VII

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O silêncio reinou de forma abundante, e apenas naquela mesa, visto que o barulho característico de uma lanchonete repleta de jovens ainda estava presente. Minseok queria morrer. Era a primeira vez que dizia algo como isso em voz alta na frente de alguém. Ele não era estúpido, sabia que falar isso em voz alta não tornaria ainda mais real o que já era, mas ele tinha que fazê-lo, tinha que falar, mesmo que isso custasse perder a boa intenção dessas desconhecidas pessoas; mesmo se elas mudassem de ideia sobre querer se aproximar, porque ele não podia permitir que elas avançassem sem ter a verdadeira dimensão do que iriam enfrentar, não seria justo.

Quem sabe, quisesse apenas provar um ponto: se eles soubessem de tudo e ainda assim essas pessoas insistissem em fazer-lhe companhia, então estava equivocado, se eles se assustassem e olhassem para o outro lado, então, estaria destinado a passar uma vida desolada e cheia de rejeição. Honestamente, Minseok não sabia o que desejar, não tinha cem por cento de certeza; ele queria apenas saber para ir embora dali e parar de ser ridículo.

Minseok abriu um olho temeroso para focá-los diante de seu silêncio intrigante e descobriu que, em vez de horror em seus olhares, havia pesar e preocupação.

Pelo menos no de Dan Bi, Jongdae só parecia irritado.

Dan Bi hesitou. — Eu...

— Eu não acredito em você — Jongdae declarou numa voz tensa. — Me mostra. — Minseok ficou tão surpreso que se endireitou para olhá-lo melhor. — Me mostre que de algum jeito, que você é um psicopata antissocial sem nenhum traço de empatia pelos sentimentos humanos.

Minseok não estava tão assustado, estava mais para confuso.

Ele entrecerrou os olhos pensando bem no último comentário, e sem saber muito bem como reagir a sua proporção. Era algo que se podia demonstrar depois de tudo?

— Ah...

— Jongdae — chamou Dan Bi em tom de advertência, sua expressão séria contrastando com seu rosto.

Mas seu amigo não a ouviu, ele se pôs de pé e rodeou a mesa disposto a provar algo, ele pousou uma mão grande sobre a cabeça de Dan Bi fazendo-a parecer ainda mais pequena do que já era. Minseok esbugalhou os olhos e a sua pulsação aumentou como nunca.

— Se agora mesmo eu a puxar pelos cabelos e batê-la contra a mesa, o que você faria?

Minseok esticou uma mão sentindo-se muito assustado. — E-ei, não... Solte-a.

— E se isso acontecer comigo? — Jongdae continuou pressionando, encarando-o de forma penetrante. — Você riria? Me ajudaria?

Minseok se pôs de pé e puxou a mão que Jongdae mantinha enterrada entre os cabelos de Dan Bi. Sua voz tremeu quando o encarou com olhos trêmulos, mas muito mais decididos.

— Você vai machucá-la. Solte-a. — Minseok firmou o agarre sobre o pulso de Jongdae um pouco mais cortando a sua circulação sanguínea.

A batalha silenciosa de olhares se estendeu por segundos absurdos em que nenhum dos dois se afastou para nada. Minseok parecia bastante agitado apesar de Jongdae manter a calma. No final, ouviram um suspiro exasperado.

— Ei, o meu cabelo vai ficar um desastre depois disto.

Se afastaram no mesmo segundo deixando uma Dan Bi de expressão mal humorada ajeitando seu penteado enquanto os fulminava com o olhar. Minseok não estava alterado por causa da inesperada reação dela, alguém que acreditou nunca ver irritada alguma vez, porém, era toda uma situação confusa a que estava vivendo. Jongdae apertou as bochechas de sua amiga com carinho e deixou um beijo em sua testa, sorrindo-lhe um pouco quando se afastou.

A Oitava Nuvem [TRADUÇÃO PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora