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Pesadelo.

-Amorzinho é o caralho, já falei que não quero nada contigo mais não porra - Falei empurrando ela e indo naquele bolo que se formou no meio do meu camarote.

Saber que o cara que me emprestou o DNA, havia se mudado do Rio De Janeiro não me dava alívio, algo me dizia que o Filho Da Puta tentaria algo ainda mais agora que sua esposa e seu outro filho estão no morro.

Deixei o Piloto meu vapor responsável pelo baile e segui Izabella e seu irmão até a casa dos meus padrinhos.

Chegando lá o clima ruim dava pra sentir se pá dava até pra pegar essa porra no ar de tão pesado que tava.

- Vamos lá ! Termina logo com essa porra - Falei alto me sentando no sofá e puxando Izabella pra sentar já que ela não parava de andar de um lado para o outro.

- Tão delicado - A Dona Thamires se pronunciou.

- Tu não viu nada, agora desembucha - Falei mandando serinho para ela.

- Fala direito com a minha mulher moleque - Falou Caleb me fazendo levantar.

- Fala direito uma porra ! - Falei ficando tet a tet com ele - Tá ligado que vocês estão no erro então é melhor começar a falar.

Ele recuou e se sentou ao lado da mulher e nos encarou procurando como falar.

- Não sei nem por onde começar - Falou.

- Pelo começo porra - Falei sem paciência - Pela merda do começo.

Izabella

Ouvir ele enrolar estava me deixando o triplo mais nervosa, o Pesadelo o empeitando mostrou que nem em um momento meio delicado ele deixou de ser o velho e "bom" Pesadelo.

- Acho melhor falar logo - Dei um grito.

- Tá legal ! Fala amor - Falou minha mãe.

- Quando tomamos o morro do Elissandro e o matamos - Ouvir aquilo fez meu peito disparar e minha cabeça dar uma pontada - O irmão dele antes de a gente fugir nos jurou de morte, não só a nós mas a vocês principalmente você Valente - O encarei com raiva, fazendo ele desviar o olhar - Decidimos que vocês estariam mais seguros sem a gente, forjamos o acidente mas antes passamos a guarda legal do Robson para a mãe da mãe de vocês e a guarda da Izabella para o irmão da mãe dela, já que eu não tenho parentes vivos - Pausou - Depois de "morrermos" fomos embora para Campinas em São Paulo e comandamos dali o morro e não pense que deixamos vocês sem assistência pois não foi bem assim eu deixei homens de confiança vigiando cada um de vocês, eu soube quando o Robson se tornou Dono do Morro, quando a Izabella passava de ano eu sabia, via de longe suas festinhas da escola não só dela mas suas também Robson ! Nao deixamos vocês por poder ou por não ama-los mais mas sim por amar demais vocês e eu sou um filho da puta egoísta que prefere ver vocês longe do que tendo sua vida em risco- Eu queria tanto abraça-lo e passar o resto da noite contando suas inúmeras tatuagens como fazia quando pequena - Eu sonhava no dia em que veria e abraçaria vocês ! Sinto muito, me perdoem por ter abandonado vocês ! Perdoem por ter feito vocês sofrerem foi para o bem de vocês, não suportaria ver vocês machucados por minha causa ou até mesmo mortos eu preferia ve-los assim com ódio de mim porém bem, vivos e lindos - Falou e percebi sinceridade em sua voz.

- Eu preciso pensar - Piloto falou se levantando e saindo bruscamente, eu sabia que ele não se renderia fácil.

- Dá um tempo pra ele ! Esses últimos dez anos não foi o melhor pra ele e pra mim - Respirei fundo - Não foi um total inferno teve seus meses bons - Olhei para os meninos em minha volta - Eu encontrei esse Trio maluco que aprendi a amar, eles me deram um lugar na vida e no coração deles e se tudo isso não tivesse acontecido eu não teria eles, são minha família e amo muito cada um deles - Sorri entre as lágrimas - Eu Amo vocês, porra são meus pais ! Tem uma parte minha que ama saber que vocês estão vivos e bem, eu um dia acho que conseguirei abraça-los e olha-los mas não agora me desculpa, só me desculpa - Levantei e sai batendo a porta atrás de mim.

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