05 | p á s c o a

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Lance Masara Cho Chung
Malibu, Califórnia
17.03.2010

     Meu filho está passando uns dias comigo desde que levamos a senhora Cho para o hangar da nossa família ainda na semana passada. Ele está de recesso na faculdade e vai durar até a semana de primavera, ou seja, na próxima semana sua vida universitária estará de volta e ele ainda não me contou nada sobre o exército. Eu passei para buscá-lo na casa da mãe apenas depois das oito, não queria correr o risco que ela o proibisse de ficar comigo um pouco depois de passar o dia inteiro com ele no seu aniversário. Mesmo assim, não estamos com pressa. A madrasta de Svetlana quem nos recebeu quando chegamos. Usava um vestido justo de alcinhas e agora sua barriga está bem mais aparente, redonda e combina perfeitamente com seu corpo farto. Ela abriu um sorriso para nós dois e pareceu acender inteira num brilho de beleza surreal.

     — Oi, gente. Podem entrar. — é uma puta mansão beira mar. Era uma assim que eu queria comprar, mas a senhora Cho se recusava a pisar em areia antes de entrar — Essa é Windy, minha amiga.

     — Oi. — a japonesa disse, seus olhos acenderam quando se bateram com os meus, surpresa, quando nos encarou por cima do ombro. Estava sentada quase com as costas no sofá, com os pés em cima de um aquário em formato de mesa com um laptop sobre a barriga reta e tinha um bebê dormindo numa cadeirinha. Eu lembro quando Dante era desse tamanho. Nem eu, nem Edith tínhamos de verdade noção de todos os cuidados que um bebê precisa. Às vezes, eu fico em dúvida como nossos pais nos deixaram mesmo responsáveis por ele.

     — E aquele é Zion, nosso sobrinho.

     Eu sabia que iria encontrá-la aqui já que minha nora disse que as amigas da madrasta eram muito próximas como se não se separassem nunca. A latina continuou nos levando para o lado traseiro da casa. Seu cabelo é imenso e diferente. Seu rebolado também é diferente. Um cara com camisa havaiana, bermuda e chinelos passou o braço pela sua cintura quando nos aproximamos das pessoas, estava com uma cerveja numa mão e tinha um garotinho igual a ele grudado em sua perna, bem pequeno, mas não sei decidir uma idade, talvez ele tenha uns dois anos ou mais. Ou menos.

     — E aí, senhor Mason?

     — E aí, Dante? — respondeu, tranquilo. É eu acho que eu lembro desse cara agora. Estava se divorciando de uma mulher que não parava de chorar. A mulher pegou o garoto no colo e beijou seu rosto. — Henrik Mason.

     — Lance Chung. — apertei sua mão — Agora eu lembro de você. De vocês. Hm, então, você é a brasileira do alto escalão do exército americano?

     — Não estou mais no exército desde 2008. E Polly estava por aqui agora.

     — A ex mulher? — eu perguntei, confuso.

     — Sim. — ele quem respondeu — Nos entendemos e voltamos a ser amigos. Pela Alison, nossa filha.

     — Legal.

     — Cadê Svet? — meu filho perguntou, parecendo ansioso.

     — Eu vou chamar. Porra, eles são pesados, não fode. — pegou o garoto dos braços da mulher e ela revirou os olhos.

     — Mama. — ele queria voltar, mas só ganhou um beijo dela. Os dois trocaram um olhar e ela assentiu, caminhando até onde tinha um som.

     O pequeno grupo que estavam dançando fizeram um coro de vaias quando foi desligado. Então, o cara soltou um assobio alto, perto do final do decker. Ali o nível da água é bem mais alto, já está na praia e as ondas quebram na madeira, molhando os pés descalços de quem está por perto. Rapidamente, quem estava nos jetskis no meio do mar, voltaram para a baía que tinha dois iates apartados. Eram seis jovens, inclusive Svetlana. A música voltou a tocar e as pessoas voltaram a dançar. Quando olhei de volta para a mulher de cabelo cacheado, tinha mais dois garotinhos iguais ao outro abraçados às suas pernas. A namorada do meu filho estava toda molhada e tremendo quando chegou perto da gente. Ela o cumprimentou com um beijo na bochecha.

A DesenhistaOnde histórias criam vida. Descubra agora