"Aí ele caiu no chão!" Yume terminou a piada, soltando uma gargalhada junto com sua avó. Mas Subaru sequer abriu um sorriso, cutucava seu prato com batatas cozidas com o olhar repousado sobre as mesmas.
"Subaru? O que houve, meu filho? Não quer comer o seu prato predileto?" Hinata-san estranhou o comportamento do neto.
"Não... Não tô com fome."
O Subaru sem fome e calado? Há algo de errado...
Hinata Itoh conhece muito bem Subaru. Sua filha, a mãe do garoto, era idêntico à ele, tanto na personalidade, quanto no físico. Ambos duas varetinhas teimosas.
Hinata-san sentia falta da filha. Desde a sua morte, seus dias não têm sido os mesmos. Quando a saudade aperta, lembrar-se que seu fim está próximo lhe dá um estranho conforto, anunciando o final de seu sofrimento.
"Vó?" A voz doce de Yume atrai a atenção da idosa. "Posso comer as tatatas do Subaru?"
A avó ri, mas novamente, Subaru não esboça um sorriso. Aquele garoto ria até mesmo de uma folha caindo no chão. Até a parede de seu quarto poderia ser um show de Stand Up.
"Pode comê-las, Yume-chan..."
O clima estava mórbido.
Um aperto corrói o peito de Hinata Itoh.
Subaru não chegou a jogar aquele jogo... Será que só a intenção de jogá-lo pode afetar alguém? Não quero perder meu neto...
"Subaru, por favor, não mexa no PC hoje, ok?" A senhora vê o semblante de seu neto, de algo parecido com tristeza, virar decepção.
"M-mas por quê?
"Subaru, só o faça, filho."
Mais protestos foram jogados à mesa, mas a idosa só continuou a dizer não. Irritado, Subaru corre para seu quarto.
É para seu bem, meu filho. Para seu bem.
[...]
"Eu tenho que jogar aquele jogo! Por que tudo e todos me impedem?" Subaru pressiona seu travesseiro contra o rosto, abafando um grito de frustração.
Até que Subaru escuta o toque de seu celular.
"Alô?" O garoto atende. Um silêncio se estende. Até que é cortado.
"Sou eu. Yuma, Subaru-kun."
"Ah, não! O que você quer?" Subaru bufa.
"Me certificar de que você não vai jogar 'aquele' jogo."
"Por que?!" Subaru grita.
Mais silêncio.
"Não vai dizer nada? Então tá bom, tchau pra você também!" Subaru desliga o celular, o jogando ao seu lado da cama.
Eu vou jogar aquele jogo!
Como tem feito ultimamente, Subaru se joga em frente ao computador, indo diretamente ao link do jogo.
E agora, dessa vez, apertou em jogar.
[...] O jogo demorou para carregar, mas por fim, carregou.
No main menu um gráfico horrível. Fundo, uma vastidão negra. Letras vermelho sangue. E uma imagem distorcida.
Qualidade de áudio, péssima. Estática, o destaque.
"Ah, esse jogo não dá medo nem em uma criancinha!" Exclama Subaru.
E história se repete, só que dessa vez, mais detalhadamente.
Aviso!:
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Games And Demons - Livro 1
Random"Agora eu realmente sei o significado do ditado 'Quem avisa, amigo é!'... Já te avisaram que não é legal... Jogar com um Demônio?"