sou Kim Jongdae. — Fez uma reverência formal.

— Ah! — o pai exclamou de repente. — Jongdae-goon, é claro que conhecemos você! — Encarou Lee Ohn com um sorriso. — Você deve ser Dan Bi-goon, certo?

Ela sorriu. — Não, meu nome é Lee Ohn, também sou amiga de Minseok. — Fez uma reverência.

— Trouxemos a tarefa — Jongdae abriu sua mochila e tirou os respectivos papéis. — Poderia entregá-las à ele?

— Ah, vocês não gostariam de vê-lo? — a senhora propôs.

— Ah... — voltaram a se olhar. — Se não for incômodo.

— Claro que não, me sigam.

Seguiram a mulher escadas acima e por um corredor até o final. Viram uma porta e ao abri-la entraram no quarto de Minseok. A primeira coisa que notaram foi que era um quarto extremamente organizado e arrumado, tinha um setor dedicado ao trabalho respectivamente já que a superfície da mesa estava cheia de desenhos, esboços e lápis espalhados; tinha uma pequena mesa de café no centro sobre um tapete e ao lado de uma janela estava a cama onde Minseok repousava. Jongdae passou pela mãe dele e se ajoelhou ao seu lado, notando preocupado sua respiração agitada e seus tremores esporádicos. As bochechas estavam coradas e um pequeno franzimento entre as sobrancelhas, como se fosse difícil viver nesse momento.