Capítulo 11

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Um som estridente era ouvido ao fundo, bem baixinho, tocava a melodia do telefone de Laura. Seus olhos acostumavam-se com a claridade repentina, enquanto o toque suave ainda estava presente. Sentia vontade de ignorá-lo, mas não podia, poderia ser qualquer um, poderia ser inclusive... Do hospital. 

Tendo esse pensamento, foi com que Laura em um pulo desesperado levantou de sua cama, com um lençol cinza grafite enrolado pelo corpo. A ligação havia sido encerrada, por breves segundos, pois logo o aparelho gritava a melodia de Lewis capaldi novamente. 

- Alô? - Perguntou a garota de cabelos castanhos. - Laura falando.

- Bom dia senhorita Satlher, temos uma notícia. Peço encarecidamente que venha até o hospital. Tudo bem? 

E foi instantâneo. O coração da jovem mulher bateu tão forte, e de uma forma tão vívida, que por um milésimo de segundo, ela o sentiu parar, mas apenas para senti-lo gritar dentro de seu peito. Sussurrou um "sim" para a pessoa do outro lado da linha enquanto um sorriso bobo enfeitava seus lábios. 

Vestiu uma calça jeans surrada, uma camiseta preta e seus tênis. Escovou os dentes com pressa e sem ao menos tomar um gole de café, saiu em disparada até o hospital em que sua mãe se encontrava. 

Não levou mais de trinta minutos, e a jovem mulher adentrava o hospital já tão bem conhecido. Sentia suas pernas fracas, e as mãos suando. 

- Bom dia Ellen, o doutor Fernando me ligou, pediu que eu viesse até aqui. Onde posso encontrá-lo? - Perguntou Laura, para a atendente que já conhecia bem. 

- Bom dia! Ele está na sala de reuniões, ligarei e pedirei que lhe encontre na sala de sua mãe. - Respondeu a loira, em um tom amável e doce, como em todas as vezes. 

A verdade era que Ellen tinha uma queda lastimável por Laura, mas nunca realmente soube como chegar na mulher. Pois sempre que se viam era no hospital, e Laura estava indo ver a mãe, Ellen esperava na saída de Laura, mas a mesma sempre saía arrasada, e não era para menos, a mãe dela nunca apresentava melhora. 

Lembrava-se perfeitamente de quando viu Laura pela primeira vez, com sua mãe em seus braços e roupas carregadas de sangue, enquanto rapidamente os médicos pegavam a mulher ensanguentada dos braços da filha, tão jovem, e tão linda. Os cabelos embaralhados em um coque mal feito. Se aproximou em uma calma absurda, e falou com a atendente da vez, que mal a olhou. 

Laura correu até a sala de sua mãe, aproveitando para deixar-lhe um beijo doce em sua têmpora. Verificou os remédios caindo de gota em gota junto com o soro. Verificou também alguns emails daquele dia, tinha um importante prova naquele dia, não precisaria ir até boate naquele dia, e isso significava que poderia passar tempo com Victória, e isso lhe causava uma felicidade sem igual. 

A porta da sala foi aberta cautelosamente, era o doutor Fernando, com um leve e bonito enfeitando seu belo rosto, estava visivelmente feliz, e não era para menos. 

- Bom dia menina Laura, como vai? - Perguntou educado. 

- Bem, obrigada, mas não me enrole mais doutor, eu sou capaz de cometer um crime.- Brincou. 

- Bom, sem mais enrolações, tenho uma notícia boa. Sua mãe vem apresentando de ontem para hoje, um leve, e quase inexistente reflexo, não é uma certeza, pode ser que demore dias, horas, meses, e mais meses, mas temos um avanço, sua mãe está querendo acordar. 

E como se soubesse o que viria a seguir, ele abriu em um reflexo ótimo os seus braços, pois a garota jovem se jogou em lágrimas em seus braços, deixando sua felicidade e esperança escorrer por seus olhos. 

ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora