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Alicia
Uma semana depois.

Continuo batendo meu pé no chão, estou nervosa, ansiosa, com medo e nem sei mais o que. Henrique que está sentado do meu lado coloca a mão na minha coxa para que eu pare.

- Ei para com esse pé e se acalma, se você continuar assim daqui a pouco você vai ter que tomar um calmante - ele fala com a voz calma, como eu posso ficar calma se minha mãe já está na sala de cirurgia a mais de duas horas?

- Eu não consigo, eu tento ficar calma mas simplesmente não tem como - falo e coloco minhas mãos na raiz do meu cabelo, dou um puxão pra ver se o formigamento passa.

- Lici ou você se acalma ou eu vou te tirar daqui - Nico que estava em pé andando de um lado pro outro para na minha frente.

- Aaah falou o peço de calmaria né - falo ironicamente.

- Eu acho melhor os dois parar - papai que estava incrivelmente calmo com o Ben no colo fala - se não pararem vai os dois ficar lá fora.

- Mais pai.

- Nada de mais.

Deito minha cabeça no ombro do Henrique que estava rindo e continuo batendo meu pé no chão.

- Para com isso amor.

- É mais forte que eu - e é mesmo, quando percebo já estou fazendo.

- Lici - Nico me chama e eu olho pra ele - será que você por acaso pode ir buscar um suco de laranja pra mim?

- E você por acaso está merecendo ? - pode parecer bobagem da minha parte mas ainda estou chateada com ele por não ter me contado que estava ficando com o Enzo dês do primeiro dia de viagem - eu só vou porque quero café.

- Você vai beber mais um copo de café? Você já bebeu 6 - Enzo que estava sentado do lado do meu pai me olha indignado.

- Café me faz bem - falo e dou de ombros, me levanto e olho pro Henrique - vem comigo?

- Claro.

Nós fomos rapidamente e assim que chegamos perto dos outros o médico da minha mãe também chega.

- Boa tarde, acabamos agora a cirurgia. Tudo correu tranquilamente, sem nenhuma complicação, a dona Clara vai precisar ficar na sala de observação para podermos verificar como será suas primeiras 12 horas após a cirurgia, então eu recomendo que vocês a irem pra casa e voltar amanhã a partir das 10 horas, neste horário ela já vai estar no quarto e poderá receber visitas - o médico fala calmo que nem um Buda.

- Se a cirurgia não teve nenhuma complicação porque ela já não pode ir pro quarto agora doutor? - Nico pergunta ansioso.

- É um procedimento padrão e nós fazemos isso pra não ter nenhum perigo de pegar alguma infecção ou correr o risco do paciente ter alguma reação da anestesia. Mas fiquem tranquilos que isso não é comum porque fazemos um exame pra ver se o paciente tem alergia.

- A claro, muito obrigada - ele faz um movimento com a cabeça e volta pro lugar de onde veio. Solto o ar que nem sabia estar segurando. Graças a Deus minha mãezinha está bem.

- Viu amor, eu te disse que ela iria ficar boa, não disse? - Henrique pergunta e me abraça apertado, seu abraço me trás uma paz tão grande.

- Sim você disse - dou risada, parece que das minhas costas saiu um peso enorme - sem você a gente não conseguiria- falo com sinceridade, fico na ponta dos pés e beijo sua boca suavemente - Obrigada amor.

- Ver seu lindo sorriso já é um grande agradecimento - dou mais um beijo em seus lábios e me afasto.

- A minha Clara vai ficar boa novamente - chego perto do papai e ele está conversando com Ben que o olha atentamente - ela falou pra mim que você é o netinho dela, vê se pode baixinho. Eu sou muito novo pra ser vô.

- Pai - ele se vira para mim.

- Oi filha, tava aqui falando pro Ben que sua mãe vai brincar muito com ele ainda - dou risada e concordo com a cabeça.

- É pai deu pra ver.





Destino de um pai Onde histórias criam vida. Descubra agora