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Alicia

Dou risada da cara de indignação do Henrique por perder pela terceira vez, a primeira partida ele deixou o Jonathã ganhar, as outras ele tinha certeza que iria ganhar, porém não foi bem isso que aconteceu, estamos todos sentados no chão da sala, metade da família torcendo pro Jonathã e a outra metade pro Henrique, até as crianças deixaram de lado os brinquedos para ver o que tanto a gente gritava.

- Eu não acredito - Henrique joga a cabeça pra trás quando a partida termina e ele perde mais uma vez - Você já conhecia o jogo, não é possível.

- Eu não conhecia esse jogo - Jonathã responde com sua voz tímida - Eu jogava alguns jogos de luta, mas no play 2, eu acho que ganhei mais por sorte de principiante.

- Vai seu otário - Enzo fala rindo - até uma criança que tá jogando pela primeira vez ganha de você - ele fala e todos dão risada.

- Eu posso ter perdido do Jonathã, mas nenhum de vocês ganham de mim seus babacas - Henrique fala e levanta do sofá - mãe a comida tá pronta? To com fome - ele pergunta já indo em direção a sala de jantar.

- Já sim filho, eu só estava esperando vocês acabarem o jogo.

Vamos todos para a sala de jantar e a cara dos meninos é de surpresa.

- Tia toda essa comida é pra gente? - Nicholas pergunta baixinho para mim.

- Sim querido, e quando todos acabarem de comer não vai sobrar nadinha - falo e nos dois damos risada.

Todos sentamos e começamos a nos servir, Nick, como ele prefere ser chamado, se solta mais, come a vontade e até entra na conversa, já Jonathã parece estar com vergonha, come bem pouco e não conversa muito. Posso arriscar dizer que esse foi um dos jantares mais animados que tivemos, o sorriso da Valentina e do Dênis quase não dava no rosto, os olhos dos dois brilhavam tanto que pareciam luzes de Natal e consequentemente toda a familia partilhava da felicidade deles, nós estamos felizes por eles terem conseguido, é como muitos dizem, depois da tempestade sempre vem a calmaria.

4 meses depois

- Me ajuda a colocar meu sapato amor? - peço pro Henrique, com minhas 29 semanas de gestação já não consigo mais calçar meus sapatos, minha barriga está enorme, meus pés estão inchados, ontem fomos a mais uma consulta e ela disse que o parto pode acontecer entre 38 á 40 semanas, eu não me aguento de ansiedade e medo, muito medo, eu não sei se estou preparada para colocá-las para fora do meu casulo, sei que ainda tem um tempinho pela frente, mas o tempo está passando tão rápido que eu nem sei o que pensar.

- Mamãe - Ben entra no quarto de mãos dadas com o pai, a dois meses atrás foi seu aniversário de um ano, tudo está passando tão rápido, seu pediatra disse que ele está mais evoluído que algumas crianças da sua idade e isso me deixa assustada, não quero que ele cresça rápido, quero poder aproveitar cada segundo do meu pequeno. - Nenê do Ben - deixo meus pensamentos quando sinto beijinhos molhados na minha barriga, conforme minha barriga ia crescendo e eu já não podia ficar pegando o Ben no colo, ele foi ficando enciumado com isso, então nós sempre falamos que as bebês são dele.

- Ei e a mamãe, não ganha beijo? - pergunto e faço um biquinho, ele sobe na cama com dificuldade e abraça meu pescoço, o coloco sentado em minhas pernas e ele me abraça com dificuldade, porque tem uma barriga imensa na frente.

- Mamãe quadu vai sai? - Ben pergunta baixinho como se estivesse me contando um segredo e aponta para minha barriga.

- Não vai demorar filho - respondo e dou um beijo em seu nariz - me deixe ver a sua roupa baixinho - falo, ele desce do meu colo e fica parado em minha frente, mostrando seu short de tecido mole cheio de desenhos de abacaxi.

- Está pronta amor? - Henrique pergunta saindo de dentro do closet só de sunga, hoje vamos fazer um ensaio fotográfico em uma cachoeira.

- Só falta colocar os sapatos - balanço meus pés descalço e ele da risada.

- Então vamos resolver isso agora mesmo - ele pega a sandália que estava do lado da cama e coloca em meus pés com cuidados - pronto - ele me ajuda a levantar e veste um short, vamos todos para o carro e durante o caminho até a cachoeira, cantamos junto com o Ben musicas infantis.

Poder sentir o ar puro que só se sente em lugares como esse é sem explicação, a natureza, o verde das árvores, o barulho da água caindo e a água claro que passa pelos meus pés, lugares assim deveriam ser preservados pela eternidade.

- Vamos começar mamãe? - a fotógrafa pergunta e eu afirmo.





Ooii gente, eu sei que os capítulos estão pequenos e eu estou demorando para postar, peço desculpa por isso, mas estamos chegando no final da fic e eu simplesmente não estou conseguindo escrever, sei como é ruim esperar as postagens, pq eu tbm sou uma leitora, mas peço a compreensão de vocês. Beijos e obrigadaa

Destino de um pai Onde histórias criam vida. Descubra agora