Um Plano de Mestre

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Minho se esforça para nadar de volta até a margem da lagoa, trazendo em um dos braços um Chuck sem vida e um sentimento de aflição extrema. Thomas e Newt estão próximos à margem ajoelhados a observar a cena. Ao chegar, Minho cai de joelhos no chão, cansado, recebido por Teresa que acabara de despertar e lhe oferece o ombro. Thomas chora diante do corpo do amigo. Newt não chora, mas está em choque, assustado. Passados alguns instantes, ele sugere que todos sigam para a Clareira, diz que é possível que não encontrem muitos acordados por lá a essa hora.

- "Ele deveria ficar aqui. " – Diz Minho.

- "Nem pensar. Temos que enterrar ele de maneira digna, como sempre fizemos com os mortos. " – Diz Newt.

- "Enterrar de maneira digna? Com um velório e uma cerimônia... você só pode estar brincando. Nós somos os únicos que se importavam com ele. Em seus últimos momentos, ele estava alegre por causa das lembranças que essas águas lhe trouxeram. É junto a elas que ele deve descansar. " – Diz Thomas.

Os outros se emocionam com a situação, e concordam com o rapaz, afinal ele era seu amigo mais próximo. É o que fazem, Thomas e Newt levam o corpo de Chuck até a água, e deixam que a lagoa o leve.

No caminho de volta, Thomas se aproxima de Teresa.

- "Está tudo bem? Você assustou a gente. "

- "Estou bem, graças a você. Eu me lembro, você pulando na água para me salvar. "

- "Eu deveria estar lá, para salvar o Chuck... Droga, eu poderia ter salvo ele..."

- "Já chega, Thomas! " – Grita Newt, enquanto empurra Thomas contra uma árvore. – "Cara, você se cobra demais, sabia? Nem tudo depende de você, nem tudo é culpa sua. Se encontramos tantas pistas no labirinto não foi por sua causa. Se o Alby mudou e deixou de ser um bom líder também não foi por sua causa. E se a Teresa foi salva, ou o Chuck não foi, também não tem nada a ver com você. Minho também entraria na lagoa para salvar a Teresa, você só foi mais rápido que ele. Agora engole esse choro, e continue andando! "

Newt retoma o caminho. Thomas nunca tinha reparado que o segundo em comando da Clareira era manco. Questionava se isso sempre foi assim, ou se apenas passou despercebido por ele. Teresa segue atrás de Newt, enquanto Minho ao lado de um distraído Thomas leva sua mão em encontro a mão de seu parceiro. Thomas não reage, parece distante.

Ao chegarem na Clareira avistam alguns garotos já se preparando para o trabalho na horta. Porém, ao serem avistados, são surpreendidos por um enfurecido Gally, que se aproxima do grupo ameaçando agredir Thomas, e assim o faz, com um soco em cheio no rosto do garoto. Newt o contém de continuar a agressão, Minho segura Thomas para que não reaja. Muitos se aglomeram ao redor.

- "Esse fedelho! Ele causou tudo isso. " – Grita Gally, apontando para as portas do labirinto.

O grupo que acabara de retornar não havia percebido, mas duas portas do labirinto tinham sido fechadas, e assim estavam desde a tarde do dia anterior.

- "Ele não tem culpa de nada! Todos somos culpados aqui. Sempre tivemos medo de saber o que tem ali dentro. Sempre nos conformamos em viver aqui. " – Defende Newt.

- "E onde vocês estavam? Sumiram há um dia. Estavam se pegando no meio da floresta? " – Diz Gally, provocando Newt. – "E o que achou dele? É gostoso, não é? O fedelho... eu sei que é."

- "Seu desgraçado...! " – Grita Thomas, que avança em direção a Gally.

Porém dessa vez Newt o segura com ajuda de Teresa: "calma, Thomas. "

O Vilarejo na Lagoa - uma fanfic Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora