O capítulo final

7 1 0
                                    

E assim passaram-se 40 anos desde que Rose iniciou sua missão. Ela viu a modernização de armas e equipamentos de guerra se expandirem pelo mundo, o que deixou-a preocupada, contudo, o que lhe fazia vencer suas batalhas nada mais era que sua própria determinação.
Naquele dia, Rose acabara de conquistar o penúltimo país que restara, e vagava exausta, com muita sede em meio um deserto, até que enfim avistou um homem à beira de um poço e resolveu aproximar-se e implorar por um copo d’agua.
- Com licença, será que poderia conceder-me um pouco de água? – pediu Rose escorando-se no poço.
- Pelos deuses! – assustou-se o moço ao ver que se tratava da famosa matadora de reis.
- Ande logo, não estou mais me aguentando de tanta sede! – Rose pedia desesperadamente.
- Você vai me matar? – perguntou inocentemente o homem.
- Não se você não for algum rei. -       retrucou Rose.
- Ufa! Então estou a salvo. – respondeu-a coçando a cabeça e dando risadas forçadas, mas logo calou-se ao notar o olhar sério com o qual a mulher que estava em sua frente o encarava. – Aqui está... Ofereceu-a a água e Rose logo saciou sua sede.
- Obrigada! Agradeceu, e logo em seguida preparou-se para partir.
- Você não está cansada? – perguntou o rapaz impedindo-a de prosseguir.
Na mesma hora em que Rose iria responder, seu corpo alcançou o limite, causando a morte temporária e deixando o sujeito em pânico.
Mais tarde, Rose acordava mais uma vez de sua morte. Verificou o local onde se encontrava e notou que tratava-se de uma humilde casa, imediatamente pôs-se em guarda.
- Não precisa ter medo! Eu te trouxe para minha casa logo depois que você “morreu”. – disse o homem enquanto surgia da cozinha carregando nas mãos uma bandeja com comida.
- Ah, você não é a primeira pessoa que faz isso por mim. Obrigada. – Rose agradeceu gentilmente.
- Agora que somos amigos íntimos, será que posso saber o nome da assassina mais conhecida do mundo? – perguntou ironizando.
- Me chamo Rose. – respondeu friamente. – E você, como se chama?
- Aquiles. Muito prazer.
- Ótimo, agradeço a hospitalidade, mas agora preciso ir, minha jornada ainda não acabou. – disse Rose levantando-se da cama rapidamente, resultando em uma leve tontura que a faz tombar, mas é aparada por Aquiles.
- Acho que você não está cem por cento ainda. – disse ainda segurando-a em seus braços. – Fique mais um pouco!
  Mais uma vez, Rose concordara em permanecer por um dia na casa de mais um amigo que por a caso conheceu durante sua viagem. E o que era pra ser um dia, logo tornou-se semanas.
- Rose, o que acha de darmos um passeio? Não é porque você tomou nosso reino que não pode andar pela cidade! – Aquiles pediu insistentemente até que Rose concordou.
Eles rodearam a cidade, Rose conheceu os cidadãos que ali moravam, e notou que era admirada por muitas pessoas. E depois de mais alguns minutos de caminhada, chegaram ao centro, onde um grupo de pessoas tocavam instrumentos, cantavam e dançavam alegremente.
- Me dá a honra dessa dança, senhorita? – perguntou Aquiles, estendendo as mãos como um cavalheiro.
- Eu... não sei dançar. – respondeu envergonhada.
- Vem cá, há quanto tempo você não se diverte de verdade? – indagou Aquiles.
- Bom, eu... – Rose gaguejava, e logo sua pele negra tornou-se vermelha.
Sem mais insistências, Aquiles puxou-a para o meio da rua, agarrou sua cintura e conduziu-a à uma dança lenta e romântica. Rose fitou o olhar em Aquiles, e seus olhos capturavam cada detalhe de seu rosto, brotando uma paixão em seu coração. Pela primeira vez em anos, seu coração batia novamente por alguém. Naquele momento, Rose deixou a mulher forte, fria e independente de lado, e deu lugar para a doce criança que foi um dia; dançou e gargalhou a noite inteira ao lado de Aquiles e das outras pessoas que ali estavam. E conforme passavam-se os dias, o amor que existia entre os dois crescia.
Em uma linda manhã de sábado, Rose estava sentada na varanda, quando Aquiles surpreendeu-a por trás com um beijo na nuca, e um caloroso bom dia. Permaneceram ali, admirando o lindo céu azul, até que Aquiles deu ênfase à uma conversa.
- Querida, o que vai fazer agora? Digo, sobre sua missão. Você já exterminou quase todos os governadores do mundo, mas e se esse regime voltar? E se outras pessoas más assumirem a liderança novamente?
- Aquiles... Ninguém que possui poder de alguma maneira será inteiramente bom. Entretanto, agora o povo está encorajado a lutar. Eu dei a eles um incentivo, uma chama de coragem que os fará lutarem por seus direitos também! – respondeu Rose.
- O que quer dizer com, “ninguém que possui poder é inteiramente bom”? – perguntou confuso.
- Se alguém tem poder, jamais será de todo bom. Uma pessoa boa, é uma pessoa sem poder. Isso se aplica tanto para pessoas ou deuses, eles jamais serão cem por cento justos. Eu mesma sou um exemplo disso: possuo poder, mas assassino pessoas, isso não faz de mim alguém bom, ainda que as pessoas que eu mate sejam más, eu não tenho o direito de tirar suas vidas. Mas sinto que isso é minha obrigação. – As palavras de Rose comoveram Aquiles, que ficou calado por alguns minutos.
O silêncio foi quebrado com um pedido inesperado vindo de Aquiles:
- Case-se comigo, Rose!
Rose ficou surpresa, as palavras não saíam de sua boca e seu coração estava acelerado. Logo Aquiles quebrou seu silêncio:
- Vou encarar isso como um sim!

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 03, 2018 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Rose A Matadora De ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora