Capítulo 2/1

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Ficaram ali em silêncio por um bom tempo, aquele gesto confortou muito Violeta, sabia que ele estava certo e precisava se conformar, a vida as vezes exige algumas medidas, algumas escolhas e ela havia feito a sua, mesmo que chorasse não poderia desistir, era sua paixão e seus pais haviam investido muito para que ela pudesse está lá.

— Ei? Fica calma. Mesmo longe sei que eles estão aqui. — ele apontou para seu peito. — Vão ser seu apoio sempre, temos o celular, você vai poder falar com eles a todo momento. — olhou-a com carinho e ficou em silêncio.

— O que houve? Falei algo errado? — estranhou seu silêncio repentino. — Você também sente falta de seus pais? De sua família? — sua pergunta saiu de forma inocente, focou seus olhos nos dele e ele abaixou o olhar após a pergunta. — Me desculpa eu não queria... — foi interrompida.

— Não, está tudo bem, eu sinto muita falta. — sorriu e olhou alguma coisa em seu celular. — Vamos, o Jeremias já deve ter chegado.

— Vamos! — se levantou animada.

Os dois entraram de braços dados, parecendo duas crianças após fazerem algo errado, estavam rindo quando se depararam com a expressão séria e os olhos escuros de Lewis e o sorriso enorme de Jeremias ao vê-la.

— Vejo que os dois já estão se dando muito bem, estou gostando de ver, essas amizades que determinaram a união do grupo e nos proporcionará vitórias. — disse apontando para Ítalo e Violeta. — Sejam bem vindos! Estava ansioso pela chegada de vocês, pude ver apenas aquela pequena apresentação e para ser sincera, foi incrível. — deu um abraço em Violeta, em Ítalo e bagunçou o cabelo de Augusto.

— Obrigada capitão. — Violeta ironizou e Jeremias soltou uma gargalhada esganiçada, já estava completamente confortável ali após a conversa com Augusto.

— Nossa, você rindo é horrível, melhor ficar sério. — Augusto brincou e Jeremias deu-lhe um peteleco e riu na careta que ele fez.

Augusto se sentou no sofá e Violeta fez o mesmo, estava tentando ao máximo mantê-la bem, queria que ela se sentisse acolhida. Ficou calado, olhando fixamente para onde Mariana conversava com Ricardo, estava sério diferente do garoto sorridente apresentado no início.

— Está apaixonado é? — Violeta o provocou e riu em seguida, não sabia que a resposta que viria em seguida seria tão séria.

— Só acho que ela está perdendo tempo com um cara como ele. — suspirou e voltou a observar. — Ela é linda, divertida, alegre e mandona na maioria das vezes. — desviou o olhar para Violeta. — Sabe quando estávamos lá fora? Aquela pergunta que você me fez? — Violeta se lembrou do momento em que falavam de família, mas, se sentiu uma invasora fazendo ele falar sobre algo tão pessoal, sendo que eles se conheceram a poucos minutos e confiança não é algo que se distribui gratuitamente. 

— Sim, se não quiser falar, tudo bem. — estava um pouco incomodada por ter feito a pergunta, ela sempre fazia perguntas que se arrependeria depois.

— Não, acho que será bom te falar, expulsar algumas palavras as vezes faz bem. — balançou a cabeça em negação e logo pós deu um sorriso. — Bem, eu não tenho familia, aliás, a minha família é o Jeremias e todos que estão na companhia. Sou adotado, minha "mãe"... — disse com desdém. — ... ela só me adotou para prender meu pai, um homem doce e cuidadoso, ele era dono de uma pequena empresa de alimentos que estava prestes a ganhar visibilidade com as empresas maiores. — seu olhar ficou distante, o assunto parecia o abalar.

— Não precisa continuar, em outro momento falamos. — passou a mão em seus cabelos mostrando compreensão, imaginou como deveria ser doloroso aquele assunto para ele, se ela o fizesse continuar que tipo de ser humano seria? não queria invadir um espaço tão delicado, ela também possuía assuntos sensíveis.

Lewis Tyler [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora