Festa de Halloween

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Semanas depois

P.O.V Triz

Awn. É tão lindo ver Jill assim, dormindo tranquilamente igual a um anjinho, nesta bela manhã de Halloween.

– ACORDAAAA – grito, abrindo as cortinas vermelhas das janelas e pulando na cama dela, logo depois puxando o travesseiro de debaixo de sua cabeça. Ataco-a com o travesseiro e ela se cobre com o lençol até a cabeça (como se isso fosse me impedir de continuar batendo nela), provavelmente pensando na forma mais lenta e dolorosa de matar sua melhor amiga; aquela que nunca a deixa dormir até mais tarde. Ou seja, eu.

Perdendo a paciência, Jill se senta na cama, toma o travesseiro da minha mão e o lança contra a parede. Tomo um susto e recuo, caindo desajeitadamente numa poltrona dourada e gargalhando até não poder mais.

– O que você quer?- Ela pergunta, esfregando os olhos.

– Levanta. Está na hora de acordar. Todos já estão no salão.

Jill olha ao redor, só agora percebendo que estamos sozinhas aqui. Sento ao pé de sua cama.

– Então, qual é a sua fantasia?- pergunto.

Ela me encara, bocejando.

– Que fantasia?

Franzo a testa.

– Halloween... Hoje à noite... Fantasia... – espero para ver se ela entende onde quero chegar.

Ela esfrega a testa, confusa.

– Ah, sim. Claro. Ela está ali – ela aponta para o uniforme de Hogwarts pendurado no cabideiro.

Olho para ela, depois para o uniforme. Repito o movimento mais três vezes.

– Você vai de aluna?- pergunto, um pouco confusa.

– Não – ela responde, sorrindo amarelo.- Eu vou de bruxa.

Cruzo os braços.

– Você se esqueceu do Halloween, não é?- Pergunto, embora soe mais como uma afirmação. Ela acena a cabeça lentamente. Depois se levanta da cama e sai do quarto. Eu a sigo.

– Aonde você vai?- pergunto.

– Ver Carolyn.

– Por quê?- ela não responde e abre a porta do dormitório ao lado. Uma única cama está ocupada e, apenas pela visão de seu cabelo dourado, percebo que é Carolyn.

–Como você sabia que ela estaria aqui? Pensei que todos estivessem no salão. – digo.

– Carolyn e eu partilhamos o mesmo amor platônico pela nossa cama – diz ela e eu rio. – Vamos.

Entramos no quarto e Jill acorda Carolyn da mesma maneira doce e gentil ( só que não) que eu a acordei há alguns minutos.

– Precisamos da sua ajuda – diz Jill para Carolyn.

– Precisamos?- pergunto, mas novamente não obtenho resposta.

– Você precisa da minha ajuda? – pergunta Carolyn, sem conter o sorriso. – Você? Jill?

– Será que dá para ajudar ou não?- Jill fecha a cara.

Carolyn contorce o rosto numa careta, tentando se manter séria, mas ainda com os traços do seu sorriso à vista.

– Em que eu posso ajudar?- ela diz, exageradamente séria. Solto uma risada e Jill me reprova com o olhar.

Jill gagueja, como se as palavras machucassem sua garganta ao tentarem sair.

Desventuras em HogwartsWhere stories live. Discover now