Notas iniciais:
Olá, meus anjos! Estamos de volta com mais um capítulo do Tanguinho. Ainda tenho mais essa semana de férias, então talvez dê tempo de essa semana ainda preparar o próximo capítulo. (descansar ou escrever? Eis a questão)
Enfim, espero que curtam esse capítulo. Tá cheio de surpresinhas e gostosuras.
Boa leitura!
****************************
Felizmente o jantar havia acabado. Não suportaria mais uma hora dos incessantes olhares “discretos” de Otabek e Romina. Ao menos consegui manter minha postura de empregado durante todo o evento.
Já se passava das onze da noite quando finalmente consegui ir para o quarto. O Sr. Thompson me entregara um bilhete de forma discreta durante o jantar, avisando-me que eu estava dispensado dançar com ele naquela noite. Havia também uma observação no papel, no qual pude ler “Fez um bom trabalho hoje”. Não estava acostumado a elogios, entretanto, me senti feliz ao ler aquilo. Meu esforço no trabalho estava sendo reconhecido pela pessoa que me dera a oportunidade para tal.
Tomei um banho, deitei-me na cama macia e adormeci rapidamente. No dia seguinte encontrei Victor na cozinha para o café da manhã. Ele parecia como sempre estar muito animado com seu sorriso em formato de coração característico no rosto.
- Bom dia, Yuri! Se sentes bem nesta manhã?
- Por que eu não me sentiria bem?
- Estás com olheiras… Queres conversar sobre alguma coisa?
- N-Nada em particular.
Respondi, desviando meus olhos.
- Hmm… Nem mesmo sobre os olhares dos visitantes de ontem à noite?
- Eu não sei do que falas… Não percebi coisa alguma.
- Então o que você e o Sr. Otabek discutiam no corredor?
- Ele… Somente questionou-me sobre o toalete de convidados. Apenas isso.
- Tudo bem, Yuri. Entendo que não queiras falar. Porém, saiba que podes contar comigo, se precisar.
Seguiu-se um silêncio entre nós. Ele sabia que eu contara uma mentira. Tudo na minha vida, naquele momento, convergia para mentiras. Gostaria muito de desabafar com Victor, mas havia tanto que eu não podia contar...
- Há muitas coisas acontecendo no momento. Coisas confusas e estranhas que não saberei explicar. E nem ao menos posso.
- Não sei do que se trata, entretanto, imagino que deva ser algo deveras incômodo.
- Não é exatamente incômodo. É algo que desafia meu senso do que é correto e honrado. Eu… Não posso mais falar sobre isso.
- Não se preocupe. Não fale até que se sinta confortável ou que aches necessário contar.
Victor abraçou-me, fazendo com que eu me surpreendesse. Eu era grato pelo apoio que recebia, mesmo sem merecer.
- Vamos! Agora beba seu café e se alimente.
Enquanto eu comia, sentia que Victor me observava com cuidado. Era assim que eu me sentia desde que comecei a trabalhar aqui. Observado. Em tudo. Suspirei por um momento. Sentia falta de meu lar. De meu avô. De minha privacidade.
- Yuri, posso lhe fazer uma pergunta?
- Claro, Victor.
- Por que mantém seu cabelo sempre preso? Eles parecem exuberantes, então, por que não mostrá-los?
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Tango de Nós Dois
FanfictionNa bela Londres da década de 50, uma série de infortúnios e fortúnios se sucedem ao jovem Yuri Plisetsky. Em um deles o tango entra em sua vida a muda completamente. Encontraria ele na dança o amor? Ou a dor?