Laura Satlher
Era meu sexto cliente daquela longa noite, eu havia acabado de dispensar mais um, não tinha mais porque continuar com aquilo o resto daquela noite. Eu precisava de um descanso dessa vida louca, tão louca e perturbada que eu não tinha tempo para pensar em alguma coisa, mas meu cérebro sempre fazia questão de parar em uma certa morena de olhos castanho chocolate, e dona de um sorriso incrivelmente belo.
Victória, volta e meia rondava meus pensamentos, me deixando extasiada. Victória tinha seu jeito despreocupado de ser, tão despreocupado que não tinha nada de empresária, da maior empresária da atualidade. Ela era doce, simples e de bom coração, não era nenhum pouco parecida com as empresária de livros, que são rudes, sem amor por ninguém, prepotentes e ignorantes. Victória era realmente um doce, e falando nela meu telefone vibrava insistentemente piscando seu nome no visor.
- Hey, estava aqui pensando, aceita tomar um café comigo no lugar de sempre? - Sua voz animada soou do outro lado da linha me fazendo sorrir por um momento.
- É um prazer te acompanhar para isso. Que horas passo por aí? - Perguntei enquanto digitava para Luíza que não ficaria para o restante da noite, por sorte, a nossa cafeteria preferida ficava aberta vinte e quatro horas, por conta do grande fluxo da grande parte dos comércios que fecha bem tarde, e o hospital central, onde se localizava a maioria dos clientes do café.
- Eu estou saindo da Rizzo's agora, te encontro em quinze minutos?
- Ok, em quinze minutos estarei aí, até logo. - Encerrei a chamada juntando algumas coisas essenciais dentro da bolsa e parando o primeiro táxi a minha frente. Eram menos de quinze minutos até o café estando de carro, e aos longos dos minutos aproveitei para saber se havia obtido alguma melhora de dona Fernanda, a enfermeira Elizabeth havia me passado as novidades do dia, hoje era um dos dias que eu não passo no hospital a noite, havia passado boa parte do dia, mas mesmo assim, eu não deixava de ligar de horas em horas para ter notícias.
Minha mãe, uma mulher sempre tão certas das coisas, se ela soubesse sobre o meu trabalho, provavelmente não aceitaria nunca, mas fazer o que? Era assim que eu pagava o hospital, as contas da casa, os medicamentos dela, tudo que agora eu era a responsável. Era longo, era difícil o tempo, ele se arrastava, e ela não parecia querer acordar, algo que me destruía cada dia sem saber se ela acordaria ou não. Era minha vida ficando parada a cada dia que se ia embora, e a cada noite que chegava.
Observei os longos e soltos fios castanhos de longe, Victória usava um terninho cinza escuro, como a bela empresária que é, enquanto eu, vestia algo mais casual mesmo. Havia me reencontrado com Victória algumas três semanas atrás, e depois do nosso encontro as coisas haviam mudado um pouco, trocamos telefones e saímos por duas noites, digamos que a noite eu não tenho tanta disponibilidade para sair, a boate exigia muito de mim, já Victória, sempre estava trabalhando muito durante o dia, o que dificultou os nossos "encontros".
- Você está linda. - Elogiei a mulher recebendo em troca um abraço e um singelo beijo no rosto.
- Posso te dizer o mesmo. Já te disse o quanto acho sexy esse seu jeito despojado? Confesso que sinto inveja.
- Isso é novidade para mim, confesso. E não acho que seja tão difícil para você ser despojada. - Brinquei, seguindo até alguma das mesas daquele belo lugar.
- Quem me dera, sou uma empresária bem reconhecida, e por mais que eu queira ser realmente quem quero, na frente das câmeras não funciona assim, infelizmente Laura. - Sorri, meu nome saindo dos lábios dela causavam uma sensação diferente dentro de mim, o que era isso? - Por isso, te invejo sim. - Agora ela quem sorria abertamente para mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Consequência
Aléatoire"Victória? Espere!" "Não Laura! Me esqueça, suma da minha vida, eu te odeio." Atenção; Violar direito autoral pode acarretar pena de três meses há um ano segundo a lei. Plágio é crime! História registrada.