quatorze

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COUTINHO, PHILIPPE

O sentimento de dor ao sair do avião era enorme, Gabriel que chorava era amparado por Paula e Ney, todos estavam muito quietos, ninguém queria falar nada sobre isso.

Nós desembarcamos e já pegamos nossas malas eu parei para tirar algumas fotos e dar alguns autógrafos e assim que subi no carro da comissão técnica eu perguntei:

— Cadê eles? — Perguntei me referindo a Neymar, Gabriel e Paula.

— Eles foram direto pra Santos. — Paulinho disse.

— Pra arrumar as coisas pro aniversário do Davi. — Fagner continuou.

— Ata. — Murmurei.

— Você vai na festa? — Marcelo perguntou atrás de mim.

— Não sei, tenho que resolver umas coisas aqui. — Disse. — Mas quem sabe né.

•••

O resto do meu dia foi considerado tranquilo, passei um tempo com minha mãe e Maria, nós fomos ao shopping e assim que Maria dormiu nós decidimos ir embora.

— Como foi trabalhar com a Paula? — Minha mãe perguntou assim que entramos no carro.

— Nós nos falamos poucas vezes. — Comentei, parando no semáforo. — Ela estava ocupada com os relatórios, as quedas do Neymar e as costas do Marcelo. — Digo e minha mãe ri.

— Em resumo ela estava te evitando. — Ela diz.

— Possivelmente. — Digo. — Paula nunca foi muito boa com sentimentos, ela prefere guardar o que sente apenas para si mesma.

— Não acho que ela te esqueceu. — Minha mãe diz.

— Se esqueceu ou não, tanto faz. — Digo e aperto o volante com mais força. — A minha vida seguiu em frente e ela não fez nem questão de pensar em mim em todos esses anos, o quanto eu sofri quando ela terminou comigo, pra ela foi tão fácil.

— Eu não diria isso. — Minha mãe comentou. — Depois que ela voltou de de São Paulo, estava estranha mais fria e fechada. — Disse ela. — Ela raramente vinha visitar eles, e quando vinha não passava mais de dois dias e nem dormia em casa. — Contou. — Durante a faculdade ela chegou á chegou a ficar noiva, mas desistiu um tempo antes do casamento, já estava quase tudo pago quando ela abandonou o garoto e parou de visitar os pais. — Disse ela. — Seu Arthur e a dona Cléo ficaram tão preocupados, mas ela voltou assim que completou o curso e se formou entre os primeiros da classe, quando ela voltou pro Rio, ela já havia comprado um apartamento e passou a não visitar mais os pais, a Cléo sempre reclamava das brigas constantes sempre que se viam.

— Por que está me contando isso depois de tanto tempo?

— Por que você merece saber, que não sofreu sozinho, até porque perder um filho não é fácil philippe. — A freada foi tão brusca que minha mãe assustou.

— O que?

— A Paula estava grávida de você. — Disse ela. — Ela ia te contar naquele dia, eu já sabia de tudo, fui com ela ao postinho fazer o teste. — Minha mãe contou. — Os papéis estavam debaixo do balcão da cozinha.

— Por quê? Por que ela não me disse?

— Porque no dia em que ela ia te contar, era um jogo. Primeiro ela diria da faculdade e depois que estava grávida e que preferia você e o que ela carregava. — Minha mãe explicou. — " Meu sonho pode esperar, minha prioridade é o bebê e o philippe". Foi o que ela me disse naquela época. — Minha mãe disse. — Naquela mesma noite ela perdeu o bebê, depois que vocês terminaram, quando ela acordou estava sangrando, quando chegou ao hospital já era tarde, ela não conseguia mais. — Minha mãe suspirou. — Por isso ela foi embora, ela não queria atrapalhar seu sonho Philippe.

— Desde quando uma criança atrapalha mãe!? — Badi a mão no volante fazendo minha mãe assustar. — Desculpe.

— Isso você deveria perguntar a ela, mas pela minha experiência, você estava apenas começando sua carreira, manter uma casa já não é fácil, agora uma criança? Você sabe que crianças dão gastos. — Disse ela e eu concordei. — E a Paula sempre odiou depender dos outros.

— Verdade. — Concordo.

— Ainda acho que vocês deveriam conversar e colocar todas as cartas na mesa. — Ela diz e eu concordo.

— Acredite, ela não quer me ver pintado de ouro mãe.

— O que você fez pra ela?

— Eu não fiz nada, nós fizemos. — Digo baixo.

Minha mãe me dá um belo de um tapa na cabeça.

— Aí!

— PHILIPPE COUTINHO CORREIA EU NÃO TE CRIEI PRA SER UM CACHORRO SAFADO! — Ela gritou e ej respirei fundo ao ver que Maria ainda dormia tranquilamente no banco de trás.

— Eu sei ok! Não precisa jogar na minha cara que eu errei. — Digo. — Não vai acontecer de novo.

— Que bom! A Aine não merece isso.

— Eu sei! — Digo. — Ninguém merece isso mãe.

— Você ainda a ama?

— Não sei se deixei de amar ela em algum momento. — Confesso. — Mas eu também amo a Aine e amo mais ainda minha filha, não posso trocar isso por algo incerto. — Digo.

— Que bom que você sabe disso, fico aliviada que em saber que eu criei um homem. — Disse ela. — Mas você deveria contar pra ela.

— Pra Aine? Ela me largaria no momento! — Afirmo.

— Consequências do teu erro, mas um relacionamento com mentiras não vai pra frente Philippe, mentira sempre é descoberta em algum momento. — Diz ela e eu concordo. — Arque com as consequências dos teus erros.

Deixei minha mãe em sua casa e quando ela desceu do carro eu perguntei:

— Você sabe por que ela perdeu o bebê?

— Não, mas eu sei que a gravidez era de risco. — Disse ela.

Segui para o minha casa aqui no Rio, assim que nós chegamos em casa eu subi com Maria em meu colo e a coloquei em sua cama de princesas, Aine não estava, havia saído com suas amigas e eu respirei aliviado porque depois de algum tempo, eu realmente teria algum tempo para pensar em tudo o que havia acontecido nos últimos 3 meses e não eram poucas coisas.

os comentários e os favs caíram, eu fiz alguma coisa errada?

eu estou um pouco impactada com esse cap

-nwnda

𝐁𝐀𝐂𝐊 𝐓𝐎 𝐘𝐎𝐔 | PHILIPPE COUTINHO [𝘧𝘪𝘯𝘢𝘭𝘪𝘻𝘢𝘥𝘢]Onde histórias criam vida. Descubra agora