Seus passos ecoavam pelo grande salão branco.
Isso parece um sanatório.
"Ei! Seu demônio!" Subaru grita, sem nem sequer esconder a fúria em sua voz.
"Oh, vejamos que descobrira que isto não é um simples jogo, Subaru Itoh, à julgar o seu tom de voz." O Demônio, ainda com suas vestes brancas, surge na vastidão clara. "Como está a vovó? No porão?"
Se não fosse por um conselho da parte de Yuma, Subaru teria partido para cima daquele Demônio.
"Ora, Yuma-chan? O que fazes por aqui?" O homem aponta para a garota das franjas acima dos olhos.
"Nada, meu amigo. Só vim vingar um conhecido. Sumaru Hyugga, lembra-se?" A jovem o enfrenta.
"Como esquecer? Ele me faz companhia... No inferno." Seus olhos tornam-se um vermelho intenso.
I-inferno?
"Mas, chega de falar sobre mim. Vamos ao que interessa. Subaru, Yuma, terão que sobreviver mais duas noites, suponho que saibam. O desafio de hoje é: saiam vivos do labirinto. Vejamos se são capazes, meus amigos."
"Mas, que labi..." Antes que Subaru pudesse terminar a frase, o demônio some. As luzes se apagam. Tudo fica negro. "Yuma? Yuma?!"
"Eu estou aqui. Não vai me dizer que teme o escuro?" Uma voz atrás de si é soada.
"Não sabe o quanto eu tô feliz por ouvir seu tom de voz frio e indiferente, Yuma-chan! Mas... Pera, eu não tenho medo do escuro!"
"Ok. Não podemos ficar parados aqui a vida toda. Eu já tenho 19 anos. Sou mais velha e inteligente que você, então eu faço os planos."
Subaru bufa.
"Certo, vovózinha, o que faremos?"
"Eu vou pela esquerda. Você, direita. Se eu encontrar uma saída, te ligo. Se você - o que eu acho improvável - encontrar uma saída, me liga. Espero que tenha bateria no seu celular."
Subaru pega seu celular flip - não tinha dinheiro para comprar um mais sofisticado - e liga a lanterna, apontando sem querer o clarão no rosto de Yuma, que levou um susto, depois deu um murro na cara do garoto, que cai com o impacto.
"Não me assuste mais."
"Nem se eu quiser." Responde o rapaz, se levantando.
Sem mais delongas, se separam.
[...]
P.O.V's Yuma
Ligo a lanterna do celular.
"Droga, 15% de bateria!"
Sabia que tinha que sair dali antes que a escuridão caísse sobre mim.
Entro em mais uma curva. Sem saída.
Merda!
Quando voltei-me para trás, vi que não estava mais no labirinto. E sim... Em frente à porta do quarto de Sumaru. Meu irmão...
Hesito, mas abro lentamente a porta.
Assim que entro, vejo uma cena familiar.
"Sumaru? Sumaru?!" Uma menina sacode meu irmão, repousado sobre o teclado do computador.
Era... Eu.
Fecho brevemente meus olhos, meus ouvidos absorvendo os gritos daquela menina... Absorvendo os meus gritos.
"Sumaru-kyun! Por favor levante... Por favor." Sua roupa ensanguentada. A faca negra nas mãos.
A cada berro, a cada vislumbre daquela cena, sinto minhas energias acabarem.
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Games And Demons - Livro 1
Random"Agora eu realmente sei o significado do ditado 'Quem avisa, amigo é!'... Já te avisaram que não é legal... Jogar com um Demônio?"