Capítulo 008

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O Sol já estava se pondo. Yuma e Subaru estavam exaustos, esgotados.

A garota sentia-se ridícula após a crise de choro que tivera quando Yunno morreu. Sentia-se culpada por mais uma morte. Vê-lo agonizando foi uma das piores coisas já vistas por ela. Tiveram que o deixar no beco, não podiam andar com um corpo pelas ruas.

A situação de Subaru também não era muito diferente. Olhava várias vezes para suas mãos, contendo as lágrimas.

As mesmas mãos que mataram minha avó e Yan-san.

"Que horas são, Onee-chan?" Ambos olhavam para o chão, refletindo os últimos acontecimentos.

"16:33, Subaru-kun. E eu já disse pra não me chamar de Onee-chan. Não tenho mais idade pra ser chamada assim." Yuma diz olhando para o celular, com metade da bateria.

"Falou, vovózinha-sama..." Dá uma risada nasalada, com uma pontada de tristeza na voz.

Silêncio era o que restava entre aqueles dois. Vagavam por uma rua sem nem uma vivalma.

"Já perdemos muita gente..." Subaru quebra a silêncio, divagando. "Eu não aguento mais..."

Yuma nada responde, levanta o olhar, para o horizonte.

"Eu desisto de tudo..."

"Eu não... Enquanto aquele maldito não parar de matar estúpidos que jogam a porra daquele jogo, eu não vou desistir. Nem que eu morra... E não permitirei que você desista também..."

"Por que? Por que tá me ajudando, Yuma Hyugga? Por que? Por que não me deixa morrer, eu e minha maldita idiotice?" Subaru estava gritando, lágrimas rolando.

Yuma solta um riso sem humor.

"Você é igualzinho ao Sumaru."

"Sério? Tá me ajudando simplesmente por que pareço com seu irmão? Ele já morreu, Yuma! Põe isso na sua cabeça! Nada, absolutamente nada, que você faça vai trazer ele de volta! Nada!" Subaru não estava pensando - como sempre. Quando olhara para o rosto avermelhado de Yuma, a beira das lágrimas, percebera que falara demais.

"Você tem razão, Subaru-kun... Nada irá trazê-lo de volta. Afinal de contas, você é o protagonista da história. Por que eu tô me metendo nela?"

Subaru não entendera, mas nada disse. Não havia nada a dizer.

[...]

Yuma estara chorando.

No chão de seu quarto, chorando. Ao seu lado, um porta retrato de seu irmão, quebrado e ensanguentado.

Em sua mão esquerda, uma faca sangrenta. Em seu pescoço, 3 cortes horizontais, profundos. Sangue, muito sangue.

A dor era alucinante, mas sabia que seria posto um fim nela. Um fim acompanhado de sua morte.

Um filme passando diante de seus olhos; desde os jantares com 'tatatas' cozidas junto com sua avó e irmão à loucuras que foram feitas após a morte deles.

Suas lágrimas estavam cessando, o sangue quente escorrendo. Suas vistas ficando turvas, respiração pesada. Batimentos cardíacos mais lentos.

A luz da lâmpada acesa estava se intensificando em sua retina. Seus olhos fechando.

A última coisa que ouvira foram os gritos de um indivíduo entrando em seu quarto. Um pequeno sorriso formou-se em seus lábios, com as poucas forças que lhe restavam.

Subaru.

E então a luz tomou posse de si.

[...]

"Yuma..." Uma voz familiar a chama.

A garota vira-se bruscamente, vendo Sumaru Hyugga à pouco metros de distância de si, em meio á escuridão. Suas vestes brancas, igual a aura que emanava claridade em seu ser.

"Sumaru!" Yuma corre em sua direção, de braços abertos, mas seu corpo passa pelo dele. Por um milagre não caiu.

"Onee-chan..." Sumaru a chama, fazendo-a virar-se para a direção de sua voz. Yuma sentia-se tão bem quando Sumaru a chamava assim. "Vingue. Vingue nossa avó. Vingue Yunno. Me vingue."

O sorriso formado no rosto de Yuma fora se desmanchando.

"O que?"

"Vingue. Vingue a nossa avó. Vingue Yunno. Me vingue." Sua voz estava se distanciando. Rastros de sangue estavam sendo deixados. Pegadas. Sumaru estava indo embora, deixando uma Yuma estática atrás de si, as sombras lhe cobrindo. "Me vingue... Me vingue... Me vingue..."

Yuma corre, seguindo as pegadas sangrentas, perdendo-se em meio às trevas.

Seu irmão estava partindo, de novo.

"Sumaru! Sumaru-kun! Por favor, não se vá! Não me deixe..." Sua voz estava trêmula. Lágrimas e soluços tomavam conta de seu corpo.

Me vingue, Onee-chan, me vingue... - as palavras ecoavam em sua mente, junto com suas lágrimas... De sangue.

"Eu vou te vingar, Sumaru-kun, vou te vingar..."

[...]

Seus olhos se abriram, revelando um ambiente claro.

Quando tudo isso acabar, Universo, me lembre de tirar a claridade de minha vida.

"Onee... Quer dizer, Yuma-chan! Você acordou!" Subaru exclamou. Yuma vira seu rosto lentamente em sua direção. O rapaz estava com os olhos vermelhos e inchados. Seu nariz escorrendo. Olhar preocupado e o cabelo levemente desgrenhado.

"Claro que eu acordei, idiota. Ou acha que adquiri a capacidade de falar inconsciente?" Sua voz era fraca, baixa e rouca.

Uma dor latejante em seu pescoço.

"Deve estar se perguntando o por que de estar em uma cama de hospital com um cara feio como eu ao seu lado..."

"Nossa, como adivinhou? Anda esperto ultimamente, hein?"

"Parece que seu sarcasmo e frieza nunca morrerão, né?"

Ambos soltam um sorriso pesaroso.

"Meu sarcasmo e frieza te atraem, não é mesmo? Afinal, me fez uma proposta de casamento em um sanatório, lembra?

"Só mais uma prova de que somos um casal insano." Subaru responde, com um brilho no olhar, brilho esse compartilhado por Yuma. "Parece que se eu não tivesse te levado ao hospital você teria morrido."

"E por que não me deixou morrer? O único intuito de um suicida é acabar com o seu sofrimento, através da morte." Um nó estava se formando na garganta de Yuma.

"Não te deixei morrer porque, como você disse, eu sou o protagonista dessa história, sendo assim, eu sou o herói que salva a mocinha - no caso você. Agradeça-me por isso." Yuma revira os olhos e Subaru estufa o peito, como se sentisse orgulho de si mesmo.

"Que horas são, oh, Grande Herói?" A jovem ironiza.

"Quase uma da madrugada."

"Temos um compromisso, lembra?" Um sorriso sarcástico brota nos lábios de Yuma. "Matar um Demônio, mais especificamente."

***

Notas da Autora ·3·

Será que o 'calsazin insano' (🌚 alguém shippa?) vai conseguir matar o Demônio?

E como será que irão fugir do hospital?

Será que há polícias atrás deles? Afinal, sequestraram um insano em um sanatório.

Será que Subaru é realmente o protagonista dessa história?

Teorias, ideias? Comentem, votem, compartilhem! ·3·

E não percam o próximo capítulo de...

The Game - Play With A Demon

Games And Demons - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora