17 - I have no control

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Aurora

Tudo aquilo havia sido demais para mim.

Eu sabia que alguma coisa teria que ser feita para que meus pais voltassem a vida, mas nunca passou pela minha cabeça que o preço para isso acontecer era eu deixar de existir, talvez esse tenha sido o único propósito do meu nascimento, o momento que eu iria despertar e salvar meus pais da tragédia, só que ainda doía. Doía saber que eu não saberia o que era viver com a minha família completa, que não conheceria o amor da minha vida, doía saber que eu não seria nada, nem mesmo uma lembrança na memória daqueles que amo.

Saio correndo da casa em direção aos jardins, minha visão estava turva por conta das lágrimas que caiam pelo meu rosto, como isso era possível? Como tudo ficou dessa forma?

— Aurora?! Espera, Aurora?!

— Me deixa em paz, papai! — Grito chorando caindo de joelhos ao lado de uma árvore. — Me deixa em paz!

— Não! Eu não vou deixar você!

Viro o rosto vendo meu pai se aproximar de mim, mas alguma coisa impediu a sua passagem, parecia que havia uma campo de força impedindo ele de se aproximar de mim, ele esmurra e chuta com desespero tentando quebrar a barreira e vim ao meu encontro, mas eu nao queria ele aqui, eu não queria ninguém aqui.

— Aurora, por favor, deixa eu consolar você.

— Não! Me deixa em paz. — Digo novamente escondendo meu rosto nos joelhos. — Tá tudo bem... tá tudo bem...

Talvez se eu repetisse várias vezes que tudo estava bem então ficaria bem, se eu acreditasse com todas minhas forças que aquilo tudo era apenas um pesadelo terrível então não haveria nada para temer, mas seria apenas mentira.

— Lil's olha para mim. — Escuto Harry me chamando e fecho os olhos com força. — Você precisa colocar isso para fora, agora.

— Tá tudo bem...

— Não está nada bem, a sua vida está uma droga. — Olho para Harry vendo que todos estavam vindo na minha direção. - Você está literalmente vivendo a maior merda da sua vida e está tudo bem colocar para fora.

— Está tudo bem...

— Se continuar dizendo que está tudo bem, nunca vai conseguir deixar isso para trás e seguir em frente. - Escuto a voz de Marlene, mas continuo olhando para Harry.

 — Está...

— Minha mãe está certeza.

Cassie se aproximou ficando ao lado de Harry e se abaixando para olhar nos meus olhos, seu rosto estava serio, mas um sorriso triste brilhava em seu rosto.

— Você nunca vai conseguir superar se não se permitir sentir.

— Não dá pra sentir algo que eu não sinto. - Digo limpando meu rosto a encarando. - Foi apenas o choque, estou bem.

— Não! olha, eu sei, todos sabemos o quanto Draco era importante para você, como ele mantinha você sã. - Respiro fundo sabendo que isso ia acabar voltando em algum momento. - E o quanto você sorria quando ele deixava bilhetes nos seus livros, ou fazia aquela careta boba que voce fingia odiar, ele era o seu ponto seguro e agora isso acabou.

Logo atrás dela vejo um vulto platinado se aproximar de onde estavamos, ele estava acompanhado da minha mãe que passava por todos tentando ficar ao meu lado, mas ele parou onde estava me olhando e ouvindo tudo que Cassie estava dizendo. 

— Não tem a menor chance de isso não está doendo.

Infelizmente tudo que ela falou era verdade.

Meu corpo doía com a traição que sentia em respeito a Draco, na forma como ele tinha me traído quando virou um comensal da morte. Olho para ele no meio dos meus amigos vendo que o mesmo tinha lagrimas escorrendo pelo seu rosto, assim como eu, Draco sabia que nossa relação não tinha mais concerto, não importava o quanto amava ele, eu não poderia ficar com uma pessoa que passou o ano todo tentando matar o diretor da nossa escola enquanto estava me beijando, eu não conseguiria olhar para ele com a mesma paixão de antes, não tinha como.

— Ele me traiu... traiu a relação que tínhamos a mais de dois anos. - Digo com magoa olhando nos olhos dele. - Ele me traiu.

— Tudo bem, Lil's, coloca para fora.

Sinto a barreira ao meu redor ser derrubada e logo um grito escapou dos meus lábios mantendo todos afastados, tudo ao meu redor tremeu com a força da magia que emanava de mim, ate o mesmo o chão tremeu sob meus pés, eu coloquei todas as minhas frustações naquele grito, tudo que eu estava sentindo desde que recebi aquela maldita missão, as vezes o peso de salvar o mundo era pior que a morte.

Quando coloquei tudo para fora, toda minha raiva e frustração, foi quando do sentir braços passando ao meu redor e o meu corpo sendo erguido do chão, sentir o cheiro de Harry e deito a cabeça no seu ombro deixando que o mesmo me levasse para dentro de casa, tudo que eu precisa nesse momento era de paz e distância de tudo que me fazia mal, principalmente o Malfoy.

↔️

No fim da tarde me vi parada em frente ao quarto onde Mattheo estava descansando da surra que havia levado, ele já estava acordado algum tempo e lia um livro que minha vó tinha trazido da biblioteca, mesmo que todos avisasse para que eu não me aproximasse dele, eu não conseguia evitar, alguma coisa me atraia em sua direção. Dou uma batida na porta anunciando minha presença e o mesmo ergue a cabeça abrindo um sorriso quando ver de quem se tratava, entro no quarto deixando a porta meio aberta e sento na sua casa, Mattheo deixou o livro de lado e me estudou com atenção esperando que eu fosse a primeira a falar.

— O que faz aqui, Riddle? Como soube onde estavamos? — Essas não era as perguntas que ele estava esperando sair da minha boca, vi isso em seus olhos e na forma como ele travou o maxilar, mas foi apenas questão de segundos.

— Por que está fazendo essas perguntas? Acha que eu seguiria você?

— Eu não sei, não sei nada sobre você e nem sei qual a sua razão para seguir uma garota que conheceu em menos de 5 dias. — Cruzo os braços observando atentamente a sua atitude. — Então me diga, Riddle, o que quer aqui?

— Você viu o estado em que eu cheguei aqui? Achei que armei tudo aquilo? — Fico em silêncio apenas olhando para seu rosto. — Aurora, eu fui atacado e Dumbledore disse que eu devia procurar voce, eu corro risco de vida.

— Por que estão tentando matar você.

— Por que eu não sou um dos seguidores do meu pai.

Minha mente precisou alguns minutos para juntar todas as peças do quebra cabeça, o fato dos meus amigos não confiarem nele e de nunca ter ouvido falar de um Mattheo Riddle no meu tempo, eu tinha literalmente convidado a cobra Junior para dentro da minha missão. Pego a varinha do meu bolso e Aponto para o rosto dele, Mattheo levantou da cama com cautela se aproximando de mim, seus olhos castanhos miravam os meus fixamente e ergueu as suas mãos mostrando que estava desarmado.

— Não se aproxima de mim. — Falo firme  o encarando.

— Eu estou desarmado, seu avô esta com a minha varinha. — Foi então que me toquei que ele chamou Fleamont de seu avô, ele sabia. — Sim eu sei, eu espero pela sua chegada a meses, fênix.

— Como?

— A pergunta não é como e sim porque. — Mattheo segurou meu pulso abaixando minha varinha. — Preciso garantir que você mate meu pai de uma vez por todas.

A forma como ele falou, a certeza em sua voz deixava bem claro sua posição na guerra, Mattheo baixou seus olhos para minha boca e passou a língua em seus lábios os deixando umedecidos, meu coração bateu acelerado, talvez por conta do nervosismo ou pela forma que ele me olhou novamente com desejo em seu olhar.

O moreno colocou sua mão na minha nuca puxando meu rosto levemente em direção ao seu, por um momento eu esqueci quem ele era, estava tão hipnotizada pela sua aproximação, ele parecia um imã me atraindo. Quando seus lábios rocaram nos meus foi então que eu finalmente percebi o que estava fazendo, Empurro Mattheo que me olha confuso e acerto um tapa em seu rosto.

— Nunca mais tente me beijar, Riddle!

— Aurora...

— Nunca mais! — Ele ergueu suas mãos se rendendo. — E eu vou me reunir com a minha família e vamos decidir o que faremos com você.

Saio do quarto sem lhe da tempo para dizer algo, que merda foi essa?!

A Outra Potter  - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora