Lados Opostos - Cap. 4

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ANGEL: Sinto uma forte dor na cabeça, depois de alguns segundos me recordo que John quebrou algo em mim.

Alguém bate na porta.

- Licença! Uma faxineira adentrou ao quarto. - Oh, desculpe! 

- Não, não! Impeço de que ela vá embora, pode entrar. Ela me olhava confusa por eu estar presa a uma cama. - Ah, isso ? Me referi ás algemas. - Eu e meu marido estamos inovando no sexo, sabe? Ela sorrio maliciosamente. - Preciso de sua ajuda. Pega a chave das algemas que esta dentro da bolsa, por favor?

- Claro. Ela fez o que lhe pedi. - Se quiser posso te ensinar algumas posições do kamasutra e...

- Oh, outra hora, talvez... Vamos começar o segundo round. Pisquei. Após ela sair do quarto, pego minha Taser (arma de choque) e me escondo.

John fica desesperado ao perceber que não estou na cama.

- Angel? Rapidamente dou um choque em John que cai no chão inconsciente.

JOHN: Abro lentamente meus olhos. Percebo que estou sendo levado de carro a algum lugar pela Angel; provavelmente a prisão. Dou um soco em seu rosto na tentativa de parar o carro. Ela fica atordoada e revida com o mesmo que fiz. Piso no freio e o carro para bruscamente. Começamos uma luta ali mesmo, dentro do carro. Consigo abrir a porta e corro pela rua; Angel vem logo atrás. Entro em um beco e caiu no chão após, Angel agarrar minhas pernas. Escapo de suas mãos e continuo a correr.

- Hey! Gritou. Ela segurava a toalha que estava enrolada em minha cintura. Coloco a mão na frente do meu pênis na tentativa de escondê-lo e continuo correndo.

- Você correu pela rua pelado? Gargalhou. - Cara, como eu queria estar lá para ver isso.

- Vadia! Insultei Angel.

- Você deveria fazer o mesmo.

- Está louco? Não quero que ninguém veja minha namorada nua.

- Ex. insistiu ele.

- É... ex... Me acostumei referir a Angel como: minha namorada, ou talvez eu não queira pensar que realmente não estamos mais juntos; ou pior, que agora somos inimigos.

Consegui convencer a mulher de Thomas me deixar dormir naquela noite em sua casa.

Eu não paro de pensar na Angel. Tento não fazer de sua figura algo constante em minha mente, mas Angel parece estar por toda a parte. Em uma tentativa quase sem pensar, pego meu celular e ligo para ela. Ouço aflito as chamadas, penso em desistir, creio que ela não irá atender.

- Já esta com saudade? Debocha.

- Quero te perguntar uma coisa... Em algum momento pensou em não me prender?

- Me diga você primeiro. Em algum momento pensou em não me matar?

- A única maneira que penso em te matar é de amor, Angel.

- Não pareceu isso hoje mais cedo. Às vezes ela tem um jeito irritante. 

- Agora me responda, em algum momento pensou em não me prender?

- Eu...  Ela deu uma leve pausa. - A única coisa que pensei foi em cumprir meu trabalho. 

Isso me machucou. Doeu mais do que o choque que levei mais cedo. Ela diz como se tudo que vivemos fosse insignificante. Ficamos por alguns minutos silêncio e desliguei o celular.

Desperto com um barulho vindo do celular. É uma chamada em alerta, alguém entrou em meu apartamento. Clico para visualizar o vídeo ao vivo das câmeras de minha casa e vejo Angel mexendo em minhas coisas. Pego minhas chaves do carro, entro no mesmo e acelero em direção ao meu apartamento.

Minha casa esta totalmente revirada, caminho lentamente certificando-me que Angel não esta preparada para me dar o "bote". Me deparo com o cofre do meu quarto aberto, ela pegou minha lista negra; a lista onde contém todas as minhas vitimas.

- Vagabunda! Entrei em seu apartamento na tentativa de encontrá-la. Meu celular toca, vejo o nome da Angel na tela.

- Surpresa! Debocha

- Aonde você esta? Pergunto friamente

- No galpão abandonado que fica no Brooklyn com a avenida Atlantic 136.

- Vou ao seu encontro. O galpão é escuro, apenas algumas paredes são iluminadas pelo sol que atravessa as janelas de vidro. Escuto alguns barulhos de água, há goteiras e vazamentos por todos os lados.

- Está procurando isso? Angel me provoca mostrando a lista em sua mão. Pego minha arma e começo a atirar, ela faz o mesmo. Faço como escudo algumas paredes e caixas de madeira abandonadas no galpão.

Pulo em cima de Angel, que cai no chão; nossas armas se deslizam para longe. Novamente começamos uma briga fisicamente. Ela me da uma cotovelada em meu rosto, se levanta e pega um pedaço de madeira.

- Para uma mulher até que você bate forte. Digo me levantando com dificuldade. Ela bate com a madeira contra minha barriga. Me contorço de dor, mas na segunda vez que ela tenta me agredir, consigo desarmá-la.

- Droga! Rosnou - É a segunda vez que quebro a unha nessa semana.

- E quando foi à primeira? Pergunto.

- No Canadá.

- Era você? Ela fica enraivecida por descobrir que era eu quem atirou nela.

Voltamos a brigar, Angel tenta se defender, mas consigo lhe acerta o estomago. Ela cai no chão e começo a chutá-la inúmeras vezes.

- Uh! Dei um gemido após Angel acertar em cheio meu saco. - P###, você sempre faz isso. Ficamos por um tempo parados tentando recuperar o fôlego. Olhamos para nossas armas e rapidamente as pegamos. Será o fim? Penso. Estamos apontando a arma um para o outro.

- Eu não quero. Digo abaixando a arma

- O que? Franziu a testa

- Eu não posso...

- Covarde. Elevou a voz.

- Atira! 

- Você acha que não sou capaz?

- Eu acho que não! Ela estreitou os olhos. Corro um grande risco por estar desafiando-a. Ela continua por alguns segundos a apontar a arma para minha cabeça.

Angel joga sua arma no chão e começamos a nos beijar. Fizemos sexo ali mesmo, no chão do galpão. Era uma mistura de amor e ódio; selvagem e calmo; fogo e gelo.

- O que você esta pensando? Se aconchegou em meu peito enquanto acaricio seus cabelos.

- Que você é o alvo mais bonito que eu já vi. 

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