Capítulo 01

419 23 12
                                    

Atenção: este livro é uma história de minha autoria, eu escrevo, eu tenho as idéias, eu reviso, eu me dedico a ele e aos outros. Por tanto, ainda não houve aqui, mas já aconteceu com um dos outros, quero deixar claro. Tudo o que acontecer aqui foi por que eu quis, então se algo não fizer sentido em alguma hora, apenas passe, pode não fazer pra vc, mas pra outra pessoa sim, por exemplo, pra escritora. Exemplo: a história se passa no deserto, se estiver escrito "Um pote de sorvete foi encontrado no alto de uma árvore" é porque aquele pote tinha de ser encontrado ali, porque eu quis, porque a história é minha. Se não estiver bom pra alguém, por favor, retire-se. Para os leitores sensatos, obrigada pela atenção e desconsidere este aviso um pouco arrogante. Até breve, e que comecem os joguinhos.











Dezessete anos. Esse número citado, revela minha idade, bem, pensamos; uma menina de dezessete anos já deve ser formada, ou terminado seus estudos. Começando uma família, ou não, provavelmente. Bem, uma jovem da minha idade pode estar provavelmente agora, em uma boate, bebendo, dançando, sorrindo, beijando, ou qualquer outra coisa do gênero. Temos muito o que viver com tão pouca idade.

Não.

Isso não é um conto de fadas.

Eu não terminei os meus estudos, não estou bebendo, dançando ou beijando algumas bocas. Vivo agora, nesse exato momento os meus piores pesadelos.

Ouço os gritos, consigo sentir as lágrimas descendo sem qualquer aviso prévio, elas traçam o caminho tão bem conhecido. Descem pela trilha fazendo-me sentir o gosto salgado.

Sinto o peito apertar, os olhos arderem, e o meu corpo se movimentar sem permissão. Me arrasto para fora do quarto, meus pés param automaticamente, e a cena se repete.

Minha mãe, jogada ao chão, o rosto coberto de sangue, vidros espalhados pelo chão, e ele.

Seus olhos me encontram, puro ódio me transmitem. Vejo-me arrancando-os com as próprias mãos. Meu progenitor estava ali, diante de mim, com os punhos fechados e saboreando o resto de álcool que há em seu copo. Seu corpo se vira e ele se aproxima sem medo nenhum, sem sequer pena.

Eu não estava ali para ele, na verdade estava, mas continuava sendo a garotinha de cinco anos que observava sua mãe ser espancada até desmaiar. Ao menos ele pensava isso, porém, a pequena garotinha não veria mais aquela cena. Havia chegado o fim.

Um disparo.

Certeiro.

Hora da morte; 23:47.

***

Segurar o corpo da mulher quase desmaiada nunca foi fácil, era pior quando meus braços eram pequenos, era mais difícil quando se tinha apenas cinco anos e não queria ver a mãe ali, jogada ao meio de sangue e resto de coisas quebradas. Mas seus olhos implorando ajuda me fazia ter forças para ajuda-la mesmo que com tanta dificuldade.

Mas o desgosto sempre acontecia, ele voltava exatos três dias depois, implorava seu maldito perdão e se alojava dentro da minha casa, me causando repulsa. 

Não desta vez.

- Alô? É da polícia? - Minha voz fraca e calma se fez presente.

- Sim, qual a sua emergência? - Era uma mulher, uma policial.

- Eu matei meu pai. - Silêncio constante. - Rua Lorival, número 26.

Fim da chamada.

Eram somente quinze minutos, e eles estariam aqui. Com mais facilidade peguei minha mãe nos braços e acomodei nos bancos traseiros do meu carro. Um presente da minha mãe.

ConsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora