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Nathan e eu viajamos por quatro horas seguidas até o sul. Eu tentei arrancar dele mais informações, porém Price insistia em me deixar na dúvida dizendo a mesma coisa sempre:

  - Cala a boca, Sullivan!

Puta que pariu! Que cara chato!

Bom, mas felizmente (ou infelizmente), em determinado instante eu apostei comigo mesma de que Price iria estacionar o carro em um estacionamento de um restaurante que estava próximo. Por fim, ele estacionou sim, mas o local parecia fechado. Não havia nada além de ventania.

Após Nathan ter retirado a chave da ignição, eu o observei abrir o porta-luvas em minha frente enquanto eu, por outro lado, me encolhia. Ele, inclinado em minha direção, me encarou por um momento e enfim pegou uma carteira de cigarros. Olhei brevemente para dentro do porta-luvas como forma de fugir dos seus olhos sérios, e foi aí que eu vi:

Uma pistola. Uma pistola!

  - Wooow!!! O que é isso? - Me encolhi mais ainda.

  - O quê? - Perguntou querendo parecer ingênuo, ainda inclinado mesmo ao colocar um único cigarro pressionado entre os lábios.

  - Por que tem uma arma?

  - Precaução.

  - Precaução? - Ri fracamente pelo nariz e deixei explícito meu nervosismo. - Olha, primeiro você me insulta. Depois, você me insulta de novo... e de novo e de novo. Têm sido assim desde que me viu. Fez pesquisas sobre mim, me insultou MAIS VEZES, me mostrou que é um canalha ambulante e agora eu descubro que tem uma arma. Ah! Sem contar que você também adora fazer um suspense, não é? Cara, o que você quer? Por que andou pesquisando sobre mim?

Nathan ergueu suas sobrancelhas e desviou os olhos assim que eu parei de falar. Ele olhou para a pistola ali dentro e a pegou de imediato enquanto consertava sua posição no banco do carro.

  - Você me fez muitas perguntas... - Ele pausou.

Talvez eu tenha tremido um pouco.

  - Price...

  - Calma. - Voltou a me olhar. - ... eu posso te fazer uma única pergunta? Se caso souber responder, eu respondo todas que me fez até agora.

Ele esperou um pouco pela minha reação. Eu apenas me mantive ali encolhida, então Price olhou mais uma vez para frente e deixou a arma em cima do painel do carro, em cima do volante, enquanto em seguida usava um isqueiro para acender seu cigarro.

Bom, era apenas uma pergunta, então...

  - Pergunte logo.

  - Hmm... - Ele tirou o cigarro da boca do jeito mais típico após tragar, e então soltou aquela fumaça aos poucos, o que fez aquele cheiro horrível subir, e seguidamente, voltou-se a mim. - Por onde anda Eleanor Sullivan?

Putz!

Okay, Eleanor era a minha mãe. Achei que a pergunta não seria tão difícil, mas Price foi além da minha expectativa. E sim, eu estava intrigada com a pergunta, mas o que me deixava confusa era o porquê dele ter me perguntado isso. Afinal, creio que ele soube quem era a minha mãe de acordo com as pesquisas que fez sobre mim.

  - Bem, eu não sei. - Olhei para Price de relance e logo foquei em qualquer coisa que estivesse na minha frente. Me fechei.

  - Me dê uma resposta de verdade, Jane.

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