O CEO e a secretária.
Vicente tem um passado sombrio que ele quer deixar pra trás. Mas, o seu futuro trabalha com ele.
Samantha. Sua deliciosa secretaria particular. A mulher que o faz perder a razão.
Bocuda, irônica e ainda sim seu sonho de consumo...
- Você parece bem, Vicente. - Ela se virou para mim e sorria - Você deve ser Samantha. Eu sou a prima de Vicente, prazer.
Eu olhei sua mão estendida a mim e pensei em recusar.
- O prazer é todo meu. - Sorri amargamente. Ela se voltou para ele.
- Então, como vai a vida em São Paulo meu primo?
- Bem, eu... eu precisava daquilo. - Vicente parecia triste.
- Sinto muito... mas Vicente, eu amo você. Eu pensei que iria conseguir seguir, mas eu te amo, voltei por você. Só não contava com uma nova mulher na sua vida.
Como ela tinha coragem de dizer aquilo na minha frente?
- Você foi embora. -- cretino, ele está triste?
- Você sumiu naquele dia. Não disse nada, não me humilhou. Sua mãe também não, mas eu estava envergonhada. Eu perdi o meu filhinho...
Sonsa. Ele tinha que enxergar aquilo.
- Eu te amei tanto...
Espera aí! Eles não estão me enxergando aqui?
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- Você me traiu, Kassandra. Eu também sofri com a morte do bebê, mesmo depois de saber que ele não era meu... eu o amava.
Meu Deus! Eu não preciso ouvir isso... Eu não posso.
- Samantha, querida... venha me ajudar na cozinha. - Vovó Lia falou baixo ao passar por mim com algumas cestas com verduras e frutas.
Olhei uma última vez para aquela cena e subi os degraus da casa.
*****
- Eles precisam dessa conversa, querida. Precisam esclarecer as coisas. Eu sei que é difícil.
- Tudo bem, eu sei. - Passei as mãos sujas de trigo no meu avental.
Meus olhos teimavam encher de lágrimas. Eu os observava pelas janelas da cozinha.
Ela encostava nele com tanta intimidade. Vicente não recuava. Eles sorriam de vez em quando.
Aquilo estava doendo. Inexplicavelmente eu pedi licença e tirei meu avental. Passei por eles quando entravam na casa, subindo as escadas para o quarto.
******
Passei tanto tempo na banheira ao som de batidas na porta que os meus dedos já estavam brancos e enrugados. Me senti em um filme dramático alí. Decidi sair da água já gelada.
Me enrolei na toalha e saí de lá, abrindo a porta com tudo. Só não contava com Vicente tombando para trás, caindo de cabeça no chão.
Não, aquilo foi estranho, já que sua cabeça estava quase debaixo das minhas pernas e eu estava de toalha.
