Laura Satlher
Os dias estavam voando, havia se passado um mês desde que eu matei meu progenitor. Meus pesadelos haviam diminuído bastante, e pra minha tristeza, minha mãe ainda não tinha dado nenhum sinal, mas mesmo assim, todos os dias eu passava a tarde com ela. A busca por emprego estava cansativa e bastante difícil, acho que a preferência dos patrões não são uma garota de dezessete anos que não terminou nem os estudos ainda. Minhas economias estavam acabando e eu estava enlouquecendo.
Quem diria, eu estava finalmente livre do meu maior pesadelo.
As coisas não estavam completamente bem, não ainda.
Lembro-me bem da última vez que meu pai conversou comigo, da última vez antes dele se tornar meu terror.
Eu brincava no Jardim de casa com meus carrinhos, dinossauros e apenas uma boneca de pano, eu nunca gostei de bonecas, ele me observava e hora ou outra sorria amavelmente para mim. Lembro-me dele me chamar e me colocar em seu colo.
- Está crescendo muito rápido querida!
Ele sussurrou e eu sorri.
- Claro papai, eu vou ser muito grande.
- Vai sim pequena, e o papai vai estar sempre aqui, sabe que pode confiar no papai, não é mesmo?
- Sim papai, hoje na escola uma garota disse que não tem pai, porque ela não tem pai?
Quanta inocência. Minha mãe sempre me disse, que eu era uma criança atenta a todos os detalhes, gostava de saber sobre tudo, resolver todos os problemas e ser a chefe de tudo. Eu deveria ser adorável.
- Eu não sei querida, o pai dela pode ter ido embora, ou pode estar no céu, alguma coisa assim.
- Mas papai, ela precisa de um papai para proteger ela!
Exclamei perplexa, eu não entendia o tamanho da gravidade.
- Ela tem uma mãe, não tem?
- Sim
- Então, a mãe dela protege ela. - Sorriu e me abraçou deixando um beijo em minha cabeça. - Agora vá guardar seus brinquedos que já vamos entrar querida.
E assim eu o fiz, rapidamente juntei meus brinquedos e corri para dentro de casa, minha mãe gritava para que eu não corresse, mas quem já viu uma criança que não corre? Exatamente, todas as crianças só sabem correr como pequenos furacões.
Nessa noite, depois do jantar meu pai me levou para meu quarto, eu peguei um pijama rosa de princesa e vesti, um beijo e eu adormeci logo depois. Mas foi neste dia, o meu monstro não veio de dentro do armário, ele vinha do quarto dos meus pais. Eu nunca mais usei o pijama de princesa.
- Laur?
- Oi - Sorri levemente para a mulher e cheguei para o canto do sofá deixando um espaço para a mais velha.
- Sobre o que estava pensando?
- Não é tão importante, temos algo mais sério a tratar.
Eu estava nervosa, não tinha certeza se realmente era aquilo que eu queria, porém a vida não seria fácil como eu pensei.
- Diga-me, o que houve?
- Eu sei que não se importa Lu, mas eu estou te dando muitas despesas, não estou confortável com isso, quero poder ajudar de alguma forma. - Despejei as palavras um pouco rápido demais, porém ela conseguiu entender, assentiu para que eu continuasse. - Está sendo horrível as buscas por um emprego e eu não sei mais o que fazer. - Em fim suspirei soltando o ar de meus pulmões.
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Consequência
De Todo"Victória? Espere!" "Não Laura! Me esqueça, suma da minha vida, eu te odeio." Atenção; Violar direito autoral pode acarretar pena de três meses há um ano segundo a lei. Plágio é crime! História registrada.