Alicia
Quando acabamos de comer, pego o Ben e chamo o Nico para irmos para o quarto para ligarmos para meus pais. Minha mãe estava com olheiras fundas e os lábios brancos, seu sorriso se abria facilmente para nós, porém era um sorriso cansado, um sorriso que não tinha o mesmo brilho de antes, suas bochechas pareciam estar mais magras do que da última vez em que a vi a 3 dias atrás. Ela ficou feliz por estarmos nos divertindo, meu pai levou um belo puxão de orelha por ter me contado e eu disse para ela como me sentia melhor por saber de tudo, expliquei que se não fosse assim iria sentir que eles estavam me excluindo, ela me proibiu de ir embora antes do combinado, fez o Nico prometer que a contaria se eu ficasse triste, e ainda me ameaçou dizendo que se isso acontecesse ela me daria uns tapas, não vou mentir eu fiquei com um tico de medo. Conversamos durante um tempo e desligamos quando a enfermeira foi aplicar seus remédios. Nós três descemos para nos juntarmos aos outros que estavam na parte de fora da casa aproveitando o sol.
- E você já deixou tudo pronto pra hoje à noite né? Eu liguei no...- Renan fala pro Henrique, os dois está de costa para nós, eles estavam falando da surpresa em que o Henrique me falou que vai fazer?
- Oi meninos, sabe quem está a trás de vocês? - Nico fala não deixando Renan acabar o que estava falando, chamando a atenção dos dois, então quer dizer que ele sabe e não me falou nada? Traidor. Eles se viram para nós e o Henrique me olha.
- Voce iria trapacear mocinha - ele fala com um sorrisinho de lado e um olhar sacana.
- Tenho que lutar com as armas que tenho - dou de ombros.
- A curiosidade matou o gato - Renan fala dando risada.
- Se eu morrer de curiosidade a culpa vai ser de vocês, principalmente sua Nico, você deveria estar do meu lado. Está se mostrando um traidor. - falou olhando pra ele com uma tristeza fingida, Ben que estava dormindo no meu colo se remexe inquieto, hoje ele não parece estar bem.
- Você deveria deixar de drama - Nico fala e revira os olhos.
- Eu não sou dramática - eu nem sei o que é drama.
- Ah claro que não - Enzo que nem estava participando da conversa fala - eu tenho até dó dos filhos de vocês.
- Vai a merda Enzo - Henrique fala enburrado.
Ben começa a se remexer e chorar mesmo com os olhinhos fechados então me distancio dos meninos pra fazê-los se acalmar. Apoio sua cabecinha em meu ombro e passo a mão em suas costas, canto uma música infantil e ele aos pouco vai se acalmando, o deito de novo e coloco a mão em sua testinha, estava um pouco quente mas pra ter mesmo certeza se estava com febre subo para pegar um termômetro.
- Pra onde vocês vão? - Henrique fala atrás de mim e deposita um beijo em meu ombro.
- Eu estou achando o Ben um pouco quente, vou lá em cima pegar o termômetro - falou voltando a andar e ele vem atrás.
- Vou com vocês.
Subimos juntos e confirmo que ele estava com febre, isso me preocupa um pouco mas tento manter a calma, bebês sempre ficam com febre certo? Pego um remédio para febre e me deito na cama o colocando na minha frente, Henrique deita atrás de mim e me abraça.
- Você não acha melhor ficarmos aqui com o Ben e saímos outro dias? - pergunto preocupada com meu baixinho.
- Fica tranquila pequena - ele coloca a mão sobre minha barriga e começa a fazer carinho - ele vai melhorar, ele vai ficar com minha mãe e também tem minha tia e minha vó pra ajudar ela - ele fala e isso me tranquiliza um pouco - nosso baixinho vai estar melhor antes mesmo de sairmos.
*************
O nosso dia foi praticamente todo no quarto, Ben acordou enjoado e não queria ir no colo de ninguém a não ser no meu ou no do Henrique. Quando eram 18 horas Henrique falou pra eu ir me arrumar que ele ficaria com Ben e depois nós trocariamos para ele poder ir se arrumar, me arrumei em 30 min, depois Henrique foi se arrumar e eu fiquei com o Ben. O fiz dormir pra não ter que vê-lo chorar quando fôssemos sair. Saímos já eram 19:30.
- Para onde vamos? - pergunto ansiosa.
- Primeiro vamos jantar - Henrique fala atento a estrada.
- E você vai me falar a onde?
- Se eu falar na vai ser surpresa. - Ele olha pra mim e da uma risadinha. Olho pra janela para poder me distrair, Henrique deposita sua mão em minha perna e fica fazendo carinho.
O restaurante não é tão longe da casa de seus pais, quando chegamos fico impressionada, a entrada é linda. Henrique e uma moça que estava na entrada trocam algumas palavras em inglês, coisa que eu não entendo nadinha, e ela nos leva até uma mesa. Henrique solta minha mão e puxa a cadeira para mim.
- Obrigada senhor - agradeço lhe dando um sorriso.
- Você prefere frango ou peixe senhorita? - ele pergunta olhando o cardápio.
- Peixe por favor.
O nosso jantar foi maravilhoso, era um trato muito pedido lá, peixe com fritas, de sobremesa comemos trifle que e pavê em camadas e é uma delícia também. Depois que acabamos de comer Henrique foi pagar a conta e voltamos para o carro.
- Agora é a melhor parte da surpresa - ele fala com um lindo sorriso
Quando estamos próximos a ponte ele estaciona o carro e desce, da a volta e abre a minha. Ele estende a mão para me ajudar a descer e trava o carro.
- Sabe - ele faz uma pausa e respira fundo, mesmo o tempo frio sua mão estava suando - muitos casais colocam seus cadeados aqui na ponte para que eles nunca sejam abertos e seu amor nunca acabe, e quando a gente encontra uma pessoa especial e que faz diferença na nossa vida é isso que queremos passar o maior tempo possível do lado dessa pessoa. Você acredita que se colocar um cadeado que representa o amor de um casal, esse amor poderá ser eterno? - ele pergunta olhando no fundo dos meus olhos e com as mãos tremendo.
- Eu acho que quando o amor é verdadeiro ele nunca acaba, o amor pode diminuir a intensidade e as pessoas se distanciarem, mas nunca se esquecerem - falou com sinceridade.
- Se eu te pedisse em namoro e pedisse para colocarmos nosso cadeado aqui representando nosso sentimento você aceitaria minha pequena? - ele pergunta com os olhos brilhando.
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Destino de um pai
RomanceHenrique Santtori acreditava que Bárbara era seu grande amor, doce engano, quando a garota diz q irá abortar o bebé ele propõe pagar para ela uma grande quantia, assim ela poderia ter o que ela queria dês do começo que era seu dinheiro e ele o seu f...