Capítulo 05

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Victória Rizzo

Era cedo e fazia frio, bastante frio. Eu estava mais uma vez atrasada, tudo bem, a empresa é minha eu sei, mas eu prefiro ser o exemplo, pois tudo tem quer ser impecável nesta agência.

Eu entrava mais uma vez pela grande porta de vidro, vendo alguns dos meus funcionários cumprimentando-me com um singelo 'bom dia'.

- Alex! preciso de modelos Alex, novas modelos para ontem, Anna ficará uma fera se isso não sair hoje! - Eu disse suplicante para meu funcionário que assentiu freneticamente.

- Sim senhora, irei providenciar isso hoje mesmo.

Sorri agradecendo o jovem. Eu não era uma pessoa muito agradável aos olhos de algumas pessoas ali dentro, mas sabe? Isso era mais porque não sabiam como era esgotante ser a pessoa que segura o mundo dos outros nas costas, é pesado ser o responsável por qualquer coisa que aconteça dentro e fora da empresa. Minha mãe, Sandra Rizzo, a grande fundadora da Rizzo's Model, havia deixado em minhas mãos o maior de seus sonhos, pois a alguns dois anos atrás havia falecido, deixando aqui, meu pai, e minha irmã Sofia, para mim.

Meu pai no entanto, não conseguia lidar com a solidão, com a saudade, e procurava sempre um lugar para viajar, não nos víamos com muita frequência, e Sofia preferiu ficar comigo. Ela agora tinha completado seus 16 anos, era super doce e me entendia como ninguém, era o meu refúgio, meu ponto de segurança.

- Senhorita Rizzo?

Alex mais uma vez vinha em minha direção, com os cabelos bagunçados e o óculos desajeitado no rosto.

- Com licença, a senhorita Névis estará presente na sessão das novas modelos às três horas?

- Eu realmente não sei querido. Espere um segundo, irei perguntar para ela. - Olhei pacientemente para o garoto.

Disquei o número da morena ouvindo dois seguidos toques e sua voz firme do outro lado soou animada.

- Fala Vic, você não consegue levar essa empresa muito longe sem mim, não é mesmo?

- Você sabe que não, isso aqui é um caos. Onde dona Sandra estava com a cabeça ao deixar isso nas minhas mãos!? - Brinquei arrancando uma risada de Anna do outro lado da linha.

- Eu sei, eu sei, louca ela estava. Mas me diga, ao que devo?

- Sim. Você vai estar no ensaio das três horas? 

- Sim, e vamos em um café novo na esquina, ok?

- Combinado, te espero.

- Beijos.

Desviei minha atenção do celular e assenti para o jovem que saiu as pressas, provavelmente correndo contra o tempo para deixar tudo impecável para a chefe.

Passei o dia revisando papéis, respondendo emails, confirmando presença em eventos importantes. As horas haviam passado tão de pressa que só tive tempo de ver uma Anna animada entrando em minha sala.

- Vic, safada!

- Que insulto, o que eu fiz?

- Saiu ontem e nem me disse que encontrou uma gatinha. - A mulher sorria como se soubesse de tudo.

- Mas como você sabe? - Era incrível a capacidade dessa mulher de descobrir tão fácil as coisas da minha vida, eu nem poderia cometer um assassinato em silêncio. 

- Minhas fontes permanecerão intactas, mas me diga, pegou ela? Diz que sim, eu te ensinei direitinho.

- Não, apenas trocamos algumas palavras, conheci a amiga dela e depois fui embora, mas não fui tão idiota o quanto está deduzindo agora, coloquei meu cartão em seu bolso, agora vamos esperar.

ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora