Capítulo 13

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Haviam se passado uma semana, desde que Laura havia recebido a notícia de que sua mãe estava dando sinais de que iria acordar. E também fazia uma semana que não via sua doce Victória. 

Ambas mulheres estavam atoladas com seus compromissos, e os horários nunca se batiam, mas se falavam, sempre, várias vezes durante o dia, e em chamada de vídeo, as vezes. 

Uma noite anterior, em chamada de vídeo, depois de seu trabalho na boate, Laura havia ligado para a empresária, faziam um jogo de saber mais, em que consistia em uma fazer uma pergunta de cada vez, a outra respondia, e em seguida era sua vez de perguntar. 

Riram muito, e cada vez mais sabiam um pouco mais sobre a outra. Laura se pegou sorrindo, enquanto observava sua mãe, ainda desacordada. 

- Ontem eu soube tanta coisa dela, mamãe... acho que a senhora vai amar ela, porquê é quase impossível não ama-la... - Laura disse, bem baixinho, para que ninguém mais ouvisse a sua conversa particular com sua mãe. - Ela tem uma irmã, a Sofia, já conheci ela, um doce de menina, ela tem dezesseis anos. 

Segurou a mão da mais velha, deixando um beijo carinhoso. 

- Sua cor preferida é preto, o que eu não tinha muita dúvida, ela sempre veste preto. A mãe dela morreu, não a tanto tempo, seu pai foi embora, pois não aguentou a dor da perda e deixou ela e sua irmã, mas ela nunca se abalou com isso e entende seu pai, ela é um anjo mãe. Ela cuida e é dona da empresa que sua mãe fundou, e ela ama as pessoas, e sua vida é a Sofi, ela faz tudo por aquela garota, e ela não é mais um bebê, mas Victória a trata como se ela fosse um ser tão pequeno e inocente, e eu amo ver ela fazer isso, por que ela carregar uma luz dentro dela, e é maravilhoso poder presenciar isso. - Sussurrava, contando tudo sobre os últimos acontecimentos de sua vida, amava conversar sobre sua garota com sua mãe, por mais que acreditasse que sua mãe realmente não ouvia suas palavras, se sentia mais próxima á ela. 

- E por último, a boate, eu estou quase saindo mamãe, juro, faltam apenas dois trimestres, e eu estarei livre, e poderei trabalhar na minha área, e você não precisará trabalhar mais, e eu vou poder compartilhar minha vida por inteira com a minha linda Victória, e deixá-la ir mais fundo, e saber tudo sobre mim, e sobre nós...

E foi naquele segundo, seu pequeno coração reagiu, em suas palavras doces de amor, sem ao menos saber que amava, sentiu seu coração lhe dizer, e deixar escancarado, amava a empresária, com tamanha força desconhecida, porque afinal, nunca soube o que era amar alguém. Soube naquela sala de hospital que estava amando outra mulher, uma incrível e forte mulher, e sentia uma felicidade gritar dentro de si, queria correr e beijar a boca da mulher, queria olhá-la nos olhos e dizer com toda sinceridade transbordando por seus olhos que a amava, e que amava o fato de amá-la. Ela não poderia deixar que Victória fosse mais fundo, porque Victória já tinha ido, e ela mal se deu conta. 

Segurou com as duas mãos a mão direita de sua mãe, deitou a cabeça sobre as mãos, e deixou uma lágrima escorrer. 

- Mãe, eu a amo. 

Sussurrou, feliz. 

- Mas e a senhora? - Perguntou, agora confusa, e um pouco triste. - A senhora concorda com isso? Está tudo bem eu amar uma mulher?

Laura ficou pálida, um grito embolado com um soluço escapou de sua garganta, quando sentiu um leve apertar em suas mãos. Ela tinha certeza que havia sentindo, e sentia também suas pernas fracas. 

Logo, em questão de segundos, médicos entravam na ala de onde ouviram o grito, e agora o choro compulsivo, por sua mãe ainda segurar mesmo que fraco, em sua mão. 

Logo vários exames eram feitos, e a sala se enchia de médicos e enfermeiros, que acompanharam por tantos meses aquela luta de mãe e filha. 

Uma enfermeira se aproximou de Laura, a segurando nos braços, e levando até uma sala para que esperasse notícias. 

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