Alana é possuidora de um universo que orbita sua mente e um arsenal de por quês ela continua em terra firme. Em uma tragédia na sua vida ela se vê em sua nova super-família, os Jackson's, que apesar de distribuírem tudo que ela precisa o mais necess...
Pessoas normais normalmente lembram de brincar com seus amigos na rua, das histórias de contos de fada que seus pais contam antes de irem deitar, dos seus presentes que vocês tanto ansiavam na infância, ou do chocolate que sua mãe preparava para você.
Algumas pessoas sempre mantém uma parte da infância com ela, outras se tornam adultos totalmente diferentes e eu não estou falando que isso seja coisa ruim. Coisas acontecem e talvez por isso você mude, talvez você precise mudar.
Como Heráclito dizia, a única constância da vida é a mudança
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Eu odiava minha cidade quente. As vezes parecia que o sol debochava de mim com seus raios que penetravam a janela do meu quarto e transformava nele em um micro-ondas gigante. E o que somente eu poderia fazer? Deitar-me atirada no chão e desenhar nuvens pesadas de chuva, uma vingança decente para o sol.
Não que eu não goste da minha casa cinza ou estivesse zangada com o sol e seus raios penetrando é que hoje, plenamente hoje, é meu aniversário de oito anos. Oito anos é etapa importante na vida de uma criança e seu aniversário era para ser uma data festiva, mas mamãe não me permitiu brincar na rua com meus colegas.
Eu não entendi bem, e não estou aceitando bem isso já que sou acostumada a brincar na rua. Por um instante, acreditei que ela estava organizando algo secretamente para mim. Porém, quando fui investigar se havia doces na cozinha, ou balões sendo soprados eu fui recebida com um sonoro '' Alana, vai já para seu quarto'' . E aqui estou eu agora, sendo mortificada presa em um forno gigante que me tornava uma pimentinha gigante desenhando a fúria de todo o sol em sua infinita crueldade de deixar um dia quente e bonito no meu aniversário enquanto eu estou confinada em casa.
De certo que meu ódio seja destinado ao sol e não a minha mãe por provir um castigo injusto e inexplicável, mas pelo menos ela tinha me presenteado com lápis de cores novinhos. E não há uma garota triste no mundo que não tenha o dia alegrado com novas 48 cores diferentes.
Enquanto rabiscava, me imaginava no futuro onde as pessoas admirassem meus desenhos. Troféus e presentes distribuídos...de certo que nessa idade já saberei escrever direito e então darei autógrafos nos meus quadros enquanto uma fila enorme de admiradores me esperam...
Como é bom imaginar, penso suspirante.
No entanto, a minha única fiel admiradora sempre disposta a ver meus desenhos, atualmente, era minha vó que também amava os retratos que eu fazia dela. Eu ainda não assinava meu nome direito, então sempre colocava uma borboleta nos meus desenhos para provar que era algo original e meu. Eu estava ansiosa para mostrar meu novo retrato dela, porém, é estranho que faz muito tempo que ela tinha saído e não tinha voltado...
Eu até perguntei a mamãe, só que ela tinha dito que vovó tinha ido viajar e que já voltaria. Eu pensei durante algum tempo que ela fora buscar meu presente de aniversário, porém com tanta demora me faz pensar que ela só pode estar fazendo ele. Eu não quero acreditar que minha vó viajou logo no meu aniversário.