- Me ajude.
Foi o que uma voz transmitiu durante uns 30 segundos desde que terminei de escrever na madeira.
Olhei para os lados um pouco assustada, afinal, segundo a minha sã consciência, eu estava completamente sozinha.
A tal voz parecida trêmula e não muito distante de onde eu estava, porém, mesmo que eu fizesse todo esforço possível para encontrar a dona da voz aguda, olhando para todos os cantos do corredor e além disso abrindo espaços e tirando livros de estantes para poder enxergar o outro lado, não fui capaz de achar.
Me arrepiei. Do nada tudo tinha ficado tenso demais ou era simplesmente a minha cabeça criando muitas paranóias a essa hora da manhã. Mas felizmente não.
Tinha andado em direção à outro corredor, do qual eu tive que ultrapassar para encontrar a saída daquele lugar, e então pude notar alguém ou alguma coisa (Argh) agarrar a barra inferior da minha blusa. Gelei mais uma vez e, por impulso, me inclinei o suficiente para me esbarrar numa mesa, o que ocorreu de escapar um ruído alto não só da mesa, mas de mim também.
- Calada!!!! - Disse aquela mesma voz que agora estava muito mais próxima.
- Mas que diabos é...
- Só cale a boca, Sullivan!
Me virei de todos os lados, como se estivesse desesperada para pegar a pessoa no pulo, e o mais importante: fazê-la soltar minha blusa.
Então a encontrei. Só consegui ver seus olhos exageradamente verdes, enquanto o resto do seu rosto se escondia por baixo dos livros grossos que estavam sobre a estante. Era como se houvesse uma entrada por trás daquela única estante e ela (a garota) estava escondida ali. Bom, foi minha primeira impressão. Pude notar alguns fios de seus cabelos escondendo boa parte de sua testa. Os fios ruivos de sua franja atrapalhavam seus olhos, e por isso ela estava a todo instante piscando-os e balançando a cabeça.
- Como sabe meu nome?
- Isso não importa. Você tem que me tirar daqui! Agora!
Ela puxava cada vez mais a barra inferior da minha blusa, talvez na intenção de me fazer chegar mais perto para deixá-la solta.
Me soltei dela e me afastei num só impulso.
- Te fiz uma pergunta, então me responda. Agora!
Enquanto a encarava, vi seus olhos revirarem preguiçosamente.
Óbvio que não libertaria alguém assim, de graça. Ela sabia meu nome, e além disso falou comigo como se existisse alguma relação entre nós duas. Ela poderia ser alguém maldosa. Sua aparência a entregava. E se ela divulgasse algo que não fiz? E se ela me sequestrasse? (Drama)
Ela respirou fundo.
- Quando me tirar daqui, vou estar lhe devendo inúmeras explicações.
- Quem falou de mim pra você? Melinda? Charlie? Ellie...
- O quê? Não! Me tire daqui, por favor.
Fiquei alguns segundos examinando suas expressões. Ela não parecia se importar com o que eu achava dela no momento, aparentemente só queria sair dali.
Então cedi.
- Okay... pode começar dizendo seu nome. - Caminhei para o lado da estante e coloquei toda a força em prática para empurrar o móvel.
Apesar de ter sido uma estante pequena, ela estava repleta de livros. Estava pesada e provavelmente eu não conseguiria tirá-la de lá sozinha.
- Amora. Não é meu nome, mas é assim que me chamam. Desculpe não poder revelar meu nome verdadeiro, é que é complicado.
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Leaves To Air: O domínio
FanfictionA maioria dos lugares tendem a ser calmos e bem povoados. Já em certas ocasiões há lugares que são exceções e tendem a ser cheios de surpresas, a exemplo de Morning Tree. Jane Sullivan, com seus 16 anos, acaba se interessando na história de rebeldes...