Durante a noite, fiquei pensando sobre ter encontrado Amora. Achei estranho ela não ter me implorado para não comentar a questão dos dominadores com alguém, mas logo depois percebi o motivo dela não se preocupar quanto a isso.
Amora sabia que eu iria ter medo de abrir o bico. De certa forma (e eu querendo ou não) ela já havia me vigiado o bastante para conhecer o tipo de pessoa que sou. Com isso, já deveria ter notado o quão sou fechada e antisocial e que não haveria razão alguma para eu falar sobre o assunto com alguém.
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°No dia seguinte, cheguei na escola completamente bagunçada por ter ficado a noite toda em claro. E como eu já imaginava, Melinda veio me repreender pelas olheiras.
- De novo?
- Sim, de novo! Dá licença... - Revirei os olhos preguiçosamente.
- Jane... há tanto tempo que não conversamos direito. Vamos tomar algo depois da aula?
Melinda provavelmente falaria do quão suas nota caíram por conta dos problemas e o quão me deseja por perto. Era previsível.
- Tenho tarefas.
- Está fugindo! Para!
Bufei.
- Mel, você me disse que o melhor era sermos amigas um pouco distantes. Isso pelo menos por enquanto. Eu estou te respeitando, mas aparentemente não está respeitando o tempo de si mesma.
Puxei Melinda pelo braço para um cantinho, liberando a passagem de outros do corredor.
- Sei que é difícil superar, mas pega leve com você mesma. - Sussurrei.
- Você me decepciona às vezes. - Melinda puxou seu braço para que eu o largasse, e assim fiz.
Respirei fundo e observei os passos pesados deixados por ela.
É normal ser mulher e ser complicada, mas Melinda era o cúmulo do absurdo.
- Sabe... eu perguntei por você nos corredores.
Outra voz me despertava bem ao meu lado, e por simples reflexo me virei rapidamente para saber quem era (ou ao menos ter certeza, pois o grave daquela voz me parecia familiar o bastante).
- Você de novo não, garoto. - Choraminguei.
Era o primo da Melinda.
- Qual o motivo das pessoas daqui terem tanta birra com sua cara a ponto de não fazerem questão de ter sua amizade? Sério... eu queria muito saber sua versão. Com base minhas pesquisas você tem coleguinhas por aí e isso não faz muito sentid... - O interrompi.
- Você andou pesquisando sobre mim? Você tem merda na cabeça, garoto? Nem te conheço. - Franzi o cenho. Era impressionante como esse tal de Nathan Price conseguiu me fazer ter um ranço tão grande por ele em apenas dois dias de aula.
- Calma. Eu só queria saber mais sobre você. - A medida que falava, pôde assim dar alguns passos para ficar mais próximo de mim.
Cismei na hora. O seu hálito quente de álcool subiu. Parecia vinho, algo assim.
- Jane Sullivan... - Estalou a língua depois de dizer suavemente o meu nome num tom intimidador e em seguida riu ao fazer um exame visual sobre mim.
O empurrei.
- Você está louco... e bêbado! - Hesitante, dei alguns passos para trás ainda com o cenho franzido.
Ahh!
Dei meia volta e corri.
- Deus do céu! - Suspirei.
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Leaves To Air: O domínio
Hayran KurguA maioria dos lugares tendem a ser calmos e bem povoados. Já em certas ocasiões há lugares que são exceções e tendem a ser cheios de surpresas, a exemplo de Morning Tree. Jane Sullivan, com seus 16 anos, acaba se interessando na história de rebeldes...