Capítulo 18 - Vai Dar Certo.

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Não tínhamos ideia do que estava acontecendo na sala de cirurgia e também nem ideia de que Renan estava sofrendo uma parada.
Do lado de fora, um policial me interrogava na recepção do hospital.
Contei basicamente tudo que eu sabia a respeito do Rodrigo e como ele tinha entrado nas nossas vidas.

Caio, Karlla e Carlos chegaram e já me avistaram na recepção e vieram correndo.

Eu senti o abraço forte de Carlos e voltando a me olhar.

- Você tá bem mesmo?! - Perguntou Carlos.
- Estou sim. Só estou preocupado com o Renan. - Eu disse.
- Esse é o Carlos? O amigo do Rodrigo, seu irmão? - Perguntou o policial.
- Sim! Esse é o meu irmão. Carlos, esse é o oficial Hugo, ele está cuidando desse caso. - Eu disse.

Eu apresentei Carlos para o policial e olhei para Caio que parecia bastante apreensivo.

- Eu posso pegar o depoimento do Carlos? - Perguntou Hugo.
- Pode sim. - Eu respondi.

Deixei com que Carlos fosse com o policial e fui em direção ao Caio e a Karlla.

- Mas e então, você tá bem mesmo? - Perguntou Caio.
- Mano, sinceramente não! Eu não quis falar isso perto do Carlos, mas o Renan está entre a vida e a morte. Ele levou dois tiros e perdeu muito sangue. - Eu respondi.
- Meu Deus, eu sei que nunca dei muito certa com o Renan, mas confesso que eu não desejaria isso pra ele. - Disse Karlla.
- Mas e o Rodrigo? - Perguntou Caio.
- Eu sinceramente não sei. Ele não veio pra cá. Mas a Jordan acabou dando um tiro nas costas dele. - Eu disse.
- A JORDAN?! - Perguntou os dois surpresos.
- Sim! Se não fosse por ela, chegado na hora certa, eu acho que eu não estaria aqui. - Eu disse olhando para o Carlos que relatava sua versão ao policial de longe.
- Uau, nunca imaginei a Jordan assim.- Disse Caio.
- Nem eu. Estou sem palavras. - Disse Karlla.
- Cal, você acha que o Rodrigo pode estar vivo? Depois desse tiro? Ainda mais que você disse que ele não veio pra cá! - Perguntou Caio.
- Não sei, mano. Mas sinceramente eu queria que estivesse, mas não por mal. Ninguém merece um fim desses, ele já sofreu até hoje com a morte do Leandro, eu acho que ele merecia um novo recomeço. - Eu Disse.
- Nossa Cal, você tem um bom coração mesmo. Que dia que eu iria querer que o cara que tentou me matar, estivesse vivo?! - Disse Karlla.
- Karlla, todo mundo tem direito a uma segunda chance na vida. Mas ... Deus sabe o que faz. - Eu disse.
- Isso é verdade. - Disse Caio.

O policial Hugo se aproximou com Carlos e agradeceu pelo o depoimento.

- A Jordan? Onde ela está?! Preciso do depoimento dela. - Disse Hugo.
- Você vai prendê-la?! - Perguntou Carlos.
- Ainda não ... mas preciso do depoimento dela, alegando realmente que ela agiu em legítima defesa. - Disse Hugo.
- Jordan seria incapaz de atirar e alguém por vontade própria, se não fosse por ela, eu não estaria aqui.  - Eu disse.
- Tudo bem ... mas eu preciso muito falar com ela. - Disse Hugo.

Todos acompanharam Hugo até a sala de espera, onde Jordan, Marcos e a família de Renan estavam.

Pude ver que aquela noite seria longa. Pouco a pouco o policial foi pegando o depoimento de todos que estavam lá, mas deixou o de Jordan por último.

Jordan parecia calma, não estava muito preocupada com o que poderia vir acontecer em relação ao depoimento, mas não mentiu. Contou exatamente o que tinha acontecido.

Na sala de cirurgia, as coisas não pareciam ainda estar bem de fato.
Os médicos conseguiram fazer com que Renan se recuperasse da parada, mas os sinais vitais continuavam bastante fraco.
A bala em seu peito, já havia sido retirada e ao mesmo tempo a cirugia também já tinha terminado.

Gotas de suor se formavam na testa do médico, que por volta e meia era secado por uma das enfermeiras.
O mesmo ordenou que o soro fosse trocado e acrescentado um novo, junto a uma nova bolsa de sangue.

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