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Izabella

Três dias, pelo menos é o que eu acho ter se passado desde que cheguei por aqui, ele me espanca mas do pescoço para baixo segundo ele eu tenho um rostinho bonitinho pra se estragar assim, ele me soltou e me acorrentou a umas barras de ferro fazendo com que eu possa agora me sentar.

   Me sinto fraca e sem esperança já, meus pais não estariam vivos e se estiver o que me garante que eles ligam para mim ou meu irmão.

- Boa Tarde - Falou ele entrando pela porta que vive com cadeados.

- Maravilhosa - Falei zombando posso estar quebrada e praticamente uma morta viva mas não vou parar de inferniza-lo.

- A língua ainda afiada não é - Falou e chutou minhas pernas me fazendo soltar um grunhido de dor.

- Nessa vida eu aprendi que quem fica calada morre sem lutar - Falei e me arrumei naquele canto sujo e olha-lo.

   Ele era nojento, uma barba enorme com a boca sentindo falta de dentes e sua pele clara, ele é bem gordo oque fazia ele ter um jeito estranho ao andar.

- Tem razão - Falou se distanciando e pegando algo no chão e colocando do meu lado.

- Agora me diz oque meus pais devem para você de tão importante - Falei olhando uma bandeja com pão e água.

- Eles mataram meu irmão para obter a favela dele e eu prometi me vingar - Falou segurando meu maxilar e me empurrando me fazendo bater as costas em um baque surdo na parede.

- Poder ? É meu pai ele trabalhava com imóveis e minha mãe com um salão de cabeleireiro eu me lembro - Falei sem entender.

- Foi isso que eles te falaram ? - Começou a rir, rir não gargalhar.

- Foi isso oque eu via e ouvia - Falei balançando minha cabeça negativamente. - Meus pais não matariam nem uma mosca cara.

  Meu pai era um homem forte e com o corpo todo tatuado, eu amava deitar em seu peito e passar a mão em cada desenho ali estampado  sempre me acalmava com isso ele não aparentava ter mais de 32 anos. Minha mãe ela era linda seus cabelos castanho claro e seu corpo de dar inveja era oque fazia dela o centro das atenções eu me lembro deles perfeitamente e nunca vi nenhum se envolver com facções ou tráfico.

- Impossível - Rosnei com desdém.

- Sinto muito mas tudo que você viveu foi uma farsa - Falou e saiu daquela sala.

   Eu gritei, gritei com todas as forças que restavam em meu pulmão ele tinha que estar errado eu não sofri todo esses anos a toa e pior tudo o que eu vivi foi um conto e será que até o amor deles por mim foi uma farsa.

Pesadelo

Três dias e eu não achei ela, eu invadi cada morro inimigo atrás dela e nada eu já não sabia mais o que fazer e não sabia por onde recomeçar eu tava literalmente no escuro.

  Quando meus padrinhos descobriram o sumiço choraram e entraram em desespero, o irmão dela se juntou a mim, 88 e PD atrás dela.

Era agonizante não saber o que está acontecendo ou oque vai acontecer porra eu não gosto disso não.

- Qual foi chegado - PD apareceu no quartinho aqui da boca.

Ele também tava agoniado, ele tem um carinho grande pela Bell e ver isso acontecer não tá sendo fácil pra nois não.

- Nada caralho, to cego em meio a uma multidão tá ligado - Falei batendo a mão na mesa.

- Eu tive uma ideia, falta o Alemão e a Rocinha chegado - Falou e eu o encarei.

- Sou parceiro do maluco da Rocinha e já falei com ele, os dono do Alemão deixou ela na mão de outro chegado meu - Falei - Não são eles !

- Caralho o sub de lá liga na Rocinha e pergunta dele - Falou - Ouvi falar que ele sumiu e não tava bem das ideias.

- Pera lá - Me levantei e peguei o celular ligando.

- Fala parceiro, suave ? - Falei assim que ele atendeu.

- Diz aí pesadelo, fiquei sabendo da sua mina, sinto muito aí se precisar liga nóis - Falou.

- É nóis PK, então mano queria uma informação tu pode me ajudar - Falei meio Cabreiro mais sábia que ele não iria negar.

- Solta a letra irmão - Falou.

- Seu antigo sub, irmão do falecido comandante do Alemão - dei uma pausa - Sabe aonde tá ele ? Qual as ideia ?

- Pô chegado ele essa semana passada recebeu uma informação que os maluco que mataram o irmão dele tá vivo, o maluco endoido e Falou que ia de vingar tá ligado e sumiu simplismente - Parou - Mas to ligado que ele tem um barraco no interior aqui do Rio, no local ************** encosta lá, vê se ele sabe de alguma coisa - Falou.

- Pô parceiro, valeu mermo não sabia mais oque fazer - suspirei - todo e qualquer um é suspeito, vou colar lá sim - Falei.

- Imagino sim parceiro - Falou - Se alguém faz isso com a minha nega eu morro e mato até achar - Falou e deu uma risada breve.

- Mas é isso, é nóis PK valeu - Falei e ele falou um é nóis e desligou.

- E aí ?- Perguntou PD.

- Vamo pro interior porra - Falei pegando meu fuzil.

Patrão Onde histórias criam vida. Descubra agora